Autora dos livros Uma africana no Louvre e A arte dos mundos negros: História, teoria, crítica, recém-lançados no Brasil pela Bazar do Tempo, a historiadora francesa Anne Lafont esteve em São Paulo em agosto, a convite do MAC USP, para ministrar uma disciplina de pós-gradução, patrocinada pela Terra Foundation. Na ocasião, Lafont nos deu a seguinte entrevista:
ARTE!✱ – Conte-me um pouco sobre o impacto do seu livro Uma africana no Louvre sobre o público, em torno da questão da representação do negro na arte. Houve algum desdedobramento de seus estudos por parte de outros pesquisadores? Reflexos em instituições, principalmente na França, ou talvez noutros países europeus? Elas repensaram a forma como formulam suas práticas curatoriais para suas coleções?
ANNE LAFONT – Partimos de uma ideia um tanto simples da representação do negro nas artes plásticas, principalmente na Europa e na França, e acabamos fazendo uma reflexão sobre os meios visuais do conceito de raça, como a raça se materializa visualmente. Eu diria que a mostra Le modèle noir de Géricault à Matisse, que ocorreu no Louvre [e foi ponto de partida para Uma africana no Louvre], foi um momento muito importante na história das exposições na França, uma grande exposição sobre um assunto que não tinha sido tratado nessa escala lá na França.
Foram muitos visitantes, acredito que mais de 400 mil, e isso também transformou a maneira como os museus na França passaram a trabalhar essas questões relacionadas às comunidades que formam a sociedade francesa. Houve realmente um efeito cascata no final.
No mundo acadêmico, devo dizer que há duas fases de recepção do meu trabalho. São os historiadores que inicialmente se interessaram pelo meu trabalho, mas os historiadores na França foram mais relutantes a este tipo de abordagem pós-colonial. Porém, estão começando a surgir gerações mais jovens muito mais interessadas nesses assuntos. Já no universo dos curadores de museus, demorou um pouco mais. Foram antes de tudo historiadores e antropólogos que realmente se interessaram pelo meu trabalho, e por isso que fui contratada pela École des Hautes Études en Sciences Sociales em Paris, um instituto de estudos avançados com pesquisadores que são antropólogos, filósofos, sociólogos, historiadores, historiadores da arte. As coisas estão começando a mudar, mas é um processo um tanto mais longo.
Foi com, eu diria, a transformação da representação do negro de sujeito de pintura, em modelo, que no século XIX mais algumas modelos femininas foram representadas. Mas ao longo dos séculos XVII e XVIII, o que havia eram essencialmente jovem homens em posição de serviço. No século XIX, temos a chegada de uma série de modelos femininas negras que realmente vão aparecer mais na arte francesa. Acho que as mulheres negras estavam mais presentes nas colônias francesas, onde não havia um meio artístico tão bem constituído como na França continental. Os pintores trabalharam mais em Paris do que nas colônias e, portanto, somente no século XIX, quando as comunidades negras se instalaram mais na França metropolitana, houve mais mulheres presentes e representadas.
ARTE!✱ – Até que ponto existem semelhanças e diferenças entre a representação dos negros na arte francesa em relação às suas colônias e a representação europeia em geral dos escravizados no Brasil, por exemplo?
ANNE LAFONT – Para mim são imagens que circulam no espaço atlântico e, no século XIX, em torno de Debret e da Missão Francesa no Brasil, temos imagens que são reinvestidas da cultura visual francesa. São artistas que moram no Brasil e que, portanto, descrevem o que veem, quando voltam para a França. O que talvez seja fundamental nas experiências europeias do Brasil é o acesso a uma forma de crueldade do ambiente colonial brasileiro, ou de qualquer outro lugar que não é imaginável na Europa quando estamos longe da própria experiência colonial. Um acesso a algo muito mais cru e direto sobre a experiência da escravidão, do que quando a gente fica apenas em algo que é metropolitano, que é distante em relação à escravidão. Acho que Rugendas, Debret ou outros dão mais uma vez, por meio da litografia, da gravura etc., um acesso totalmente direto às experiências dos negros escravizados no Brasil.
ARTE!✱ – Uma questão que oferece outro tipo de perspectiva histórica: é possível comparar o debate decolonial de hoje com os movimentos negros pelos direitos civis das décadas de 1960 a 1980? Por que ou por que não?
ANNE LAFONT – Isso exigiria um estudo comparativo muito, muito aprofundado, mas o certo é que precisamente o espaço crítico gerado por pesquisas como a que estou realizando, assim como aquele do interesse pós-colonial, não é estranho ao que a própria sociedade exige. Explica uma história que tem sido demasiado monolítica, ou seja, o próprio fato de a sociedade civil, por assim dizer, exigir maior justiça social não está alheio ao desenvolvimento do pensamento crítico que fornece os meios para compreender precisamente as raízes desta forma de desigualdade, e que existia, por isso não creio que os pesquisadores sejam alheios aos movimentos sociais e políticos do seu tempo.
Nesse sentido, como nos anos 1960 nos Estados Unidos, como na França hoje, o fato de a sociedade estar mais uma vez exigindo justiça social e uma melhor distribuição das coisas, isso não está em descompasso com o tipo de projeto que venho levando adiante, em que tentamos compreender a história no longo prazo, mais precisamente da história francesa em conexão particularmente com a comunidade negra. Nesse sentido, é comparável ao período da luta pelos direitos civis, ou seja, os pesquisadores são cidadãos e não estão em descompasso com o movimento que os cidadãos manifestam na sociedade. Ganhou força nas universidades e até mesmo por um tempo nas redações de jornais, bem como em setores da sociedade, através da cultura, entre outros agentes.
