Enquanto isso
Coleções, 1968/1973

Na bela sala oval da Biblioteca, fundada originalmente em 1925 como Biblioteca Municipal de São Paulo que mudou seu endereço em 1942, na gestão dPrestes Maia para o novo edifício, projetado pelo arquiteto Jacques Pilon, considerado um marco da arquitetura Moderna em São Paulo, se justapõem várias memórias.

Sala da Biblioteca

 

“O imaginário de Vilela, forjado na belicosidade da ditadura, encontra ecos no mundo pré-guerra, com as touradas de Lorca ou as urgentes questões do mundo contemporâneo. Conflitos passando por Iraque, Síria, ou Turquia… Seus trabalhos representam um chamamento de fúria e desejo, de atenção e movimento em direção ao desconhecido”, diz Rodrigo.

 

Vilela trabalha carvão, nanquim e óleo sobre papel e tecido com força particular, como se esses materiais lhe permitissem dizer o que quer. De repente uma lembrança, de repente um grito.

Na instalação Coleção 1968/73, de 2014, apresentam-se cento e dez livros de aço. Eles possuem, em seu interior, publicações censuradas pela ditadura e o manual de tortura Kubark, do Exército estadounidense, utilizado nos treinamentos de oficiais brasileiros, apresentam marteladas e cortes, como reatualizando o trauma interior.

Nem tudo é culpa nossa

Charles Cosac, fundador de uma das mais importante editoras de cultura e arte contemporânea no Brasil, a Cosac Naify, atual diretor da Biblioteca Mário de Andrade, escreve na abertura do catálogo da exposição sobre o título de Nem tudo é culpa nossa.

 “A força da obra de Vilela me dá a triste certeza de que fizemos praticamente tudo errado. Mas o torpor desse sentimento já não nos fere nem amua. De tão bruto, incisivo e exclusivo, acaba nos redimindo, fazendo acreditar que nem tudo é culpa nossa. Narrativa em preto e branco de uma sociedade sombria repleta de contradições, desigualdades e violências, sua obra parece refletir o sentimento de uma comunidade vulnerável, mas verdadeira. Não por acaso, dialoga concretamente com o entorno da Biblioteca, nossa Praça Dom José Gaspar. Esta que é registro fiel, hoje, da cena urbana paulistana”.

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Serviço
27/11/2018 a 24/02/2019
Biblioteca Mário de Andrade
Rua da Consolação, 94 Centro
bma.sp.gov.br  

 

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