elas ruas de cidades do noroeste da Itália e do litoral sudeste da França, é possível encontrar anúncios com imagens de obras de Alfredo Volpi, o italiano que aos dois anos de idade foi morar no Cambuci, bairro tradicional de São Paulo, em 1898. A publicidade chama a atenção das pessoas para a exposição Alfredo Volpi – La Poétique de la couleur (A poética da cor), que está em cartaz na cidade-estado de Mônaco até 20 de maio. Aberta no Nouveau Musée National de Monaco, desde o dia 9 de fevereiro, a mostra com aproximadamente 70 trabalhos do artista, produzidos entre 1940 e 1970, tem deixado o público deslumbrado.

Com pouca difusão fora do Brasil e da América Latina, pode-se dizer que Volpi ainda está sendo “descoberto” na Europa. Isso explica a surpresa, seguida de encanto, que suas famosas organizações de bandeirinhas em têmpera, dentre outras várias expressões, têm causado no público local. Lá fora, está sendo considerado “o artista brasileiro mais amado do século XX” e também tem sido chamado por veículos especializados em arte de “herói” e “orgulho” brasileiro. Essa característica difusória da exposição em Mônaco é considerada “educativa” pelo diretor do Insituto Volpi, Pedro Mastrobuono.

Alfredo Volpi, Sem título: Fachada marrom, terra, lilás, vermelho, verde, fim da década de 1970. (foto: Divulgação)

Apesar de obras suas terem sido expostas na Bienal de Veneza de 1962 e em galerias europeias, é a primeira vez que uma exposição individual do artista acontece em uma insitutição pública fora do Brasil. Isso graças a um grande esforço que o Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna tem feito, e também pelo apoio da Galeria Almeida e Dale.

O impacto positivo causado pelas obras de Volpi já atingiu grandes colecionadores e também a realeza monegasca. A princesa Caroline de Hanover, que abriu a exposição, pontuou em entrevistas a admiração pelo artista e o encantamento que as obras lhe causaram. O curador Cristiano Raimondi, chefe de Desenvolvimento e Projetos Internacionais do museu, atenta para os sinais de influências que o pintor, autodidata, teve de grandes artistas europeus, como Matisse e Cézanne.

Além da exposição em Mônaco, Volpi também tem algumas de suas obras, selecionadas por Luisa Strina, exibidas na galeria S|2, da Sotheby’s, em Londres. Apesar de não seguir uma escola definida, tem seu trabalho caracterizado lá como um “modernismo exploratório”. Desta forma, sua mostra vem acompanhada também de uma exposição do italiano Bice Lazzari. Além da mostra, que termina em 29 de março, a famosa casa realizará um leilão com trabalhos do artista, de com sessões em 13 de abril e 29 de junho.

Alfredo Volpi MoMA
Algumas das obras de Volpi expostas em Mônaco. Em cima, à esquerda, Fachada com bandeiras e arcos, 1950; à direita, Sem Título,1970. Abaixo, Sem titulo: composicao azul e preta com linhas vermelhas, 1959. (fotos: Divulgação)

 


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