ARTE!✱ – Nos últimos anos, a teoria racial crítica ganhou força nas universidades e chegou até às redações de jornais como o The New York Times, bem como a setores da sociedade, por meio da chamada cultura. Entre outros autores, James Baldwyn e Frantz Fanon ressurgiram. Achille M’bembe levantou a questão da necropolítica. O racismo estrutural entrou na agenda dos governos progressistas e até das empresas, que por vezes parecem fazer um black washing – numa referência ao greenwashing, de uma falsa sustentabilidade para fins de marketing. Esta miríade de reflexões, perspectivas, proposições etc. contribui para o debate sobre a decolonialidade, ou pode por vezes criar ruídos, dissonâncias, desvios ou distrações?
ANNE LAFONT – O debate tenta fazer barulho, provocar dissonância e distinção. O próprio debate tem ese efeito, ou seja, não podemos ter uma discussão aprofundada sem que se tomem posições muito diferentes. É inevitável e, neste sentido, não significa que cada indivíduo que participa do debate cause ruídos. Mas faz parte do debate, ou seja, não podemos levantar uma questão nova, colocar ideias novas em pauta sem que isso faça barulho, atrapalhe a ordem estabelecida, perturbe necessariamente a forma de pensar. Há todos os tipos de posições que vêm alimentar este debate e, pessoalmente, individualmente, podemos escolher uma linha muito pessoal e precisa, mas que faz parte de um debate muito mais acalorado, e eu não vejo como uma sociedade se transforma sem fazer barulho, isso não é possível.
ARTE!✱ – Sabemos que o identitarismo mais pernicioso e dissimulado do mundo é o identitarismo branco, que nos Estados Unidos vem atualmente manifestando sua face terrorista com os supremacistas brancos. Ao mesmo tempo, sabemos que também existe certa cacofonia na luta identitarista negra, envolvendo, por exemplo, visões distorcidas do colorismo, assim como a criação do que, para a sociedade branca, são ressalvas, personagens midiáticos que, por sua recorrência em fóruns presenciais ou virtuais, consolidam-se como figuras de exceção entre os negros. Isso ocorre entre atrizes, atores, cantores, escritores e até mesmo já tivemos no Brasil um ministro da Suprema Corte. Eles alcançam notoriedade, não raro em detrimento da coletividade, de seus pares, e em benefício próprio. Esta segmentação ou dispersão de pensamento e ação afeta negativamente o debate decolonial?
ANNE LAFONT – Não, na verdade existe um pensamento negro plural, e isso é muito bom. Existem posições muito diferentes de um indivíduo para outro na mesma sociedade, mas ainda mais em escala mundial, das experiências das mulheres negras em Paris, àquelas das dde Benin. O pensamento negro é muito complexo e muito diversificado. É preciso ouvir as pessoas que têm algo a contribuir, mas é uma mais-valia. Não é falta de profundidade nem de eficiência, é uma riqueza que é em última análise uma pluralidade de pontos de vista, e há pontos de vista com os quais não concordo. Tem gente que não concorda comigo, e isso é muito bom para eles. Por fim, não existe um pensamento negro monolítico, existem diversas experiências, existem diversos pontos de vista, existe um pensamento crítico múltiplo, e isso é uma coisa muito boa.
ARTE!✱ – Em todo o mundo, tem havido grande visibilidade para artistas negros que tematizam problemas históricos e contemporâneos da negritude, eles próprios resultantes diretamente de processos coloniais. Assistimos também a um boom no mercado, com um maior número de galeristas, incluindo negros, cujos portfólios são dedicados a artistas africanos ou da diáspora. As instituições e os seus curadores estão seguindo a tendência que atualmente parece estar a pasteurizar o ecossistema artístico em todo o mundo. Grandes conglomerados de luxo contratam esses artistas para colaborações de moda. Como nos disse o curador e artista Kader Attia, em entrevista: “O capitalismo tenta se recuperar, através da cultura e da arte, apropriando-se de mensagens políticas, como a da decolonização, e com isso corremos o risco de que elas se institucionalizem. Ou seja, é preciso saber cuidar da retórica, inventar uma linguagem, vocabulários sempre novos, quase novos, quem sabe abandonar a palavra “decolonial” e criar outra, por exemplo “desmodernizar”, porque decolonial não inclui o feminismo, por exemplo.” Você vê esse risco na produção artística negra atual, de um simulacro crescente de crítica a serviço do capitalismo, de um pastiche de arte decolonial?
ANNE LAFONT – A arte colonial não está mais imune que todas as formas de arte e de valorização pelo mercado, ou seja, seria muito ingênuo pensar que o capitalismo é menos forte face aos seus pensamentos. O capitalismo é sempre mais forte. O esforço artístico pós-colonial e decolonial está sujeito ao mesmo risco que todas as formas de arte. Não há razão para pensar que desta vez o mercado não iria captar uma tendência que é generalizada. O risco está sempre lá, nem mais nem menos do que todas as formas de arte que se expressam, que encontram um alcance internacional etc. Sim, penso que é um risco, mas cabe aos artistas ao mesmo tempo encontrar os meios de expressão para escapar, se quiserem fazê-lo, deste tipo de padronização por parte do mercado de arte ou por parte do capitalismo.
Detalhes
O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de
Detalhes
O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento. É sobre essas presenças que trata a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil, com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e realização do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A mostra abre ao público no dia 24 de maio e fica em cartaz até janeiro de 2025.
A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA.
Línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil, seja em seu vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases, mesmo que esta estruturação não seja do conhecimento dos falantes. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravocrata. Além da língua, essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.
