A Vermelho abre neste sábado (14/5), em São Paulo, duas individuais: o argentino Nicolás Robbio (Mar del Plata, 1975) apresenta Onde cabe o olho, sua nona exposição na galeria; e Chiara Banfi (São Paulo, 1979) inaugura Take 3, sua sétima individual na casa. Ambas ficam em cartaz até 11 de junho e marcam os 20 anos de atividades da galeria paulistana, a serem comemorados no dia 17 de maio.
Robbio vai ocupar as salas 1 e 2 e o hall de entrada da Vermelho com uma “obra-ocupação”, em que propõe um exercício de subversão dos percursos do espaço. Em texto para a mostra, a curadora Clarisa Appendino questiona: “Tampinhas, elásticos, pérolas de fantasia, confetes, alfinetes, arruelas, bancos, fósforos… de onde vêm estes elementos que, como moedas no chão, recolhemos com o olhar durante o percurso? Embora seja uma pergunta válida, a resposta é evidente. Então, o que nos interessa não é somente a origem destes objetos, mas sim seu trajeto e o deslocamento que destinou os pequenos elementos a suspender seu ofício cotidiano para notar uma mancha acidental de verniz”.
Representado pela Vermelho desde a criação da galeria, o artista argentino vive e trabalha entre São Paulo e Buenos Aires. É graduado pela Escuela Superior de Artes Visuales Martin A. Malharro (1999). Além das individuais na galeria paulistana, Robbio realizou exposições como Testigo fantasma (Museu Sivori, Buenos Aires, 2019); Ejercicios de resistência (La Casa Encendida, Madri, 2017); Plano Expandido: questões ao traçar uma linha (Sesc Pompéia, São Paulo, 2016), Observações de uma realidade sincopada (Museu da Cidade, Lisboa, 2015) e Every Body Knows (Galerie Invaliden, Berlin, 2013), entre outras.
Na sala 3, Chiara Banfi traz dois desdobramentos de sua pesquisa sobre o som, a materialidade e as simbologias existentes em instrumentos, partituras musicais e LPs. Em Elza (2012-2022), discos de vinil prensados com resíduos de vinis e polímeros coloridos criam 100 discos-pintura únicos, com uma gravação inédita de Elza Soares cantando Aquarela do Brasil, de Ary Barroso. Em 2012, Elza gravou três takes da canção para o disco Sonzeira – Brasil Bam Bam Bam. A gravação que Banfi apresentada é a “take 3”, então considerada visceral e emocional demais pelos produtores para o projeto. As gravações que integram Elza e Cases poderão ser ouvidas pelo visitante na sala 3 da Vermelho. Já em Cases (2022), a artista criou estojos especialmente para emoldurar LPs que trazem sons de fogo e de rios, em cada um de seus lados.
Chiara vive e trabalha no Rio. Formada em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo, em 2003, a artista já realizou, além das individuais na Vermelho, mostras como Lugar para estar (GaleryRio, Nantes, França, 2010) e Firehouse (De Vleeshal, Middelburg, Holanda, 2005). Também participou de coletivas no Toyota Municipal Museum of Art (Aichi, Japão, 2008), no Instituto Itaú Cultural (São Paulo, 2008), na Fondation Cartier (Paris, França, 2005) e no Museum of Contemporary Art San Diego (San Diego, EUA), entre outras instituições nacionais e internacionais.
SERVIÇO
Nicolás Robbio – Onde cabe o olho
Chiara Banfi – Take 3
Galeria Vermelho: R. Minas Gerais, 350, São Paulo (SP)
Visitação: 14 de maio a 11 de junho de 2022
Horário: Terça-feira a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 17h
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de
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O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento. É sobre essas presenças que trata a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil, com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e realização do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A mostra abre ao público no dia 24 de maio e fica em cartaz até janeiro de 2025.
A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA.
Línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil, seja em seu vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases, mesmo que esta estruturação não seja do conhecimento dos falantes. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravocrata. Além da língua, essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.
“Ao mesmo tempo que a gente quer mostrar ao público que falamos uma série de expressões e estruturas que remontam a línguas negro-africanas, também desejamos revelar de que maneira isso acontece. Por que falamos caçula e não benjamim? Por que dizemos cochilar e não dormitar? Essas palavras fazem parte de nosso vocabulário, da nossa vida, do nosso modo de pensar”, afirma Santana.
A exposição Línguas africanas que fazem o Brasil recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bunda, xingar, marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o Museu está localizado.
Outro destaque no espaço é a obra do artista plástico baiano J. Cunha – um tecido estampado com os dizeres “Civilizações Bantu” que vestiu o tradicional Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, no Carnaval de 1996. Além disso, cerca de 20 mil búzios também estarão suspensos e distribuídos pelo ambiente. Na tradição afro-brasileira, as conchas são usadas em práticas divinatórias e funcionam como linguagem que conecta o mundo físico e espiritual.
“Os búzios estão presentes nos espaços afro-religiosos no Brasil que foram, não os exclusivos, mas os principais núcleos de preservação e reinvenção das línguas africanas do Brasil. A partir deles, as presenças negras se irradiaram para outras dimensões da cultura popular brasileira”, diz Santana.
Ainda na entrada da exposição, o público avistará vários adinkras espalhados pelas paredes. Trata-se de símbolos utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteiras em um único ideograma. Evidenciando a presença desse povo como parte da diáspora africana, é possível encontrar, em diversas regiões do Brasil, gradis de residências e outras construções arquitetônicas adornados com alguns dos mais de 80 símbolos dos adinkras.
