Page 41 - ARTE!Brasileiros #40
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REGISTRO , FEITO EM 1969,
                                                                           DE MARIO PEDROSA NA
                                                                           CASA DO ARTISTA ITALIANO
                                                                           ALBERTO MAGNELLI. ABAIXO,
                                                                           OBRA QUE INTEGRA A SÉRIE
                                                                            BICHOS DE LYGIA CLARK













































                     Brasil, no movimento neoconcretista no fim dos anos   capitalista ou autocrática”, diz Barreiro. Com sua visão
                     1950. Na exposição, obras de Amilcar de Castro, Cicero   múltipla, o autor acaba por se descolar da linha predomi-
                     Dias, Waldemar Cordeiro, Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio   nante entre os críticos de esquerda, que vinculava mais
                     Oiticica, entre outros, dão a dimensão da importância   fortemente a produção artística à estrutura econômica.
                     que estes artistas tiveram para Pedrosa.          É também no pós-guerra, segundo o curador, “que ele
                     É deste período também, mais especificamente de 1949,   começa a ter uma visão mais clara de que a arte não
                     a tese de doutorado do crítico – que dá nome à mostra   pode ser panfletária, que ela tem que falar sua própria
                     – Da Natureza Afetiva da Forma, na qual relaciona a   língua”. Isso não significou, no entanto, um afastamento
                     abstração geométrica com questões de percepção e psi-  de sua militância socialista (de linha trotskista) nem de
                     cologia visual. “Acho que essa introdução do subjetivo,   sua crença no papel político e social da arte.
                     do afetivo e do emotivo para pensar uma linguagem que   “Pedrosa dedicou seus esforços na formulação de ideias
                  FOTO ALÉCIO DE ANDRADE  abre a porta para o neoconcretismo”, diz Pérez-Barreiro.   dução intelectual”, explica Sommer. “Está em Pedrosa
                     pode ser completamente racional na aparência é o que
                                                                       sobre a função social da arte ao longo de toda a sua pro-
                     Pedrosa defendia ser a arte uma necessidade vital, “algo
                                                                       uma aspiração social libertária que busca uma revolução
                     que sempre vai existir seja numa sociedade comunista,
                                                                       da sensibilidade para a revolução dos homens, de forma

                                                                                                                      41



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