Page 55 - ARTE!Brasileiros #61
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EXPOSIÇÃO SÃO PAULO












































 Fotografia de Hélio Campos Mello de vista da exposição      Fotografia de Nhakmô Kayapó do momento em que cineastas do
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 sempre foi feita de forma adequada. Parte da história
 do Xingu está registrada em fotografias sob a guarda
 do Instituto Moreira Salles. A mostra é o marco inicial
 de um processo de requalificação deste conjunto
 de imagens, com a colaboração de pesquisadores
 e lideranças indígenas, por meio da identificação de
 pessoas, locais e situações retratadas”.
 E é neste entralaçamento de olhares que a mos-
 tra – com 200 itens, pesquisados durante dois anos,
 pelos curadores Kuikuro e Freitas, com a assistente
 Marina Frúgoli, em diversos acervos do país – abre
 um diálogo e uma reflexão sobre a importância dos
 povos originários no Brasil: “Queremos contar nossa  FOTO: HELIO CAMPOS MELLO | REDE XINGU+ | CORTESIA TAKUMÃ KUIKURO
 história para que os não indígenas possam reconhecer
 e ensinar aos seus filhos o protagonismo dos povos
 indígenas do Xingu e de todo Brasil”, afirma Kiukuro.
 Como escreve o filósofo francês Georges Di di-
 Huberman em seu livro Quando as imagens tomam
 posição: “Para saber é preciso tomar posição. Gesto
 nada simples”.    Kainahu Kuikuro, integrante do Coletivo Kuikuro de Cinema, no ritual do Kuarup na aldeia Afukuri, julho de 2021

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