Fazem parte da exposição duas videoinstalações da relevante artista visual fluminense Aline Motta. Na obra Corpo Celeste III, emprestada pela Pinacoteca de São Paulo e projetada no chão em larga escala, a artista destaca formas milenares de grafias centro-africanas, especificamente as do povo bakongo, presente em territórios como o angolano. Este trabalho foi desenvolvido com o historiador Rafael Galante. Já em Corpo Celeste V, criada exclusivamente para o Museu da Língua Portuguesa, quatro provérbios em quicongo, umbundo, iorubá e quimbundo, traduzidos para o português, serão exibidos em movimento nas paredes e em diálogo com Corpo Celeste III.
Um dos principais nomes da nova geração da escultura no país, a baiana Rebeca Carapiá assina obras de arte criadas em diálogo com frequências e grafias afrocentradas, a partir de seu trabalho com metais.
A exposição também mostra como canções populares no Brasil foram criadas a partir da integração entre línguas africanas e o português, como Escravos de Jó e Abre a roda, tindolelê. O “jó”, da faixa Escravos de Jó, advém das línguas quimbundo e umbundo e quer dizer “casa”, “escravos de casa”. “Escravizados ladinos, crioulos e mulheres negras, que realizavam trabalho doméstico e falavam tanto o português de seus senhores quanto a língua dos que realizavam trabalhos externos, foram a ponte para a africanização do português e para o aportuguesamento dos africanos no sentido linguístico e cultural”, diz Tiganá Santana com base nas pesquisas da professora Yeda Pessoa de Castro.
Além dos búzios, a mostra explora outras linguagens não-verbais advindas das culturas africanas ou afro-diaspóricas. Entre elas, os cabelos trançados, que, durante o período de escravidão no Brasil, serviam como mapas de rotas de fugas. E de turbantes, cujas diferentes amarrações indicam posição hierárquica dentro do candomblé. Há ainda dois trabalhos da designer Goya Lopes, cujas principais referências são as capulanas, os panos coloridos usados por mulheres em Moçambique. Tais trabalhos enfatizam uma articulação significativa com a língua iorubá.
Outro exemplo da linguagem não-verbal são os tambores, que compõem uma cenografia constituída por uma projeção criada por Aline Motta, com imagens do mar e trechos do texto Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, de Lélia Gonzalez, uma das principais intelectuais do Brasil, referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe. Nestes trechos, verifica-se o uso da expressão pretuguês cunhada pela intelectual. Por fim, ainda nessa cena, é importante ressaltar a presença de esculturas da Rebeca Carapiá, conversando com as frequências dos tambores.
Numa sala de cinema interativa, o visitante será surpreendido com uma projeção de imagens ao enunciar palavras de origem africana como axé, afoxé, zumbi e acarajé.
O público terá acesso a uma série de registros de manifestações culturais afro-brasileiras e de conteúdos sobre as línguas africanas e sua presença no português do Brasil. Há performance da cantora Clementina de Jesus, imagens da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade, entrevistas com pesquisadores como Félix Ayoh’Omidire, Margarida Petter e Laura Álvarez López, além de gravações de apresentações do bloco Ilú Obá De Min e da Orkestra Rumpilezz, e o vídeo Encomendador de Almas, de Eustáquio Neves, que retrata o senhor Crispim, da comunidade quilombola do Ausente ou do Córrego do Ausente, na região do Vale do Jequitinhonha.
Tudo isso em meio a sons de canções rituais e narrativas em iorubá, fom, quimbundo e quicongo, captados pelo linguista norte-americano Lorenzo Dow Turner nos anos de 1940 na Bahia e cedidos pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Será possível, ainda, assistir aos filmes sobre o Quilombo Cafundó: um que já existia há mais de 40 anos e outro que foi concebido para a exposição, versando sobre a língua cupópia de modo mais enfático.
Serviço
Exposição | Línguas africanas que fazem o Brasil
De 24 de maio a 18 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência permitida até 18h)
Período
24 de maio de 2024 09:00 - 18 de janeiro de 2025 16:30(GMT-03:00)
Local
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº Centro, São Paulo - SP
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a
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A partir de 26 de junho será possível conhecer o pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935 – 1994). O Sesc São Paulo, em parceria com a Boitempo, inaugura o projeto Lélia em nós: festas populares e amefricanidade, na unidade Vila Mariana. A exposição, que fica em cartaz até 24 de novembro de 2024, foi inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo) e promove uma celebração da cultura afro-brasileira – ou amefricana, como propõe a autora – a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez, uma proeminente ativista do movimento negro brasileiro e importante teórica do feminismo negro, cuja morte completará 30 anos em 10 de julho de 2024.
Com uma seleção de produções contemporâneas e de diferentes períodos, reunida em cinco eixos temáticos, Lélia em nós: festas populares e amefricanidade apresenta pinturas, fotografias, documentos históricos, objetos, performances, instalações e vídeos de artistas como Alberto Pitta, Heitor dos Prazeres, Januário Garcia, Maria Auxiliadora, Nelson Sargento, e Walter Firmo, além de 12 trabalhos inéditos, de artistas como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.
A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia. Parte do acervo do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMELG), a coleção reúne álbuns de artistas como Wilson Moreira e Nei Lopes, Luiz Gonzaga, Tamba Trio, Clementina de Jesus, Jamelão e Lazzo Matumbi
Partindo de conceitos teóricos desenvolvidos por Lélia Gonzalez, como a categoria político-cultural de amefricanidade – termo cunhado pela acadêmica em contraposição à ideia hegemônica de afro-americanidade para, segundo ela, “ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e redimensionar a influência da diáspora atlântica para a formação das Américas do Sul, Central, do Norte e Insular –, a mostra convida o público à compreensão do potencial da cultura popular afro-brasileira como tecnologia de identidade e resistência.
Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a exposição foi inspirada pelas proposições feitas por Lélia Gonzalez em Festas populares no Brasil. Único título publicado em vida pela intelectual exclusivamente como autora, o livro foi publicado originalmente em 1987. A obra não foi oficialmente lançada no mercado, tendo sido patrocinada por uma empresa multinacional e distribuída como presente de fim de ano. No mês de abertura da exposição, a publicação ganhará nova edição da Boitempo, a primeira voltada à circulação no mercado editorial. Com textos da acadêmica que evidenciam laços indissociáveis entre Brasil e África por meio de manifestações populares como o Carnaval, o Bumba-Meu-Boi, as Cavalhadas e festas afro-brasileiras como as Congadas e o Maracatu, a obra reúne mais de cem imagens de cinco fotógrafos: Leila Jinkings, Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Januário Garcia e Walter Firmo (os dois últimos, integrando a exposição). A nova edição inclui também materiais inéditos, textos de apoio, fac-símiles, prólogo de Leci Brandão, prefácio de Raquel Marreto, posfácio de Leda Maria Martins, texto de orelha de Sueli Carneiro e quarta capa de Angela Davis e Zezé Motta.
Serviço
Exposição | Lélia em nós: festas populares e amefricanidade
De 27 de junho a 24 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 21h; aos sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
27 de junho de 2024 10:00 - 24 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana – São Paulo - SP
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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A Trienal Internacional Pictórica de Tijuana 2024 está em sua segunda edição e promete ser um marco cultural na fronteira do México. Realizada no Centro Cultural Tijuana (CECUT), a exposição
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A Trienal Internacional Pictórica de Tijuana 2024 está em sua segunda edição e promete ser um marco cultural na fronteira do México. Realizada no Centro Cultural Tijuana (CECUT), a exposição reúne mais de 80 obras de 86 artistas de 15 países, incluindo México, Brasil, Alemanha, Estados Unidos e Espanha. A temática desta edição explora questões como corporeidade, identidade e território, desafiando os limites tradicionais da pintura com propostas contemporâneas e experimentais.
Os visitantes podem participar ativamente, votando nas obras que mais os impactarem. O vencedor receberá um prêmio de 1 milhão de pesos, com prêmios adicionais para os segundos e terceiros colocados. A curadoria é liderada por Leonor Amarante, destacada professora brasileira, garantindo um nível elevado de qualidade artística. A exposição acontece nos espaços El Cubo, Sala Marta Palau e Sala Planta Baja do CECUT.
A Trienal não é apenas uma vitrine de talentos emergentes e consolidados, mas também um convite à reflexão e ao engajamento cultural
Curadoria geral
A curadora geral é Leonor Amarante, crítica, editora e jornalista brasileira. Co-Curadora das 2ª e 3ª edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (1999/2001), com Fábio Magalhães. Curadora geral com Tício Escobar da 5ª Bienal Internacional de Curitiba, (2009). Curadora geral da 1ª Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina (2007). Responsável pela parte brasileira nas 3ª e 4ª edições da Bienal do Barro, Venezuela(1997/1999). Jurada de seleção de obras da Bienal de Cuenca, Equador (2009). Curadora da mostra Galeria Cilindro, na 10ª Bienal de Havana (2009). Jurada de seleção da Bienal de las Fronteras, Taumalipas, México (2014). Jurada de seleção da Feira Arteamericas Miami, das edições (2010) – (2011). Hoje integra o Comitê Editorial da revista arte!brasileiros.
Serviço
Exposição | Trienal Tijuana: 2. Internacional Pictórica
De 2 de agosto a 28 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 19h
Período
2 de agosto de 2024 10:00 - 28 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Tijuana
P.º de los Héroes 9350, Zona Urbana Rio Tijuana, 22010 Tijuana, B.C., México
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A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e
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A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e um porvir afroameríndio. Com concepção e curadoria do artista, editor e pesquisador Daniel Lima, a mostra se desdobra em uma videoinstalação composta por onze cenas, incluindo intervenção poética e ateliê educativo, que exaltam as forças poéticas, simbólicas e mitológicas interseccionais entre as culturas negras e indígenas no Brasil.
Repleta de recursos audiovisuais desenvolvidos especialmente para promover uma vivência interativa, sensorial e singular, a mostra tem como inspiração atrações de parques temáticos como trem-fantasma e labirinto de espelhos. Ao longo do percurso, o espectador é provocado por uma série de projeções geradas a partir de sensores óticos acionados por presença: às vezes gigante, às vezes minúsculo, em um trajeto de luzes e vislumbres fantásticos evocados por personagens, performances, entrevistas e criações visuais.
São protagonistas das cenas 12 artistas, coletivos e lideranças: Katú Mirim, rapper indígena paulista; Davi Kopenawa Yanomami, importante liderança yanomami e autor do livro “Queda do Céu”; Legítima Defesa, coletivo de atores e atrizes negros; Naruna Costa, atriz, cantora e diretora teatral que interpreta o texto “Da Paz”, de Marcelino Freire; Jota Mombaça, artista performática; Jonathan Neguebites, dançarino de passinho carioca; Daiara Tukano e Denilson Baniwa, artistas da cena da arte indígena contemporânea brasileira; a presença musical central de Naná Vasconcelos; cantos gravados por Juçara Marçal e Daiara Tukano, além da intervenção poética de Miró da Muribeca, poeta e performer pernambucano.
“Terra de Gigantes tem como proposição cruzar essas gerações de artistas negros e indígenas para questionar um ideário brasileiro contemporâneo, reivindicando outra imagem de Brasil, não a criada pelo Modernismo a partir da perspectiva branca”, defende Daniel Lima.
Segundo o curador, a exposição nasceu de um processo de pesquisa, autoeducação e investigação sobre o quilombismo que começou há anos, em projetos anteriores capitaneados por ele, como Quilombo Brasil, e a videoinstalação Palavras Cruzadas (2018/19), que deram as bases técnicas e poéticas do projeto atual.
