Fundo Colaborativo
Arte de divulgação da iniciativa. Foto: Divulgação

Fundo Colaborativo
Imagem de divulgação da iniciativa. Foto: Divulgação

Em um momento de profunda crise no Brasil, alguns dos mais atuantes espaços independentes de arte do país se reuniram para conceber o Fundo Colaborativo para Artistas e Criadores. Desenvolvido a partir do FunColab, iniciativa do Solar dos Abacaxis (Rio de Janeiro) lançada em 2020, o Fundo Colaborativo reúne, alem do espaço carioca, a Casa do Povo (São Paulo), o Chão SLZ (São Luís), a Galeria Maumau (Recife), o JA.CA (Belo Horizonte) e o Pivô (São Paulo).

Com o objetivo de captar doações e distribuí-las para artistas e profissionais das artes de todo o país, o projeto tem como primeira inciativa uma ação intitulada BROTAR. Nela, cada participante, após receber um fomento no valor de R$ 800, é convidado a compartilhar suas práticas e pesquisas por meio das redes sociais do Fundo Colaborativo e, na sequência, indicar um próximo profissional para também receber recursos. Os primeiros nomes anunciados foram os da artista cearense Linga Acácio e do artista maranhense Layo Bulhão. Mais quatro participantes serão anunciados nos próximos dias.

“Dessa forma, sucessivamente, elabora-se uma corrente de apoio de cuidado que se desdobra em ciclos de seis participantes. Dessa maneira, os próprios artistas são responsáveis pela criação dessa rede, que, nesse primeiro ato, apoiará um total de 36 artistas”, explica o texto de divulgação do projeto.

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“Terra posithiva”, 2020, performance de Linga Acácio. Artista cearense, Linga pesquisa, escreve e produz conhecimentos que se atravessam nos campos da performance, interseccionalidade, dissidência de gênero e travestilidade, HIV+, contaminações entre corpo e espaço e estratégias anticoloniais. Foto: Divulgação.

Segundo as instituições envolvidas, “a iniciativa surge com a intenção de estimular a continuidade de processos criativos por meio de diversas vias de incentivo a artistas e profissionais das artes de todo o Brasil”. “Diante da grave escassez de recursos e da atualmente constante ruptura dos laços institucionais que visam a ordem democrática, criar redes de apoio mútuo e promover suas continuidades são formas de preservar as vidas de quem constrói a cultura compartilhada com o seu próprio fazer artístico. E neste momento de grave crise econômica intensificada tanto pela pandemia de Covid-19 quanto pelo total descaso governamental e sua falta de políticas públicas nacionais, a criação de redes de apoio sistêmicas torna-se cada vez mais urgente.”

Segundo Bernardo Mosqueira, diretor do Solar dos Abacaxis, a intenção do Fundo Colaborativo a partir desta primeira ação é alcançar outras parcerias. “Estamos abertos e desejantes por apoios individuais, de empresas, e institutos tanto do Brasil quanto do exterior. Pra gente é muito importante que cada campanha de distribuição de recurso seja acompanhada por uma campanha de arrecadação de recursos para que possamos dar sempre movimento a esse fundo e às nossas atividades”, diz ele. Paralelamente ao BROTAR, o Fundo Colaborativo lançou uma campanha de doações online (veja aqui).


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