Page 38 - ARTE!Brasileiros #56
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MERCADO MARLI MATSUMOTO ARTE CONTEMPORÂNEA





            diferentes, os territórios não estão demarcados, as   investimentos em arte e existem pessoas que iniciam
            fronteiras são mais fluidas e as pessoas fazem par- suas coleções nesses períodos.”
            cerias. Marli concordou com, inaugurou sua galeria   Formada em história pela usp, o que a ajudou nesse
            e continua a participar de alguns trabalhos com Luisa.  conhecimento de arte, Marli se interessa pela pesquisa e
           “Por exemplo, vou cuidar da obra da Anna Maria Maio- procura conhecer melhor os artistas com quem trabalha.
            lino e viajar com a Luisa para a Art Basel, executando  “Não tenho um projeto pronto para a galeria, pretendo
            coisas diferentes daquelas que faço na minha galeria”.  manter a casa aberta para ver todas as possibilidades,
            Ainda sem um elenco de artistas definido, ela mantém   sentir o que se pode fazer em termos de relacionamento
            uma relação próxima com alguns artistas com quem   do mercado com a arte, com a parte institucional, com o
            trabalhou por anos. “Para esta exposição, por exem- mercado internacional.” E ela se pergunta: por que não
            plo, a Maiolino fez questão de me enviar uma obra   trazer artistas de fora? Por que não usar o espaço para
            nova. Tudo o que ela fez na pandemia resultou nessa   convidar uma galeria do exterior para expor aqui? Estas
            escultura aqui exposta”.                        são algumas das questões que gravitam em sua cabeça.
               Apesar da crise, algumas galerias estão abrindo   A forma como Marli pensa a galeria/casa é um
            filiais fora do Brasil e outras não escondem seu sucesso   exemplo bem simples do que já está desenvolvendo.
            de vendas. Pergunto se existe um mercado realmente  “Havia uma estante na sala, então eu convidei a Rita
            sólido para a arte, que não é atingido como os demais   Mourão para ocupar aquele espaço. Ela está fazendo
            segmentos. Marli diz que sim. “Em tempos de crise a   uma curadoria em paralelo, mas convergindo para a
            arte é uma forma das pessoas fazerem investimentos,  exposição.” Isso vai sempre acontecer na galeria porque
            diversificá-los. Não que a gente transforme a obra em   Marli acredita que os projetos coletivos estão ganhan-
            commodities, mas de fato pode-se realizar grandes   do força e as relações se aproximam e se consolidam








































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