Page 28 - ARTE!Brasileiros #47
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BIENAIS CUBA – HAVANA
O DESAFIO DO
POSSÍVEL
DÁ FÔLEGO
À 13ª BIENAL
DE HAVANA
COM ESSE TEMA A EXPOSIÇÃO REAPARECE
DEPOIS DE QUATRO ANOS, INTERROMPIDA
PELO FURAÇÃO IRMA, EM 2017
POR LEONOR AMARANTE
“OS PEIXES NÃO SOBREVIVEM EM ÁGUAS
LIMPAS”. A máxima de Mao Tsé Tung lembra o
navegar turbulento da Bienal de Havana ao longo
de 30 anos, com dificuldades financeiras e buro-
cráticas, mas não suficientes para naufragá-la. O
tema da 13ª edição, O Desafio do possível sintetiza
a luta que toca no imaginário e tenta dar rosto ao
impossível. O evento segue na busca de maiores
correspondências entre a criação e as práticas
de vida, ou a pontos convergentes. Com um ano
de atraso, por conta do furacão Irma, a mostra
coincide com as comemorações dos 500 anos
da fundação de Havana e os quase 30 da Bienal.
Qual é a transcendência do maior evento cultural
da Ilha? Há muitas mediações sobrepostas na
Bienal de Havana desde a sua fundação em 1984:
arquitetura do lugar, carga histórica, crise finan-
ceira local e a dos países participantes, fricções
ideológicas variadas, críticas dentro e fora de Cuba,
achaque de galeristas e colecionadores vorazes
que chegam à Ilha a procura de arte de qualidade
a preços muito abaixo do mercado internacional.
Se comparada às edições anteriores a 13ª Bienal
não está entre as melhores. O mesmo sucede
às últimas bienais de São Paulo, Veneza e à
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