Page 83 - ARTE!Brasileiros #59

Tarsila do Amaral, Antropofagia, 1929

Bienal Internacional do Museu da obra De Anita ao Museu que, Assim, interessaria atentar
de Arte Moderna de São Paulo . antes de ser lançado em forma para certos momentos daquela
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Se na história da literatura de livro, foi publicado como uma história ideal em que ela se
modernista a supremacia do série de artigos na imprensa chocou com situações concretas FOTO: ISABELLA MATHEUS ACERVO DA FUNDAÇÃO JOSÉ E PAULINA NEMIROVSKY EM COMODATO COM A PINACOTECA DE SÃO PAULO
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modernismo foi inúmeras vezes paulistana, durante os anos 1950 . que – caso tivessem sido levadas
questionada, no caso das artes É claro que De Anita ao Museu em conta –, teriam retirado
visuais ela há décadas se não foi o único elemento a qualquer possibilidade de
cristalizou como uma narrativa contribuir para a construção dessa pensarmos que as artes visuais,
nascida a partir de uma visão – hoje naturalizada – de que, de Anita aos museus,
inquietação apenas individual – no campo das artes visuais, o desenvolveram-se em São Paulo
leia-se Anita Malfatti –, modernismo teria se desenvolvido sem rachaduras, em um processo
até transformar-se em uma sem fissuras. Embora considere coeso, bem articulado e jamais
necessidade e ação coletivas – que o livro de Almeida se tornou a interrompido.
a criação dos museus de arte em espinha dorsal desse processo de Talvez o fato que mais
São Paulo. Esse relato triunfante mitificação do modernismo, outros comprometa essa visão tão
teve um arquiteto: o intelectual fatores também contribuíram idealizada encontre-se ainda
Paulo Mendes de Almeida, autor para a construção do mito. perdido em alguma publicação

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