“Ao mesmo tempo que a gente quer mostrar ao público que falamos uma série de expressões e estruturas que remontam a línguas negro-africanas, também desejamos revelar de que maneira isso acontece. Por que falamos caçula e não benjamim? Por que dizemos cochilar e não dormitar? Essas palavras fazem parte de nosso vocabulário, da nossa vida, do nosso modo de pensar”, afirma Santana.
A exposição Línguas africanas que fazem o Brasil recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bunda, xingar, marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o Museu está localizado.
Outro destaque no espaço é a obra do artista plástico baiano J. Cunha – um tecido estampado com os dizeres “Civilizações Bantu” que vestiu o tradicional Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, no Carnaval de 1996. Além disso, cerca de 20 mil búzios também estarão suspensos e distribuídos pelo ambiente. Na tradição afro-brasileira, as conchas são usadas em práticas divinatórias e funcionam como linguagem que conecta o mundo físico e espiritual.
“Os búzios estão presentes nos espaços afro-religiosos no Brasil que foram, não os exclusivos, mas os principais núcleos de preservação e reinvenção das línguas africanas do Brasil. A partir deles, as presenças negras se irradiaram para outras dimensões da cultura popular brasileira”, diz Santana.
Ainda na entrada da exposição, o público avistará vários adinkras espalhados pelas paredes. Trata-se de símbolos utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteiras em um único ideograma. Evidenciando a presença desse povo como parte da diáspora africana, é possível encontrar, em diversas regiões do Brasil, gradis de residências e outras construções arquitetônicas adornados com alguns dos mais de 80 símbolos dos adinkras.
Fazem parte da exposição duas videoinstalações da relevante artista visual fluminense Aline Motta. Na obra Corpo Celeste III, emprestada pela Pinacoteca de São Paulo e projetada no chão em larga escala, a artista destaca formas milenares de grafias centro-africanas, especificamente as do povo bakongo, presente em territórios como o angolano. Este trabalho foi desenvolvido com o historiador Rafael Galante. Já em Corpo Celeste V, criada exclusivamente para o Museu da Língua Portuguesa, quatro provérbios em quicongo, umbundo, iorubá e quimbundo, traduzidos para o português, serão exibidos em movimento nas paredes e em diálogo com Corpo Celeste III.
Um dos principais nomes da nova geração da escultura no país, a baiana Rebeca Carapiá assina obras de arte criadas em diálogo com frequências e grafias afrocentradas, a partir de seu trabalho com metais.
A exposição também mostra como canções populares no Brasil foram criadas a partir da integração entre línguas africanas e o português, como Escravos de Jó e Abre a roda, tindolelê. O “jó”, da faixa Escravos de Jó, advém das línguas quimbundo e umbundo e quer dizer “casa”, “escravos de casa”. “Escravizados ladinos, crioulos e mulheres negras, que realizavam trabalho doméstico e falavam tanto o português de seus senhores quanto a língua dos que realizavam trabalhos externos, foram a ponte para a africanização do português e para o aportuguesamento dos africanos no sentido linguístico e cultural”, diz Tiganá Santana com base nas pesquisas da professora Yeda Pessoa de Castro.
Além dos búzios, a mostra explora outras linguagens não-verbais advindas das culturas africanas ou afro-diaspóricas. Entre elas, os cabelos trançados, que, durante o período de escravidão no Brasil, serviam como mapas de rotas de fugas. E de turbantes, cujas diferentes amarrações indicam posição hierárquica dentro do candomblé. Há ainda dois trabalhos da designer Goya Lopes, cujas principais referências são as capulanas, os panos coloridos usados por mulheres em Moçambique. Tais trabalhos enfatizam uma articulação significativa com a língua iorubá.
Outro exemplo da linguagem não-verbal são os tambores, que compõem uma cenografia constituída por uma projeção criada por Aline Motta, com imagens do mar e trechos do texto Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, de Lélia Gonzalez, uma das principais intelectuais do Brasil, referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe. Nestes trechos, verifica-se o uso da expressão pretuguês cunhada pela intelectual. Por fim, ainda nessa cena, é importante ressaltar a presença de esculturas da Rebeca Carapiá, conversando com as frequências dos tambores.
Numa sala de cinema interativa, o visitante será surpreendido com uma projeção de imagens ao enunciar palavras de origem africana como axé, afoxé, zumbi e acarajé.
O público terá acesso a uma série de registros de manifestações culturais afro-brasileiras e de conteúdos sobre as línguas africanas e sua presença no português do Brasil. Há performance da cantora Clementina de Jesus, imagens da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade, entrevistas com pesquisadores como Félix Ayoh’Omidire, Margarida Petter e Laura Álvarez López, além de gravações de apresentações do bloco Ilú Obá De Min e da Orkestra Rumpilezz, e o vídeo Encomendador de Almas, de Eustáquio Neves, que retrata o senhor Crispim, da comunidade quilombola do Ausente ou do Córrego do Ausente, na região do Vale do Jequitinhonha.
Tudo isso em meio a sons de canções rituais e narrativas em iorubá, fom, quimbundo e quicongo, captados pelo linguista norte-americano Lorenzo Dow Turner nos anos de 1940 na Bahia e cedidos pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Será possível, ainda, assistir aos filmes sobre o Quilombo Cafundó: um que já existia há mais de 40 anos e outro que foi concebido para a exposição, versando sobre a língua cupópia de modo mais enfático.
