Page 11 - ARTE!Brasileiros #60
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curadora Sandra Benites, membro da comissão artís-
tica do Museu das Culturas Indígenas. A introdução
da mesa foi feita por Paula Macedo Weiss, doutora em
Direito pela Universidade de Tübingen e Presidente da
Fundação do Museu de Artes Aplicadas de Frankfurt, na
Alemanha. Weiss leu trechos de seu livro Democracia
em Movimento.
No segundo dia, a mesa teve como tema A Farsa e
a Comunidade. Seu objetivo foi repensar a primazia do
indivíduo sobre a coletividade, um movimento exacerbado
pelo neoliberalismo, e apontar que ações de resistência
vêm sendo elaboradas, dentro e fora do Brasil, como
contraponto. Para isso, reuniu importantes figuras de
hoje a fim de aprofundar a reflexão. Para falar de suas
experiências, estiveram presentes o artista, curador e
O tema da mesa do primeiro dia foi O Abismo e a membro da comissão de arte do MAM SP, Claudinei
Costura, uma referência ao poço sem fundo em que o Roberto da Silva; o artista indonésio Farid Rakun, mem-
Brasil parece ter caído nos últimos (quase) dez anos, bro do coletivo lumbung, responsável pela concepção e
desde quando ocorreram as chamadas Jornadas de execução da documenta quinze, e a artista e educadora
Junho, em 2013. A vilanização da política, a tomada do Graziela Kunsch, brasileira convidada a participar da
poder por parte da extrema direita e o recrudescimento mostra ocorrida até setembro em Kassel, na Alemanha.
dos ataques ao meio ambiente e a minorias – negros, A abertura ficou a cargo da professora Ligia Fonseca
povos originários, a comunidade LGBTQ+ – marcaram Ferreira, que apresentou um case sobre a representação
os últimos quatro anos, tudo agravado pela pandemia. e a visualidade do corpo negro na História da Arte, a partir
Ao mesmo tempo, partiram, justamente desses alvos, do livro Uma Africana no Louvre, de Anne Lafont, que
algumas iniciativas que têm por princípio a solidarieda- Ferreira acabou de traduzir para o português.
de, a empatia e o respeito, que vêm costurando formas Os encontros tiveram tradução simultânea e foram
de resistência, criando novas práticas culturais, novas acessíveis em Libras. O Seminário será disponibilizado
utopias para o presente. Para discutir essas cisões e online nas plataformas digitais da arte!brasileiros e
as potenciais suturas, foram convidados o professor do Sesc SP. Leia, nas próximas páginas, a cobertura
e psicanalista Christian Dunker e a pesquisadora e do VII Seminário Internacional.
Na página ao
lado, Danilo
Santos de
Miranda, diretor
do Departamento
Regional do
Sesc SP;
acima, Patricia
Rousseaux,
fundadora e
publisher da
plataforma
arte!brasileiros;
à dir., vista
do evento
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