“Terra de Gigantes é uma expressão de questionamentos sobre o momento histórico que vivemos. Um documento vivo de forças que nos constituem como sociedade contemporânea no Brasil. A videoinstalação investe também na representação das forças opressivas que nos cercam como fogo ao redor. Em contraste, posicionamos as linhas de resistências articuladas neste imaginário político-poético”, conclui o curador.
Interação e acessibilidade: saiba mais sobre algumas das obras na exposição
Um dos destaques da exposição, cujo gigantismo simboliza seu título, a intervenção de Davi Kopenawa Yanomami surge projetada em uma escala aumentada em 800%. A partir de excertos de seu livro A Queda do Céu, Kopenawa fala sobre a força de resistência que existe não só em sua figura, mas na cultura do povo yanomami que, simbolicamente, por meio da dança de seus xamãs, garante que o céu permaneça sobre as cabeças e não caia.
A série “Kahpi Hori” da artista indígena Daiara Tukano ganha animação em formato tridimensional em uma sala de imersão visual e sonora. Imerso em um cubo com projeções mapeadas nas paredes e no piso e sonorizado com cantos entoados pela própria artista, o público vivencia um mergulho no universo simbólico de uma das expressões da arte indígena contemporânea brasileira.
Na performance corporal Get Up, Stand Up do Legítima Defesa, os integrantes do coletivo, divididos em três grupos e sem emitir falas, desafiam o público com gestos de afirmação através de projeção que responde à interatividade, criando um jogo de ações e movimentos com o espectador.
Terra de Gigantes conta com recursos de acessibilidade como mapa tátil, legendas em braile, tinta ampliada, audiodescrição, videoguia, audioguia e recursos tecnológicos como o vibroblaster, que transforma o áudio em vibrações sensíveis. A exposição conta também com um ateliê educativo aberto ao público com atividades mediadas e um espaço de leitura.
Serviço
Exposição | Terra de Gigantes
De 21 de setembro a 22 de dezembro
Terças a sextas-feiras, das 10h30 às 18h30, sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 17h30
Período
21 de setembro de 2024 10:30 - 22 de dezembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Casa Verde
Avenida Casa Verde, 327, Casa Verde, São Paulo - SP
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O Sesc Registro realiza a itinerância da exposição Roça é Vida, proveniente de um resultado de ações em parceria entre a Associação Museu
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O Sesc Registro realiza a itinerância da exposição Roça é Vida, proveniente de um resultado de ações em parceria entre a Associação Museu Afro Brasil e a Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Pedro. A exposição não só contribui com o fortalecimento da autoestima da população local, mas também com o aprendizado referente aos conhecimentos ancestrais pertencentes às comunidades quilombolas.
A exposição surgiu com o intuito de implementar um projeto que contribua com a salvaguarda e a extroversão de bens e memórias dos quilombos do Estado de São Paulo. Após ser apreciada por 130.755 visitantes no Museu Afro, a exposição terá a itinerância para o Sesc Registro. A abertura acontecerá no dia 21 de setembro e sua realização acontecerá até o dia 02 de fevereiro de 2025.
A vinda da exposição Roça é Vida para Registro oportuniza ao público visitante o contato mais próximo e o conhecimento histórico de uma importante comunidade tradicional de nossa região – o Quilombo de São Pedro, localizado no município de Eldorado. A exposição não só contribui com o fortalecimento da autoestima da população local, mas também com o aprendizado referente aos conhecimentos ancestrais pertencentes às comunidades quilombolas.
As ações da exposição Roça é Vida culminaram na curadoria compartilhada que reuniu os originais e reproduções das ilustrações e recortes de textos dos livros Roça é Vida de Viviane Marinho e Na companhia da produção do Dona Fartura: uma história sobre cultura alimentar quilombola de Laudessandro Marinho. Fotografias, objetos de trabalho, de uso cotidiano e do acervo do quilombo, sementes crioulas e o vídeo documentário Quilombo São Pedro: Modo de ser e viver, compõem acervo.
Ressalta-se o Sistema Agrícola Tradicional Quilombola, que é caracterizado pelo ciclo da Roça de Coivara, que parte de um conjunto de saberes e técnicas de interação com todos os elementos da natureza, flora e fauna, e são passados de geração em geração, para alimentar as famílias da comunidade. Em 2018 o Sistema Agrícola Tradicional dos Quilombos do Vale do Ribeira foi reconhecido como patrimônio imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
Serviço
Exposição | Roça é Vida
De 21 de setembro a 02 de fevereiro
Terça a Sexta, das 13h às 22h, sábado e domingo, das 10h às 19h
Período
21 de setembro de 2024 13:00 - 2 de fevereiro de 2025 22:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Registro
Avenida Prefeito Jonas Banks Leite 57 Prédio KKKK - Centro, Registro - SP
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma longa pesquisa acerca da arquitetura e do acervo da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, propondo a separação conceitual entre os dois andares. Com o objetivo de celebrar os 30 anos de carreira da consagrada artista paulistana, “Novas Raízes” abre no dia 26 de setembro (quinta-feira) e poderá ser visitada gratuitamente de quarta-feira a domingo até 12 de janeiro de 2025.
A individual da artista é a primeira no Rio de Janeiro após a sua exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o MALBA. Com a mostra, Rosana se tornou a primeira mulher negra a ter uma individual exposta no museu argentino, que apresentou um olhar retrospectivo da trajetória da artista.
“Esta é uma oportunidade única de ver a obra de Rosana Paulino em diálogo direto com um acervo clássico, propondo assim uma revisão histórica e epistemológica aos olhos do visitante”, afirma o curador Lucas Albuquerque, sobre a combinação do acervo fixo da casa com as obras da artista. “Rosana pretende que esta exposição tenha um caráter educativo bem acentuado, questionando sobre como podemos repensar a produção contemporânea em diálogo com novas leituras de mundo, este bem diferente daquele deixado por Eva Klabin há mais de trinta anos”, complementa.
