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e com isso pôde acompanhar de perto a evolução
da arte contemporânea. “A arte está no meu dna,
e para mim este projeto é uma ideia encantadora.
A parceria do Pompidou em Foz do Iguaçu cer-
tamente será diferente da formada com outras
cidades, devido a peculiaridades culturais e pelas
circunstâncias locais e temporais.” O Pompidou tem
algumas antenas espalhadas pelo mundo: Xangai
(China), Málaga (Espanha), Bruxelas (Bélgica) e
Metz (França). Com isso, pode fazer circular seu
expressivo acervo de mais de 120 mil obras, das
quais apenas 10% estão expostas nas paredes
de sua sede em Paris. Há algum tempo, o museu
francês estuda a instalação de uma plataforma
na América Latina. E, ao que tudo indica, esse
momento chegou.
PARCERIA DEVE POTENCIALIZAR O museu de Foz de Iguaçu ainda não tem nome e
BIENAL DE CURITIBA a ideia inicial é que a construção tenha 10 mil metros
quadrados, mas como diz Luciana, tudo pode mudar.
para o Diretor geral da Bienal Internacional de “Quando começarmos a definir o conceito, pode
Arte de Curitiba, Luiz Ernesto Meyer Pereira, a parceria
para a implantação de um museu internacional de arte em ser que o espaço tenha que ser ampliado. Esta-
Foz do Iguaçu vai fortalecer e potencializar as ações de mos iniciando o processo de escolha do local, que
descentralização que a Bienal e o Governo do Paraná já somente se efetivará, e de comum acordo, quan-
estão realizando. “A Bienal, além de acontecer na capital do nossos parceiros conhecerem esses lugares”.
paranaense, também leva exposições de forma itinerante
para outras cidades do estado, descentralizando o acesso As reuniões devem prosseguir entre as equipes
à arte e contribuindo para a formação de público.” paranaense e francesa pelos próximos dez meses.
A Bienal de Curitiba acontece desde 1993 no Paraná Após a execução da primeira fase de conceitua-
e em outros estados e países, como o Paraguai, a ção e planejamento, será lançado um concurso
Argentina, o Uruguai, a França, Itália, China e Bélgica.
A cada edição, reúne centenas de artistas em espaços de arquitetura para escolher o projeto do museu
diversificados, que não se restringem a museus, centros internacional, no primeiro semestre de 2023. “O que
culturais e galerias, mas também invadem locais a céu nos interessa é que o projeto tenha relação com o
aberto com intervenções urbanas e performances. local”, ressalta Luciana. “Ainda não definimos os
Nomes icônicos como Marina Abramovic, Bruce Nauman, critérios do concurso que irá escolher o projeto, mas
Dan Flavin, Louise Bourgeois, Julio Le Parc, Ai Weiwei,
Richard Serra, entre outros, já passaram pela mostra, o Brasil está na vanguarda da arquitetura mundial
e temos certeza de que conseguiremos eleger um
assim como artistas emergentes.
FOTO: MANUEL BRAUN/CENTRE POMPIDOU o Centro Georges Pompidou, instituição também voltada definir em acordo com o nosso parceiro”.
Para Meyer Pereira, esse empreendimento inédito com
projeto à altura dessa iniciativa. Tudo isso vamos
à formação de artistas e à educação do público,
A expectativa no Paraná é de que a presença do
irá dinamizar uma prática que a Bienal já desenvolve.
Pompidou em Foz do Iguaçu não se resuma a uma
“Temos um importante projeto educativo dentro de cada
edição, que abrange desde medidas de ação inclusiva,
iniciativa isolada. A superintendente Luciana diz que
cursos de capacitação de professores, visitas
ele potencializará seu entorno, incentivando toda
monitoradas nos espaços expositivos até publicações
a cadeia de produção cultural. No futuro, prevê-se
voltadas a professores e monitores. Tudo isso deve ser
inclusive a criação de um museu ao ar livre, envol-
potencializado por essa parceria.”
vendo os municípios lindeiros ao lago de Itaipu.
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