Serviço
Exposição | Línguas africanas que fazem o Brasil
De 24 de maio a 18 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência permitida até 18h)
Período
24 de maio de 2024 09:00 - 18 de janeiro de 2025 16:30(GMT-03:00)
Local
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº Centro, São Paulo - SP
Detalhes
A Trienal Internacional Pictórica de Tijuana 2024 está em sua segunda edição e promete ser um marco cultural na fronteira do México. Realizada no Centro Cultural Tijuana (CECUT), a exposição
Detalhes
A Trienal Internacional Pictórica de Tijuana 2024 está em sua segunda edição e promete ser um marco cultural na fronteira do México. Realizada no Centro Cultural Tijuana (CECUT), a exposição reúne mais de 80 obras de 86 artistas de 15 países, incluindo México, Brasil, Alemanha, Estados Unidos e Espanha. A temática desta edição explora questões como corporeidade, identidade e território, desafiando os limites tradicionais da pintura com propostas contemporâneas e experimentais.
Os visitantes podem participar ativamente, votando nas obras que mais os impactarem. O vencedor receberá um prêmio de 1 milhão de pesos, com prêmios adicionais para os segundos e terceiros colocados. A curadoria é liderada por Leonor Amarante, destacada professora brasileira, garantindo um nível elevado de qualidade artística. A exposição acontece nos espaços El Cubo, Sala Marta Palau e Sala Planta Baja do CECUT.
A Trienal não é apenas uma vitrine de talentos emergentes e consolidados, mas também um convite à reflexão e ao engajamento cultural
Curadoria geral
A curadora geral é Leonor Amarante, crítica, editora e jornalista brasileira. Co-Curadora das 2ª e 3ª edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (1999/2001), com Fábio Magalhães. Curadora geral com Tício Escobar da 5ª Bienal Internacional de Curitiba, (2009). Curadora geral da 1ª Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina (2007). Responsável pela parte brasileira nas 3ª e 4ª edições da Bienal do Barro, Venezuela(1997/1999). Jurada de seleção de obras da Bienal de Cuenca, Equador (2009). Curadora da mostra Galeria Cilindro, na 10ª Bienal de Havana (2009). Jurada de seleção da Bienal de las Fronteras, Taumalipas, México (2014). Jurada de seleção da Feira Arteamericas Miami, das edições (2010) – (2011). Hoje integra o Comitê Editorial da revista arte!brasileiros.
Serviço
Exposição | Trienal Tijuana: 2. Internacional Pictórica
De 2 de agosto a 28 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 19h
Período
2 de agosto de 2024 10:00 - 28 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Tijuana
P.º de los Héroes 9350, Zona Urbana Rio Tijuana, 22010 Tijuana, B.C., México
Detalhes
A exposição “Pinacoteca: Acervo” é feita do acervo de arte brasileira da Pinacoteca, ocupa 19 salas do Edifício Pinacoteca Luz com cerca de mil obras de mais de 400 artistas. Aberta
Detalhes
A exposição “Pinacoteca: Acervo” é feita do acervo de arte brasileira da Pinacoteca, ocupa 19 salas do Edifício Pinacoteca Luz com cerca de mil obras de mais de 400 artistas.
Aberta ao público em 2020, substituiu a mostra de longa duração anterior, “Arte no Brasil: uma história da Pinacoteca de São Paulo”, que ficou em cartaz entre 2011 e 2019.
O PROJETO CURATORIAL
O acervo mescla tempos históricos e técnicas artísticas, debate a representatividade de artistas mulheres, afrodescendentes e indígenas no acervo, investiga as relações entre arte e sociedade, bem como a representação da paisagem e do espaço urbano. Assim, a mostra abandona as recorrentes narrativas lineares e cronológicas, em favor de novas perspectivas sobre a arte.
A exposição reúne itens de todas as coleções que hoje se encontram sob a tutela da Pinacoteca, incluindo os comodatos Nemirovsky e Roger Wright, mais alguns comodatos propostos especialmente para a mostra, como é o caso da obra da Adriana Varejão.
A narrativa expositiva está organizada em três núcleos, cujo fio condutor é a figura do artista. O primeiro, Territórios da Arte, aborda como artistas representam a si mesmos e aos outros, explorando, em seguida, as diferenças entre técnicas artísticas e entre as próprias definições de arte.
No segundo, Corpo e território, as abordagens se modificam e se centram na relação dos artistas com o mundo físico ao seu redor, as visões da paisagem e do ambiente urbano.
O último núcleo, Corpo individual / corpo coletivo, investiga as relações entre o artista e a coletividade, como questões de gênero e identidade.
NOVAS OBRAS NO ACERVO
Por meio de uma Doação do Programa de Patronos de Arte Contemporânea da Pinacoteca de São Paulo, o museu adquiriu, pela primeira vez, em 2019, obras de dois artistas indígenas contemporâneos: “Feitiço para salvar a Raposa Serra do Sol”, de Jaider Esbell, do povo Makuxi de Roraima, e “Voyeurs, Menu, Luto, Vitrine”; “O antropólogo moderno já nasceu antigo”; e “Enfim, Civilização”, de Denilson Baniwa, artista do povo Baniwa do Amazonas, que estão presentes na mostra.
Em 31 de outubro de 2020, a Pinacoteca de São Paulo inaugurou a exposição de longa duração de seu acervo ao mesmo tempo em que abriu a primeira exposição dedicada à arte dos povos originários, “Vexoá: Nós Sabemos”, que ocupou três salas para exposições temporárias localizadas no segundo andar do Edifício Pina Luz e teve a curadoria de Naine Terena.
O PROCESSO DE CONCEPÇÃO DE PINACOTECA: ACERVO
O Núcleo de Pesquisa e Curadoria deu início ao projeto da nova coleção da Pinacoteca de São Paulo, em 2017. A reformulação da exposição de longa duração foi elaborada pelo Núcleo de Pesquisa e Curadoria em conjunto com as outras áreas do museu.