Os cômodos do térreo serão dedicados a produções que expõem a relação entre a arquitetura e botânica, com desenhos, colagens e instalações. As obras da série “Espada de Iansã”, integrante da 59ª Bienal de Veneza, se juntam a outros trabalhos que visam romper a separação entre dentro e fora, com plantas tomando as diferentes salas. Rosana chama a atenção para a incisiva separação entre o ambiente doméstico e o jardim, fruto de uma corrente de pensamento europeu que aponta para a necessidade de domar a natureza.
Os cômodos do segundo andar tangenciam uma discussão sobre a vida privada de mulheres negras ao longo da história. Obras como “Paraíso tropical”, “Ama de Leite” e “Das Avós” resgatam fotografias e símbolos da história afro-brasileira, tecendo uma reflexão sobre a subjugação dos corpos às políticas de apagamento resultantes do modelo escravocrata vivido pelo Brasil Colônia. Fazendo uso de tecidos em voil, fitas, lentes, recortes e outros objetos, Paulino propõe a preparação de um ambiente de descanso para todas as mulheres negras vítimas da história brasileira, em especial Mônica, a ama de leite fotografada por Augusto Gomes Leal em 1860, uma das poucas que tiveram o seu nome conservado ao longo da história.
‘Novas Raízes’ é uma iniciativa da Casa Museu Eva Klabin, com produção da AREA27, patrocínio da Klabin S.A e realização do Ministério da Cultura. Conta com o apoio da Atlantis Brazil, Everaldo Molduras e Galeria Mendes Wood, e parceria de mídia da Revista Piauí e do Canal Curta!.
Serviço
Exposição | Novas Raízes
De 26 de setembro a 12 de janeiro
Quarta a domingo , das 14h às 18h
Período
26 de setembro de 2024 14:00 - 12 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa - RJ
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A Vermelho recebe a Ocupação JAMAC. O coletivo, que completa 20 anos de atividade, passa a ocupar a banca da Vermelho, onde exibirá e comercializará peças de dois projetos: Inventários e Aprender algo novo. O
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A Vermelho recebe a Ocupação JAMAC. O coletivo, que completa 20 anos de atividade, passa a ocupar a banca da Vermelho, onde exibirá e comercializará peças de dois projetos: Inventários e Aprender algo novo.
O JAMAC ficará em residência na banca, onde poderá receber o público e conversar sobre seus processos de longa duração.
O Jardim Miriam Arte Clube – JAMAC, fundado por Mônica Nador em 2004, parte da realização de oficinas de pintura mural em estêncil, promovendo também práticas de criação e reflexão coletivas. Ao longo de duas décadas, o JAMAC tem se dedica a integrar a arte ao cotidiano da comunidade, instrumentalizando o público a utilizar o estêncil como meio de expressão visual e, em muitos casos, como uma fonte de renda.
Esse conjunto de experiências é agora organizado em Inventários, um conjunto de reagrupamentos transversais dessas experiências, organizados por temas.
Inventários é uma investigação aberta do acervo de estampas produzidas ao longo de 20 anos de oficinas de estêncil do JAMAC. O trabalho organiza o acervo em coleções temáticas. Na Ocupação JAMAC o Inventário apresentado será Inventário: casa, que será exibido em um conjunto de caixas com estêncis onde a arquitetura é o tema principal.
Aprender Algo Novo é um projeto que nasce da colaboração entre o JAMAC, o Projeto Descartes e o grupo Colo de Vó/Instituto Nova União da Arte, que resulta em uma coleção de porcelanas e uma publicação que reúnem estampas e histórias compartilhadas durante encontros semanais por um grupo de artesãs de diferentes partes do Brasil.
Ao longo da Ocupação, novas práticas serão apresentadas.
Serviço
Exposição | Ocupação JAMAC
De 4 de outubro a 22 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 17h
Período
4 de outubro de 2024 10:00 - 22 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais, 350, São Paulo - SP
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A exposição inédita “Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil” aborda as relações entre os dois países sob a ótica da diáspora africana e como ela está presente nas artes
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A exposição inédita “Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil” aborda as relações entre os dois países sob a ótica da diáspora africana e como ela está presente nas artes visuais. Sediada no Museu de Arte Brasileira da FAAP, a mostra gratuita reúne 132 obras de grandes artistas de ambos os países.
Com expografia orgânica, a mostra, que ficará em cartaz de 29 de outubro até 26 de janeiro de 2025, oferece reflexões sobre a afirmação do corpo, a dimensão onírica dos sonhos e a reivindicação de espaço. Através desses três eixos – corpo, sonho e espaço – “Ancestral” promove um encontro que valoriza o conceito de identidade afro-americana no Brasil e nos EUA e da arte decolonial. A exposição não apenas homenageia os artistas que desafiaram as brutalidades e o apagamento do colonialismo, mas também busca fomentar um diálogo aberto sobre o impacto e a relevância das raízes africanas ancestrais na sua formação e em seus contextos sociais.
A partir dessas provocações, o projeto propõe uma perspectiva renovada sobre o mundo e uma nova forma de existir, imaginadas pelo grupo de artistas participantes. Este processo criativo possibilita uma movimentação simultânea entre passado e futuro, trançando as linhas ancestrais que sustentam a cena da arte contemporânea e ressaltando as produções atuais que, no futuro, poderão emergir como precursoras de expressões de vida ainda não experimentadas.
“Nós nos deixamos guiar pelos grupos e comunidades da diáspora africana que reimaginaram o conceito de servidão nessas nações coloniais para as quais foram trazidas, contribuindo de maneira significativa para a construção da identidade nacional desses lugares. A partir da ideia de seres humanos que reinventam sua existência em um ambiente hostil, selecionamos artistas que evocam essa invenção, essa transformação, e esse processo de ‘tornar-se’ como uma poderosa ferramenta, poética e estética”, comenta a curadora brasileira Ana Beatriz Almeida.
