Page 38 - ARTE!Brasileiros #47
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INSTITUIÇÕES FAMA













































             OSWALDO GOELDI, TARDE, 1955. XILOGRAVURA, COLEÇÃO FAMA



             Aproximações (extendida até 1º de setembro) com-  sobressaem obras de Tunga, Fábio Miguez e Beto
             porta-se como um elo que une aquela mencionada   Shwafaty, entre outros, o segmento moderno
             escultura atribuída ao Aleijadinho – meio perdida   não fica atrás. Afinal ali estão algumas obras que
             na outra exposição – ao grande segmento de arte   certamente permanecerão como paradigmas da
             contemporânea local – o forte do acervo. Esse   arte produzida no Brasil, seja qual for o enfoque
             encadeamento que a mostra de Amaral explicita   dado, como as pinturas de Almeida Jr., Segall e
             sinaliza para um devir da Coleção da Fundação   Guignard ali presentes.
             Marcos Amaro transformando-se em um museu                       ***
             de arte brasileira, da passagem do século XVIII   Terminada a visita, fiquei pensando: apesar de
             para o XIX até a atualidade.                todos os problemas inerentes ao um empreendi-
             Mesmo que essa narrativa sobre o que pode ter   mento ainda em processo de assentamento, que
             sido a arte no Brasil nesses últimos séculos venha   baita presente para a Itu a presença da FAMA
             sendo revista nos anos recentes, parece não res-  na cidade! Que presente para o país, nesses
             tar dúvidas sobre o quanto será importante um   tempos tão tenebrosos, a presença de Marcos
             acervo desse porte em uma cidade como Itu, para   Amaro atuando com todo o entusiasmo de sua
             que novas pesquisas possam ser desenvolvidas   juventude em prol da arte e da cultura. Ele e
             no sentido de – quem sabe – reconsiderar essa   sua coleção de vocação pública – dentro de uma
             visão sobre o fenômeno artístico brasileiro que se   fábrica que tem tudo para se transformar numa
             tornou hegemônica. Afinal, obras boas não faltam   usina de arte e conhecimento – fazem renascer
             ao acervo. Se em seu segmento contemporâneo   a esperança de que nem tudo está perdido, ou
             – sob a responsabilidade de Ricardo Resende –,   se perdendo, no Brasil.


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