Page 33 - ARTE!Brasileiros #47
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LAURA VINCI, NO AR, EXPOSTA NO MUBE EM 2017 SERÁ ADAPTADA PARA A FLIP DESTE ANO


                     que tudo começasse a ser estabelecido. A escolha de   ARTES VISUAIS NO AUDITÓRIO DA MATRIZ
                     No Ar para integrar a estreia do projeto foi discutida   Na programação mais disputada da Flip, que acontece
                     entre a artista e a curadora: “É um trabalho que tem   em um auditório montado dentro da Igreja Matriz da
                     essa caraterística de se adaptar muito, ele se reinventa   cidade de Paraty, as artes visuais também estarão
                     no lugar. Ele é um trabalho que é bruma, é só vapor.   presentes em diversos formatos. Na quinta, 11 de julho,
                     Então ele se adere fácil à situação espacial. Tem traba-  a fotógrafa Maureen Bissiliat será entrevistada por
                     lhos que exigem espacialidades específicas e o No Ar   Miguel de Castillo e Rita Palmeira na mesa 6, intitulada
                     não, ele só precisa de água”, conta a artista. A fluidez   Serra Grande.  A  fotógrafa inglesa radicada no Brasil
                     do vapor na obra de Laura faz com que o público possa   dedicou-se ao encontro entre a palavra, a imagem e a
                     descobrir formas diversas nas variações que a fumaça   geografia ao longo de sua trajetória, conhecida espe-
                     cria no espaço, além da característica do trabalho em   cialmente por seus trabalhos com os povos do Xingu.
                     si transformar o local onde está.                 Na mesa 12, Mata de Corda,  a artista Grada Kilomba
                     Sobre a interdisciplinaridade que permeia a Flip   é interrogada por Kalaf Epalanga e Lilia Schwarcz
                     e a proposta de inserir as artes de maneira mais   sobre as questões que rondam seu livro Memórias da
                     pontual, Laura não tem dúvidas de que é o país vive   Plantação, a ser lançado durante o evento pela edi-
                     um momento em que colaboração entre as áreas é    tora Cobogó. Nele, a artista discute temas como raça,
                     algo necessário: “Isso é uma coisa muito importante   classe, gênero e pós-colonialismo, já muito presentes
                     para nós, ampliar isso e fortificar essas relações”,   em sua obra. Em seguida, na mesa 13, Ailton Krenak
                     ela diz. Para ela, existem algumas áreas que se   e José Celso Martinez Correa conversam sobre a
                     vinculam de forma mais pontual e forte com a lite-  valorização da cultura, terras férteis para a arte e a
                     ratura, como o cinema. “Nas artes visuais isso não   diversidade, com mediação de Camila Mota. As ativi-
                     é tão claro, mas acho que a gente pode começar a   dades ocorrem no dia 12 de julho e, no dia seguinte,
                     achar esses encontros”, ela comenta ao citar como   mesas com Ismail Xavier, Miguel Gomes, Grace Passô,
                   FOTO NELSON KON  exemplo dessa confluência a sua obra Máquina do   Marina Person e José Miguel Wisnik também trarão
                     Mundo, que se debruça sobre um poema de Carlos
                                                                       as artes visuais à feira em suas discussões em torno
                                                                       de cinema, dramaturgia, arte e literatura.
                     Drummond de Andrade.

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