Para a curadora norte-americana Lauren Haynes, a oportunidade de trabalhar com Ana Beatriz “para apresentar o trabalho de artistas afro-americanos ao lado do trabalho de artistas afro-brasileiros foi uma ótima chance de explorar conexões e práticas distintas de artistas negros atuando em dois lugares muito diferentes. Espero que os visitantes saiam da exposição tendo aprendido sobre novos artistas e novas formas de fazer arte”.
A exibição acontece no ano que marca o bicentenário das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. “A decisão de colocar a arte afrodescendente no centro dessa comemoração é muito importante e destaca o complexo legado que tanto os Estados Unidos quanto o Brasil compartilham como resultado de nossas histórias com a escravidão. Em 1824, os Estados Unidos e o Brasil tinham as maiores populações de africanos escravizados. Duzentos anos depois, nossos atuais governos estão trabalhando juntos no relançamento do Plano de Ação Conjunta Brasil-EUA para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade (JAPER). Estou certa de que esta exposição vai nos inspirar a intensificar nossos esforços na luta para acabar com o racismo”, disse a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley.
Sob esse pano de fundo histórico, a exposição reúne 73 artistas de grande relevância no cenário internacional das duas nações. Dentre eles, os trabalhos inéditos das brasileiras Gabriella Marinho e Gê Viana, e da norte-americana Simone Leigh, que traz uma obra nova de sua coleção pessoal. Natural de Chicago, a artista reconhecida internacionalmente é a primeira mulher afro-americana a representar os Estados Unidos na Bienal de Veneza. O também norte-americano Nari Ward, que já teve a oportunidade de se apresentar no Brasil, é outro nome que traz para a mostra um trabalho criado em solo brasileiro exclusivamente para a ocasião. O artista incorpora em suas obras objetos do cotidiano, enriquecendo assim o intercâmbio artístico entre as nações.
Também fazem parte da curadoria de “Ancestral” nomes como Abdias do Nascimento, ícone do ativismo cultural no Brasil, amplamente reconhecido por suas contribuições à valorização da cultura afro-brasileira e por ter sido agraciado com o Prêmio Zumbi dos Palmares. Entre os artistas norte-americanos, Kara Walker se destaca com sua arte provocativa, que examina questões históricas e sociais e lhe rendeu o prestigiado Prêmio MacArthur. Julie Mehretu é outra presença significativa, reconhecida por suas complexas pinturas que estabelecem um diálogo com a geopolítica atual, acumulando uma série de prêmios ao longo de sua carreira. Complementando esse panorama, a brasileira Rosana Paulino, premiada com o Prêmio PIPA, traz um olhar crítico sobre raça e identidade, ressaltando a diversidade e a profundidade das vozes representadas na mostra.
Ainda se somam a eles nomes como o da jovem artista Mayara Ferrão, que utiliza a inteligência artificial para repensar cenas de afeto entre pessoas negras e indígenas não contadas pela “história tradicional”; e o sergipano Bispo do Rosário, com seus mantos bordados e objetos que transcenderam o tempo e subverteram o conceito de beleza e loucura. Reforçando o diálogo poderoso sobre identidade, cultura e história, e refletindo a complexidade da experiência humana, vemos a inclusão das obras de Kerry James Marshall, Carrie Mae Weems e Betye Saar.
“Ancestral” investiga as narrativas entrelaçadas entre Brasil e Estados Unidos, por meio da lente da arte, que transcende fronteiras geográficas e culturais, evocando a sensação constante de estar em um espaço desconhecido e lembrar de outro lugar, como em uma viagem a Salvador, onde pessoas e lugares poderiam ser confundidos com Nova Orleans. “A palavra ‘ancestral’ é comum tanto em inglês quanto em português. É essa origem compartilhada que buscamos evidenciar na arte contemporânea, algo que ultrapasse as barreiras geográficas, linguísticas e culturais. A exposição ‘Ancestral’ demonstra que, mesmo diante de tanta dor, sofrimento e com todo distanciamento de séculos de diáspora africana, sua arte persiste na capacidade de manter uma chama acesa ao longo do tempo”, destaca o diretor artístico da mostra, Marcello Dantas.
Com apoio da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP e da Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, “Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil” tem patrocínio do Bradesco, Caterpillar, Instituto CCR, Citi, Itaú Unibanco, Whirlpool e Bank of America – que cedeu 52 obras de seu acervo para a mostra. Além dele, o Museu Afro Brasil também cedeu obras de sua coleção para a ocasião.
“Com a exposição ‘Ancestral: Afro-Américas’, a parceria da FAAP com a Embaixada dos Estados Unidos, que já vem de longa data, ganha um novo capítulo. Fato ainda mais relevante neste ano de comemoração ao bicentenário das Relações diplomáticas com o Brasil. Estamos felizes em levar ao público novas reflexões e olhares sobre a ancestralidade em comum aos dois países”, afirma a Conselheira do MAB FAAP, Pilar Guillon Liotti.
Serviço
Exposição | Ancestral: Afro-Américas – Estados Unidos e Brasil
De 29 de outubro a 26 de janeiro
Terça a domingo, das 10h às 18h
Período
8 de novembro de 2024 10:00 - 26 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP)
R. Alagoas, 903 – Higienópolis, São PAulo - SP
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Com texto crítico da curadora e pesquisadora Luciara Ribeiro, a exposição apresenta um conjunto inédito de pinturas, esculturas e instalações que demonstram a expansão material e conceitual na prática do
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Com texto crítico da curadora e pesquisadora Luciara Ribeiro, a exposição apresenta um conjunto inédito de pinturas, esculturas e instalações que demonstram a expansão material e conceitual na prática do artista, enquanto aprofunda os temas debatidos ao longo de sua carreira.
