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exposição São PAUlo
Em Histórias Brasileiras, oito núcleos conduzem
o visitante aos bastidores da arte e do movimento
de descolonização, que se estrutura cada vez mais
por leonor amarante
UMA EXTENSA E
CRÍTICA MOSTRA
frente ao Caos sóCiopolítiCo Do momento, o
homem ainda conta com a memória como refúgio para
reconstruir o espaço da utopia, do sonho e da resistência.
A coletiva Histórias Brasileiras, que ocupa o 1º andar
e o segundo subsolo do Museu de Arte de São Paulo
(Masp), provoca conexões do homem contemporâneo
com a sua ancestralidade, mistura ciência, saberes
populares, reflexão sobre os povos originários e afros,
rememora lutas sociais e políticas enfrentadas pelos
brasileiros ao longo dos tempos.
Seguindo as pulsões entre a tradição e a novidade,
Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu, e Lilia
Moritz Schwarcz, antropóloga convidada, junto com
mais nove curadores, orquestram a exposição com
quase 400 obras assinadas por 250 artistas. O dispa-
rador conceitual da mostra é fugir da história oficial,
imaginar enquadramentos temáticos que provoquem
reflexões renovadas sobre nossa colonização. Pedrosa
e sua equipe têm realizado exposições amarradas em
torno de diferentes narrativas que começaram com
Histórias da Infância (2016), Histórias da Sexualidade
(2017), Histórias Afro-Atlânticas (2018), Histórias das
Mulheres, Histórias Feministas (2019) e Histórias da
Dança (2020), que ocorreu somente online por conta
da pandemia.
“Agora com o bicentenário da Independência reali-
zamos Histórias Brasileiras. O Masp é um dos únicos
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