Além de pesquisa de opinião realizada com visitantes do museu, um seminário realizado em 2018, “Modos de ver, modos de exibir”, trouxe muitos subsídios de reflexão para a equipe curatorial, especialmente no que diz respeito aos debates sobre o pós-colonialismo e a representatividade étnica e de gênero.
O projeto contou também com a interlocução com outros profissionais externos à Pinacoteca, como Moacir dos Anjos, Julia Rebouças, Renata Bittencourt e Denilson Baniwa.
Serviço
Exposição | Pinacoteca: Acervo
De 31 de outubro a 31 de dezembro 2028
Quarta a segunda, das 10h às 18h, quintas estendidas das 10h às 20h
Período
7 de setembro de 2024 10:00 - 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
Detalhes
A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e
Detalhes
A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e um porvir afroameríndio. Com concepção e curadoria do artista, editor e pesquisador Daniel Lima, a mostra se desdobra em uma videoinstalação composta por onze cenas, incluindo intervenção poética e ateliê educativo, que exaltam as forças poéticas, simbólicas e mitológicas interseccionais entre as culturas negras e indígenas no Brasil.
Repleta de recursos audiovisuais desenvolvidos especialmente para promover uma vivência interativa, sensorial e singular, a mostra tem como inspiração atrações de parques temáticos como trem-fantasma e labirinto de espelhos. Ao longo do percurso, o espectador é provocado por uma série de projeções geradas a partir de sensores óticos acionados por presença: às vezes gigante, às vezes minúsculo, em um trajeto de luzes e vislumbres fantásticos evocados por personagens, performances, entrevistas e criações visuais.
São protagonistas das cenas 12 artistas, coletivos e lideranças: Katú Mirim, rapper indígena paulista; Davi Kopenawa Yanomami, importante liderança yanomami e autor do livro “Queda do Céu”; Legítima Defesa, coletivo de atores e atrizes negros; Naruna Costa, atriz, cantora e diretora teatral que interpreta o texto “Da Paz”, de Marcelino Freire; Jota Mombaça, artista performática; Jonathan Neguebites, dançarino de passinho carioca; Daiara Tukano e Denilson Baniwa, artistas da cena da arte indígena contemporânea brasileira; a presença musical central de Naná Vasconcelos; cantos gravados por Juçara Marçal e Daiara Tukano, além da intervenção poética de Miró da Muribeca, poeta e performer pernambucano.
“Terra de Gigantes tem como proposição cruzar essas gerações de artistas negros e indígenas para questionar um ideário brasileiro contemporâneo, reivindicando outra imagem de Brasil, não a criada pelo Modernismo a partir da perspectiva branca”, defende Daniel Lima.
Segundo o curador, a exposição nasceu de um processo de pesquisa, autoeducação e investigação sobre o quilombismo que começou há anos, em projetos anteriores capitaneados por ele, como Quilombo Brasil, e a videoinstalação Palavras Cruzadas (2018/19), que deram as bases técnicas e poéticas do projeto atual.
“Terra de Gigantes é uma expressão de questionamentos sobre o momento histórico que vivemos. Um documento vivo de forças que nos constituem como sociedade contemporânea no Brasil. A videoinstalação investe também na representação das forças opressivas que nos cercam como fogo ao redor. Em contraste, posicionamos as linhas de resistências articuladas neste imaginário político-poético”, conclui o curador.
Interação e acessibilidade: saiba mais sobre algumas das obras na exposição
Um dos destaques da exposição, cujo gigantismo simboliza seu título, a intervenção de Davi Kopenawa Yanomami surge projetada em uma escala aumentada em 800%. A partir de excertos de seu livro A Queda do Céu, Kopenawa fala sobre a força de resistência que existe não só em sua figura, mas na cultura do povo yanomami que, simbolicamente, por meio da dança de seus xamãs, garante que o céu permaneça sobre as cabeças e não caia.
A série “Kahpi Hori” da artista indígena Daiara Tukano ganha animação em formato tridimensional em uma sala de imersão visual e sonora. Imerso em um cubo com projeções mapeadas nas paredes e no piso e sonorizado com cantos entoados pela própria artista, o público vivencia um mergulho no universo simbólico de uma das expressões da arte indígena contemporânea brasileira.
Na performance corporal Get Up, Stand Up do Legítima Defesa, os integrantes do coletivo, divididos em três grupos e sem emitir falas, desafiam o público com gestos de afirmação através de projeção que responde à interatividade, criando um jogo de ações e movimentos com o espectador.
Terra de Gigantes conta com recursos de acessibilidade como mapa tátil, legendas em braile, tinta ampliada, audiodescrição, videoguia, audioguia e recursos tecnológicos como o vibroblaster, que transforma o áudio em vibrações sensíveis. A exposição conta também com um ateliê educativo aberto ao público com atividades mediadas e um espaço de leitura.
Serviço
Exposição | Terra de Gigantes
De 21 de setembro a 22 de dezembro
Terças a sextas-feiras, das 10h30 às 18h30, sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 17h30
Período
21 de setembro de 2024 10:30 - 22 de dezembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Casa Verde
Avenida Casa Verde, 327, Casa Verde, São Paulo - SP
Detalhes
Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma
Detalhes
Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma longa pesquisa acerca da arquitetura e do acervo da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, propondo a separação conceitual entre os dois andares. Com o objetivo de celebrar os 30 anos de carreira da consagrada artista paulistana, “Novas Raízes” abre no dia 26 de setembro (quinta-feira) e poderá ser visitada gratuitamente de quarta-feira a domingo até 12 de janeiro de 2025.