A primeira individual de No Martins no Brasil em cinco anos, Fronteiras inóspitas investiga as relações entre sujeito e as estruturas sociais dominantes, permeadas por debates existenciais clássicos. Exemplo dessas reflexões é o conjunto de pinturas produzido para a exposição, nas quais o artista empresta sua imagem na forma de autorretratos. Pensando em dimensões que não se limitam a si, Martins se coloca em ambientes marcados por símbolos relacionados à brevidade e aos impasses da vida, assim como signos que dizem respeito à sociedade brasileira. Uma dessas pinturas revela uma cena de aniversário com balões, faixas e uma mesa com garrafas de refrigerantes. O personagem sopra as velas de um bolo, ao lado do qual repousa um crânio. O símbolo é um clássico memento mori — imagens que na história da arte servem como lembrete de que a existência é passageira.
Outra obra mostra o personagem alimentando um urubu e vestindo uma camiseta com referência à bandeira de Hélio Oiticica — a imagem do corpo de Cara de Cavalo estirado e uma alteração na célebre frase: “Seja marginal, não seja herói”. Mais do que uma citação, Martins faz uma provocação ao sistema da arte e questiona os valores sociais que distinguem alguns entre prestígio e marginalidade.
A investigação existencial marcada pela crítica política é presente, também, na grande instalação que recebe o público na galeria. Seca é composta por um barco que repousa sobre uma superfície espelhada. Ao se aproximar, o espectador nota que na embarcação há, ainda, um outro espelho. “Uma ilusão, uma miragem, uma impossibilidade na possibilidade”, escreve a curadora Luciara Ribeiro no texto da exposição. “A imagem capturada pelo espelho torna o corpo presente dentro do barco, toda uma dimensão do confronto entre a realidade e suas projeções, o tempo e o espaço. O tempo é outro, com dilatações e acelerações, sendo sentido e projetado, computado ou arriscado”, completa.
A violência presente no cotidiano brasileiro, sobretudo a perpetrada pelo Estado, é abordada frontalmente em outros trabalhos em exibição. Coletes à prova de balas são moldes para esculturas, além de serem, eles mesmos, material para obras. Em Dress Code 2, eles são posicionados e ordenados sobre a parede aludindo a composições formalistas da arte concreta brasileira. A obra coloca discussões sobre a monetização da violência, apontando o controle, a segurança e a vigilância dos corpos. “Vigilância e controle como estratégia de gestão de violências públicas, políticas, sociais, educacionais, policiais”, aponta a curadora.
Serviço
Exposição | Fronteiras inóspitas
De 09 de novembro a 14 de dezembro
Segunda sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
9 de novembro de 2024 10:00 - 14 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
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Nos livros, nas salas de aula, em exposições de arte e museus, a história e cultura do Brasil vêm sendo perpetuadas pela ótica dos brancos. A partir de 16 de
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Nos livros, nas salas de aula, em exposições de arte e museus, a história e cultura do Brasil vêm sendo perpetuadas pela ótica dos brancos. A partir de 16 de novembro, uma outra visão será apresentada em Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira. Composta por mais de 140 obras, a exposição realizada no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) tem curadoria de Deri Andrade e reverencia a contribuição dos artistas negros para o país.
Sucesso em suas passagens pelos Centros Culturais do Banco do Brasil em São Paulo e Belo Horizonte – onde foi vista por mais de 300 mil pessoas – a exposição chega ao Rio durante a realização dos encontros do G20 Social e se apresenta como mais uma oportunidade de contato do público nacional e internacional com a arte brasileira. Em cartaz até 17 de fevereiro, a mostra é patrocinada pelo Banco do Brasil e BB Asset, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e produzida pela Tatu Cultural.
Para a abertura, em 16 de novembro (sábado), o CCBB RJ está preparando um momento especial: às 16h o Terreiro de Crioulo se apresenta, gratuitamente, no térreo do Centro Cultural. Um encontro com muito samba de raiz e muita energia positiva, alegria e cheio de axé. A entrada é livre, mas haverá emissão de ingressos, disponibilizados na bilheteria digital e no site do CCBB. A exposição estará aberta ao público já a partir das 9h e as galerias permanecerão abertas durante todo o dia.
Ainda no dia de abertura, às 14h, o público conferirá a performance “Do que são feitos os muros”, de Davi Cavalcante. O artista construirá um muro, com tijolos que trazem diversas palavras. O trabalho propõe uma reflexão poética sobre o peso da ação humana na construção das relações com o espaço e seus pares.
A EXPOSIÇÃO
Coletiva, a exposição contempla o trabalho de 62 artistas, entre eles 12 cariocas nascidos ou adotados pela cidade. Dois estão entre os homenageados pela mostra, Lita Cerqueira e Arthur Timótheo da Costa. Os demais são: Andrea Hygino, André Vargas, Panmela Castro, Guilhermina Augusti, Matheus Ribs, Mulambö, Kika Carvalho, Elian Almeida, Rafa Bqueer e Yhuri Cruz.
“O propósito é um diálogo transversal e abrangente da produção de autoria negra em todo território nacional, mas há destaques locais, evidentemente”, comenta Deri Andrade, curador da mostra. “Sempre convidamos artistas que sejam reconhecidos nos estados em que a exposição é montada”, explica.
No segundo andar e no espaço próximo à bilheteria estarão pinturas, fotografias, esculturas, instalações, vídeos e documentos que revelam diferentes épocas e discussões, contextos, gerações e regiões. De grande abrangência, a mostra percorre do período pré-moderno à contemporaneidade.
Os trabalhos estão alocados em cinco eixos: Tornar-se, sobre a importância do ateliê de artista e do autorretrato; Linguagens, que aborda os movimentos artísticos; Cosmovisão, a respeito do engajamento político e direitos; Orum, sobre as relações espirituais entre o céu e a terra, a partir do fluxo entre Brasil e África; por último, Cotidianos, que aborda as discussões sobre representatividade.
