Page 84 - ARTE!Brasileiros #47
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PERFIL MAX PERLINGEIRO
FORA DOS LIMITES
QUE TRAVAM AS AÇÕES
MAX PERLINGEIRO SE DIVIDE ENTRE CURADORIAS DE MOSTRAS,
EDIÇÃO DE LIVROS E ADMINISTRAÇÃO DE COLEÇÕES DE RENOME
POR LEONOR AMARANTE
NO SISTEMA BRASILEIRO DE ARTE sempre houve áreas de
escape, desde a primeira edição da Bienal de São Paulo em 1951,
quando o deserto cultural brasileiro foi surpreendido por uma
avalanche internacional de diretores de museus, críticos, gale-
rias, artistas e obras inimagináveis. Nas décadas seguintes, o
aprendizado estimulou o surgimento de jovens empreendedores
dispostos a enfrentar o incipiente sistema brasileiro de arte, entre
eles Max Perlingeiro. O terreno era demarcado por história própria,
influência europeia, crítica reduzida e raríssimas galerias profis-
sionais. Com o tempo o cenário se alargou, e hoje Perlingeiro atua
como empresário, editor, curador, organizador de cursos de arte e
administrador de coleções. Sua história prova que lidar com arte é
também um processo de territorialização. Em janeiro de 1979, cria
a Pinakotheke Cultural no Rio de Janeiro, mais de duas décadas
depois, em 2002, inaugura a filial em São Paulo. Antes disso, em
1987, abre as portas da Multiarte, em Fortaleza, uma espécie de
ponte entre a Pinakotheke e o Nordeste.
Ao desempenhar múltiplas funções com objetivo de formação,
pesquisa, questionamento, Perlingeiro gera conhecimento apli-
cado em várias plataformas de difusão da arte brasileira. O
resultado dessa performance lhe valeu este ano o prêmio Ciccilo
Matarazzo, da Associação Brasileira dos Críticos de Arte (ABCA).
Hierarquicamente, parece não haver uma tarefa que suplante
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