Page 37 - ARTE!Brasileiros #59
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Acima, vista da exposição The Nature of the Game, de Francis Alÿs, no pavilhão
belga da Bienal de Veneza; abaixo obra da série Jatobá, de Rosana Paulino
Essa condição um tanto homogênea, no entanto, não
impede boas descobertas como as pinturas e bordados
da cantora chilena Violeta Parra (1917-1967), que eram
chamadas por ela de “canciones que se pintan”. Essas
FOTO: ROBERTO RUIZ | CORTESIA DA ARTISTA E DA GALERIA MENDES WOOD DM
obras, aliás, foram expostas no Louvre, em 1964, sendo
ela a primeira latina a ser exibida no museu francês. Em
Veneza, Parra comparece com três bordados, técnica
também usada por outra latino-americana, a haitiana
Myrlande Constant. Por sua vez, fios são a base das
sofisticadas esculturas de Ruth Asawa (1926-2013), uma
ex-aluna da Black Mountain College.
Outro contraponto ao conjunto resplandecente da
seleção de Alemani é a instalação de Barbara Kruger,
Untitled (Beginning/Middle/End) (sem título/começo,
meio e fim), aliás, das poucas obras comissionadas
para esta edição. Ela faz referências ao tempo atual
nos vídeos que compõem a instalação e repetem frases
como “please care” (por favor, tome cuidado) e “please
mourn” (por favor, faça o luto), referências explícitas às
mortes da pandemia.
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