Cada eixo é representado por artistas negros emblemáticos: Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 1882-1922), Lita Cerqueira (Salvador, BA, 1952), Maria Auxiliadora (Campo Belo, MG, 1935 – São Paulo, SP, 1974), Mestre Didi (Salvador, BA, 1917- 2013) e Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922- São Paulo, SP, 1991).
FIGURAS CENTRAIS
No primeiro eixo, o público confere a arte do carioca Arthur Timótheo da Costa, cuja produção transita entre os séculos 19 e 20, expõe a relação do artista com seu ateliê, com a pintura, a fotografia e com artistas que se autorretratam. Seus traços revelam certa dramaticidade e evoluem para uma obra pré-modernista.
Rubem Valentim, homenageado na seção 2, é considerado um mestre do concretismo brasileiro. Propõe uma discussão sobre forma e elementos religiosos. Iniciou a carreira produzindo de natureza-morta a flores e paisagens urbanas e enveredou para o uso de símbolos e emblemas geométricos de religiões de base africanas.
O eixo 3 é dedicado à mineira Maria Auxiliadora, que encanta pelo uso das cores em seus retratos, autorretratos e festas religiosas. Mas não só. Sua obra carrega uma discussão mais política, engajada no debate sobre moradia, territórios, segurança alimentícia e direitos da população negra.
Mestre Didi, na seção 4, foi artista e sacerdote, revelando muito da espiritualidade e da relação Brasil/África em seus trabalhos. Sua obra também é marcada pelo uso de materiais naturais como búzios, sementes, couro e folhas de palmeira e trata bastante das afro-religiosidades a partir das relações entre Brasil e África.
No último eixo, a artista central é Lita Cerqueira, única ainda viva dentre os cinco nomes-chave da exposição. Aos 72 anos se consagra como uma das mais importantes representantes da fotografia brasileira, com reconhecimento internacional. Iniciou a carreira capturando imagens de festas populares da Bahia, da capoeira e detalhes da arquitetura do centro histórico de Salvador. Logo depois, enveredou para a fotografia cênica, realizando importantes registros de músicos de sua época, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. Atualmente, vive e trabalha no Rio de Janeiro.
CURADORIA
A exposição é um desdobramento do Projeto Afro (projetoafro.com), em desenvolvimento desde 2016 e lançado em 2020, que hoje reúne cerca de 330 artistas catalogados na plataforma. São nomes que abarcam um vasto período da produção artística no Brasil, do século 19 até os contemporâneos nascidos nos anos 2000. “A exposição traz outra referência e um novo olhar da arte brasileira aos visitantes”, afirma o curador. “A história da arte do Brasil apaga a presença negra e o artista negro do seu referencial, a exposição enfatiza essa produção como central para repensarmos nossa própria história”, completa.
O trabalho de pesquisa por trás do projeto e da exposição nasceu do desejo e, na sequência, da frustração de Andrade ao não encontrar muitas referências em torno da arte afro-brasileira no Brasil. Ao se debruçar em publicações, materiais de outras exposições (a exemplo de várias com curadoria de Emanoel Araujo nos anos 90, que mais tarde viria a se tornar diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo e fundador do Museu Afro Brasil) e inúmeras pesquisas para o mapeamento de artistas negros e suas obras pelo Brasil, Deri Andrade iniciou um minucioso projeto de catalogação de uma arte que, por vezes, foi marginalizada pela sociedade.
“Ser artista acho que já é difícil, ser artista negro no Brasil é ainda um pouco mais complicado”, afirmou o artista Sidney Amaral (São Paulo, SP, 1973/2017), em 2016, ao ser entrevistado pelo projeto AfroTranscendence. Desde a conversa, esse pensamento acompanha Andrade, que dedica parte de seu tempo a conhecer e investigar a produção artística de autoria negra no Brasil.
Deri também é pesquisador e curador, jornalista por formação, curador assistente no Instituto Inhotim e criador da plataforma Projeto Afro (projetoafro.com) de mapeamento e difusão de artistas negros/as/es.
Serviço
Exposição | Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira
De 16 de novembro a 17 de fevereiro
Quarta a segunda, das 09h às 20h (fecha às terças)
Período
16 de novembro de 2024 09:00 - 17 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
CCBB RJ
R. Primeiro de Março, 66 - Centro Rio de Janeiro - RJ
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A Galatea tem o prazer de anunciar a primeira itinerância de uma exposição do seu programa: Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho foi apresentada primeiramente em Salvador e agora
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A Galatea tem o prazer de anunciar a primeira itinerância de uma exposição do seu programa: Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho foi apresentada primeiramente em Salvador e agora chega a São Paulo, no espaço da rua Padre João Manuel.
A mostra, com curadoria de Alana Silveira e Tomás Toledo, marca a estreia dos artistas baianos em uma individual na capital paulista e conta com dois núcleos expositivos: no primeiro, fotografias de Bauer Sá (1950, Salvador, BA), produzidas entre os anos 1990 e 2000, exploram a potência da ancestralidade afro-brasileira através de figurações do corpo negro representado como protagonista da cena; no segundo, esculturas em madeira produzidas desde 1992 até o momento atual retratam as cidades utópicas e modernas imaginadas por Gilberto Filho (1953, Cachoeira, BA).
O diálogo estabelecido entre os trabalhos dos dois artistas cria uma rica narrativa visual, conectando ancestralidade e fabulação em torno de futuros possíveis. A exposição ainda conta com texto crítico assinado por Ayrson Heráclito, artista e curador, e Beto Heráclito, escritor e historiador.
Serviço
Exposição | Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho
De 27 de novembro a 25 de janeiro
Segunda a quinta, das 10h às 19h, sexta, das 10h às 18h, sábado, das 11h às 17h
Período
27 de novembro de 2024 11:00 - 25 de janeiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea
R. Oscar Freire, 379 – Jardins