A individual da artista é a primeira no Rio de Janeiro após a sua exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o MALBA. Com a mostra, Rosana se tornou a primeira mulher negra a ter uma individual exposta no museu argentino, que apresentou um olhar retrospectivo da trajetória da artista.
“Esta é uma oportunidade única de ver a obra de Rosana Paulino em diálogo direto com um acervo clássico, propondo assim uma revisão histórica e epistemológica aos olhos do visitante”, afirma o curador Lucas Albuquerque, sobre a combinação do acervo fixo da casa com as obras da artista. “Rosana pretende que esta exposição tenha um caráter educativo bem acentuado, questionando sobre como podemos repensar a produção contemporânea em diálogo com novas leituras de mundo, este bem diferente daquele deixado por Eva Klabin há mais de trinta anos”, complementa.
Os cômodos do térreo serão dedicados a produções que expõem a relação entre a arquitetura e botânica, com desenhos, colagens e instalações. As obras da série “Espada de Iansã”, integrante da 59ª Bienal de Veneza, se juntam a outros trabalhos que visam romper a separação entre dentro e fora, com plantas tomando as diferentes salas. Rosana chama a atenção para a incisiva separação entre o ambiente doméstico e o jardim, fruto de uma corrente de pensamento europeu que aponta para a necessidade de domar a natureza.
Os cômodos do segundo andar tangenciam uma discussão sobre a vida privada de mulheres negras ao longo da história. Obras como “Paraíso tropical”, “Ama de Leite” e “Das Avós” resgatam fotografias e símbolos da história afro-brasileira, tecendo uma reflexão sobre a subjugação dos corpos às políticas de apagamento resultantes do modelo escravocrata vivido pelo Brasil Colônia. Fazendo uso de tecidos em voil, fitas, lentes, recortes e outros objetos, Paulino propõe a preparação de um ambiente de descanso para todas as mulheres negras vítimas da história brasileira, em especial Mônica, a ama de leite fotografada por Augusto Gomes Leal em 1860, uma das poucas que tiveram o seu nome conservado ao longo da história.
‘Novas Raízes’ é uma iniciativa da Casa Museu Eva Klabin, com produção da AREA27, patrocínio da Klabin S.A e realização do Ministério da Cultura. Conta com o apoio da Atlantis Brazil, Everaldo Molduras e Galeria Mendes Wood, e parceria de mídia da Revista Piauí e do Canal Curta!.
Serviço
Exposição | Novas Raízes
De 26 de setembro a 12 de janeiro
Quarta a domingo , das 14h às 18h
Período
26 de setembro de 2024 14:00 - 12 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa - RJ
Detalhes
A Vermelho recebe a Ocupação JAMAC. O coletivo, que completa 20 anos de atividade, passa a ocupar a banca da Vermelho, onde exibirá e comercializará peças de dois projetos: Inventários e Aprender algo novo. O
Detalhes
A Vermelho recebe a Ocupação JAMAC. O coletivo, que completa 20 anos de atividade, passa a ocupar a banca da Vermelho, onde exibirá e comercializará peças de dois projetos: Inventários e Aprender algo novo.
O JAMAC ficará em residência na banca, onde poderá receber o público e conversar sobre seus processos de longa duração.
O Jardim Miriam Arte Clube – JAMAC, fundado por Mônica Nador em 2004, parte da realização de oficinas de pintura mural em estêncil, promovendo também práticas de criação e reflexão coletivas. Ao longo de duas décadas, o JAMAC tem se dedica a integrar a arte ao cotidiano da comunidade, instrumentalizando o público a utilizar o estêncil como meio de expressão visual e, em muitos casos, como uma fonte de renda.
Esse conjunto de experiências é agora organizado em Inventários, um conjunto de reagrupamentos transversais dessas experiências, organizados por temas.
Inventários é uma investigação aberta do acervo de estampas produzidas ao longo de 20 anos de oficinas de estêncil do JAMAC. O trabalho organiza o acervo em coleções temáticas. Na Ocupação JAMAC o Inventário apresentado será Inventário: casa, que será exibido em um conjunto de caixas com estêncis onde a arquitetura é o tema principal.
Aprender Algo Novo é um projeto que nasce da colaboração entre o JAMAC, o Projeto Descartes e o grupo Colo de Vó/Instituto Nova União da Arte, que resulta em uma coleção de porcelanas e uma publicação que reúnem estampas e histórias compartilhadas durante encontros semanais por um grupo de artesãs de diferentes partes do Brasil.
Ao longo da Ocupação, novas práticas serão apresentadas.
Serviço
Exposição | Ocupação JAMAC
De 4 de outubro a 22 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 17h
Período
4 de outubro de 2024 10:00 - 22 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais, 350, São Paulo - SP
Detalhes
O Instituto Antonio Carlos Jobim, localizado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, abre as portas para a exposição Tom Jobim: Discos Solo. A mostra, dedicada a um dos maiores
Detalhes
O Instituto Antonio Carlos Jobim, localizado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, abre as portas para a exposição Tom Jobim: Discos Solo. A mostra, dedicada a um dos maiores ícones da música brasileira, oferece uma visão detalhada sobre os 12 LPs que marcaram a carreira solo do maestro, gravados entre 1963 e 1994, desde o primeiro álbum, The Composer of Desafinado Plays, até Antonio Brasileiro, passando por marcos como Wave, Matita Perê, Urubu e outros.
