Obra de Pedro Paulo da Conceição que está na mostra. FOTO: Divulgação

Cerca de dois anos e meio após o fechamento – por falta de recursos – do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil (Mian), o público carioca pode mais uma vez ver parte do acervo da instituição na grande mostra Arte Naïf – Nenhum Museu a Menos, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Na exposição, com curadoria de Ulisses Carrilho, obras do acervo do Mian dialogam com outras de arte contemporânea de mais de 30 artistas, entre eles Nelson Leirner, Barrão, Marcos Chaves, Erika Verzutti e Leda Catunda.

A chamada “arte naïf” – do francês, ingênuo – se refere a um gênero guiado pelo autodidatismo de artistas como Dalton Paula, Heitor dos Prazeres, Amadeo Luciano Lorenzato, Odoteres Ricardo de Ozias e Agostinho Batista de Freitas, entre outros. Esta definição, no entanto, passou a ser questionada com o tempo, por ser uma categorização imprecisa e que demonstra certo preconceito com uma arte “não erudita”.

Com cerca de 300 peças, a mostra é também uma “exposição-manifesto” que “marca uma posição da EAV do Parque Lage em favor das instituições culturais brasileiras e sua liberdade de expressão”, segundo texto de apresentação da mostra.

“No ano de 2018, o Brasil sofreu a maior catástrofe museológica de sua história, de irreparáveis perdas para a humanidade: o incêndio do Museu Nacional. De acordo com o Instituto Brasileiro de Museus, há hoje, no Brasil, 261 museus fechados por falta de verba e de manutenção. Esse número representa 7% do universo de 3.789 instituições do país. A EAV do Parque Lage defende instituições culturais e espaços de exposição como zonas de aprendizagem, territórios de confrontamento e dúvida, de ensino e trocas de conhecimento”, diz o texto.

Arte Naïf – Nenhum Museu a Menos

Escola de Artes Visuais – rua Jardim Botânico, 414, Rio de Janeiro

Até 7/7

Entrada gratuita


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