Page 36 - ARTE!Brasileiros #56
P. 36

MERCADO MARLI MATSUMOTO ARTE CONTEMPORÂNEA


















            UMA GALERIA


            DIFERENCIADA


            CHEGA AO


            MERCADO                                         Ainda com planos e projetos

                                                            em aberto e na busca por travar
                                                            novos diálogos, o mais novo
                                                            espaço do circuito ocupa, com
                                                            atmosfera zen, construção
                                                            modernista na Vila Madalena


                                                            por leonor amarante



            uma Charmosa Casa De estilo moDernista com         Ela entende seu projeto como “dialética da transi-
            toque oriental abriga a recém-inaugurada galeria Marli   ção”, traduzida como aquele momento em que você é
            Matsumoto Arte Contemporânea, na Vila Madalena.  perpassada por um movimento lento, daqueles que vão
            Somando experiências consistentes adquiridas em sua   entrando num tipo de trabalho e, quase sem perceber,
            passagem pelas casas Nara Roesler, Raquel Arnaud e   adentra em outros, num círculo contínuo do fazer. “Esta-
            Luisa Strina, a mais nova marchand da cidade acom- mos no meio de uma grande incógnita, uma situação
            panhou de perto vários artistas consagrados, viu o   mundial da qual ninguém escapa”. Um momento de
            mercado de arte crescer e se profissionalizar e agora vai   mais perguntas que respostas. Como se comportar
            colocar tudo em prática nesse projeto. Bolhas Siderais   em relação à pandemia é uma das questões que todos
            é o tema lúdico da exposição inaugural que se insere   enfrentamos diariamente. “Em meio a tudo, temos que
            na atmosfera zen do espaço onde obras de 14 artistas,  valorizar a manutenção do planeta, as questões que
            com curadoria de Juliana Monachesi, desenvolvem   envolvem as minorias indígenas, afrodescendentes, de
            engenhosos modelos de deslocamentos para a com- gêneros, enfim, com tudo o que constitui esse momento.
            preensão da narrativa. Marli fala das bolhas particulares   É a hora de revisitar e rever tudo isso, nossos valores e
            em que habitamos e que nos jogam para outros cosmos,  a possibilidade de encontro com as pessoas, porque é
            bem diferentes daqueles que vivíamos há um ano e   isso que move a arte, ela precisa do espectador”. Com
            meio, com muitos deslocamentos, encontros, reuniões   essa determinação, Marli decidiu fazer a exposição
            apressadas e contínuas. Parte das obras parece res- mesmo se contasse apenas com três ou quatro obras
            ponder a esse âmbito crítico. Toda a exposição segue   e pudesse chamar só uma pessoa para a ver: “Isso já
            o princípio minimalista da casa/galeria ligada a uma   teria valido à pena”.                          FOTO: PATRICIA ROUSSEAUX
            aura que sugere tranquilidade, o que está evidente em   Quando Marli comunicou a Luisa Strina que seguiria
            todos os espaços.                               um projeto solo, ela respondeu que hoje as coisas são

            36
   31   32   33   34   35   36   37   38   39   40   41