A exposição, que promete ser uma experiência imersiva, convida os visitantes a explorarem a trajetória artística de Tom Jobim por meio de documentos, fotos, gravações, partituras e objetos pessoais pertencentes ao acervo do Instituto. O conceito da exposição surgiu em 2020, durante a pandemia, a partir de uma série de entrevistas virtuais entre Paulo Jobim, filho do maestro e morto recentemente, e Aluísio Didier, curador da mostra e amigo de Tom, que assumiu a direção do instituto neste mesmo ano. Essas conversas, realizadas via Zoom, revelaram detalhes inéditos sobre o processo criativo do compositor e agora se transformaram em documentários, que revelam o processo por trás de cada álbum, oferecendo uma perspectiva íntima e pessoal sobre o legado musical de Jobim. Os vídeos com as conversas foram editados pelo cineasta Cayo Oliveira, também produtor da exposição, e serão apresentados pela primeira vez.
A curadoria de Didier ilumina momentos importantes da carreira do compositor como seu encontro com Vinícius de Moraes, que resultou em clássicos eternos da Bossa Nova e sua colaboração com João Gilberto no LP Chega de Saudade.
Tom Jobim: Discos Solo é uma homenagem a um artista que não apenas transcendeu fronteiras, mas que continua a influenciar gerações de músicos e fãs ao redor do mundo. A exposição não só celebra a obra solo do maestro, como também convida o público a revisitar e redescobrir a profundidade e a beleza de sua música.
Histórias inusitadas
Na exposição, histórias inusitadas do maestro irão divertir os visitantes. Entre elas, duas bastante icônicas, lembradas por Paulo Jobim e Didier nos documentários.
Autor de várias canções com nomes de mulheres, Tom foi procurado por um pesquisador com um projeto de livro sobre as músicas e suas musas inspiradoras: Luiza, personagem interpretada por Vera Fischer na novela Brilhante; Gabriela, personagem de Jorge Amado; O samba de Maria Luiza, a filha caçula, entre outras.
No entanto, o tal pesquisador também pergunta pela “musa” Carla que inspirara a canção do mesmo nome. Tom se surpreende e questiona: “Que Carla?” O pesquisador insiste: “Ora, a da música dos anos 50, “Carla, meu amor”, responde o rapaz. Acontece que a canção se chamava “Cala, meu amor”.
“O pesquisador já havia até se encontrado com a mulher que tinha sido a fonte de inspiração”, diverte -se Paulinho, em um dos bate-papo com Didier.
***
Músicos são sempre cobrados pela crítica ou pelos fãs por novidades, novas músicas, por uma atualização de sua arte, um diálogo com influências, novas tecnologias. Com Tom, sempre fiel ao “velho” piano acústico ou ao violão, não foi diferente. No disco Tide, podemos ouvi-lo no piano elétrico Fender Rhodes, hoje um clássico, mas na época, um som diferente, um passo à frente dos instrumentos acústicos. Na época as pessoas se perguntaram: “O que houve, Tom cedendo a um som mais pop?” Sim e não. Se o resultado ficou ótimo na faixa “Takatanga”, o fato se deveu a um copo de uísque derrubado dentro do piano acústico do estúdio, que impossibilitou o instrumento para a gravação. “Jobim, sem opção, aceita arriscar-se no Fender Rhodes e parece que gostou, pois no LP seguinte, Stone Flower, repete a experiência em várias faixas”, conta Didier.
Serviço
Exposição | Tom Jobim: Discos Solo
De 09 de outubro (exposição permanete)
Diariamente (exceto na quarta-feira), de 9h às 17h
Período
9 de outubro de 2024 09:00 - 31 de dezembro de 2030 17:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Antonio Carlos Jobim
Rua Jardim Botânico, 1008, Rio de Janeiro - RJ
Detalhes
Ximena Garrido-Lecca nasceu em Lima, em 1980, e vive e trabalha entre a Cidade do México e Lima. Em sua prática, Garrido-Lecca emprega uma variedade de materiais e linguagens simbólicas que
Detalhes
Ximena Garrido-Lecca nasceu em Lima, em 1980, e vive e trabalha entre a Cidade do México e Lima.
Em sua prática, Garrido-Lecca emprega uma variedade de materiais e linguagens simbólicas que se concentram em destacar as tensões entre o conhecimento ancestral e as estruturas coloniais.
Usando referências históricas, ela traça ciclos de transformação cultural, social e econômica, além de relações de poder em torno das mudanças no uso de recursos naturais. Seu trabalho aborda as relações entre natureza e cultura, enquanto questiona as hierarquias tradicionais de conhecimento.
Sua obra está incluída em coleções de museus e instituições como Tate Modern (Londres), MALBA (Buenos Ares), Kadist (São Francisco), Perez Art Museum (Miam), Boros Collection (Berlim), Frac de Pays de la Loire (Nantes), Coppel Collection (Cidade do Méxco) e Saatchi Collecton (London).
Entre suas exposições individuais institucionais destacam-se a 34ª Bienal de São Paulo (2021); Proyecto AMIL, Lima (2019); MALBA, Buenos Aires (2017).
Em Mudança Elementar, Ximena Garrido-Lecca examina algumas das questões e conceitos que tangem diferentes formas de adaptação da natureza, sua resiliência e a complexa relação entre sistemas de crenças e exploração de recursos naturais no contexto do colonialismo.
Suas obras articulam interações lúdicas entre mitologias ancestrais e tecnologias científicas, sugerindo diferentes caminhos para regeneração e simbiose (como mutualismo, comensalismo, parasitismo e competição) dentro da história e das dinâmicas sociopolíticas.
Garrido-Lecca imagina um futuro em que seria possível incorporar diversas formas de conhecimento ancestral, aprendendo com a natureza e reconfigurando as relações com base no respeito e na coexistência.
Garrido-Lecca afirma: “A natureza está em um processo de adaptação perpétua, e estamos apenas testemunhando uma pequena fração disso. Dentro de um contexto tão amplo, fica claro que as questões ecológicas contemporâneas não são preocupações isoladas: sejam urbanas ou rurais, artificiais ou naturais, elas estão intricadamente interligadas. Essa interconexão nos inspira a reconsiderar as complexas relações entre os seres vivos, as visões de mundo e os sistemas de conhecimento, e como eles afetam o fluxo adaptativo da natureza.”
Serviço
Exposição | Mudança Elementar
De 17 de outubro a 21 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 17h
Período
17 de outubro de 2024 10:00 - 21 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais, 350, São Paulo - SP
Detalhes
A galeria Verve inaugura ‘A cor do sonho de ontem’, primeira exposição individual do artista paulistano Lucas Rubly, na Sobreloja 26 do Edifício Louvre. Com abertura marcada para 19 de
Detalhes
A galeria Verve inaugura ‘A cor do sonho de ontem’, primeira exposição individual do artista paulistano Lucas Rubly, na Sobreloja 26 do Edifício Louvre. Com abertura marcada para 19 de Outubro de 2024, a mostra conta com obras e séries inéditas produzidas pelo artista, acompanhadas de texto crítico de Marina Schiesari, que coordena a pesquisa e curadoria da galeria.
Na mostra, suas características séries de pinturas de castelos de areia, casas, bosques, flores e abstratos são todas apresentadas em diálogo. “Assim como o eu lírico se enxerga no poema e captura o “mundo” com poucas palavras, Rubly faz o mesmo ao construir metonímias de sua solidão.” comenta Marina Schiesari no texto da mostra; “Nesse contexto, o haicai de Paulo Leminski inspira sua primeira exposição individual ao unir passado e presente, e ressaltar a relação entre o processo subjetivo de criação e fragmentos de uma consciência coletiva.”.
Dentre suas inspirações na pintura, Morandi, Hopper, Tuymans, Goya, e Picasso, Rubly “faz uma escolha incomum segundo a pintura tradicional: o formato quadrado, influenciado pelo repertório visual das redes sociais. As pinturas, ao nos transportarem para a dimensão dos celulares e tablets, são tensionadas pelos suportes de tecido e madeira. Esse contraste, somado ao tamanho, convida o observador a uma aproximação física, promovendo uma experiência de absorção mais demorada e íntima”, comenta Schiesari.
Nas palavras de Miguel Chaia, colecionador e amigo do artista, suas pinturas levam a “lugares do passado onde havia harmonia, mas que sofreram alterações e perdas. O artista faz uma pintura de ‘falta’. Daí a presença do trágico nestas obras, que são atravessadas pela sensação encantamento-assombro. Rubly produz pinturas que são convites para procurar outros lugares, novas referências e inusitadas sensações – para além da vida cotidiana”.
Serviço
Exposição | A cor do sonho de ontem
De 19 de outubro a 23 de novembro
Terça a sexta-feira, das 11h às 18h, sábado, das 12h às 17h
Período
19 de outubro de 2024 11:00 - 23 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Verve Galeria
Avenida São Luis, 192, Sobreloja 06, República, São Paulo - SP
Detalhes
Ministério da Cultura, Nubank e Instituto Tomie Ohtake tem o prazer de anunciar Mira Schendel – esperar que a letra se forme, exposição com curadoria de Galciani Neves e Paulo
Detalhes
Ministério da Cultura, Nubank e Instituto Tomie Ohtake tem o prazer de anunciar Mira Schendel – esperar que a letra se forme, exposição com curadoria de Galciani Neves e Paulo Miyada, que explora a presença dos signos gráficos, da letra e da palavra linguagem na produção artística de Mira Schendel (1919–1988). Reunindo mais de 250 obras, entre pinturas, monotipias, desenhos, cadernos, objetos gráficos e uma instalação, a mostra é dividida em sete núcleos, convidando o público a imergir na presença da palavra na produção artística de Mira e suas interligações. A exposição será inaugurada no dia 24 de outubro, concomitantemente à exposição Carlito Carvalhosa – A metade do dobro.
Mira Schendel – esperar que a letra se forme integra o programa semestral palavra palavra palavra, iniciado com o projeto Poesia em presença – Entre cenas, slam, spoken word e rap, e que contará ainda com o lançamento da publicação Caderno-ensaio 2: Palavra. Esta exposição conta com o patrocínio do Nubank, através do Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura, Programa Nacional de Apoio à Cultura e Governo Federal – Brasil, União e Reconstrução.
Reconhecida como uma das artistas mais significativas da arte brasileira do século XX, Mira Schendel nasceu em Zurique, na Suíça, com ascendência judaica, tcheca, alemã e italiana. Devido à perseguição antissemita, fugiu para o Brasil em 1949, onde viveu e produziu grande parte de sua obra, dialogando com a Poesia Concreta, o Neoconcretismo e as experimentações artísticas das décadas de 1960 e 1970.
Neves e Miyada assinalam que Schendel desafiava a si mesma buscando formas de atribuir sentido ao efêmero. Foi em um manuscrito da artista, por exemplo, que os curadores encontraram o título da exposição, “esperar que a letra se forme” e de lá extraíram também o trecho a seguir, presente no texto curatorial: “A sequência das letras no papel imita o tempo, sem poder realmente representá-lo. São simulações do tempo vivido, e não capturam a vivência do irrecuperável, que caracteriza esse tempo. Os textos que desenhei no papel podem ser lidos e relidos, coisa que o tempo não pode. Fixam, sem imortalizar, a fluidez do tempo”.
A curadoria pensou a montagem em sete núcleos sustentados de maneira fluida na cronologia da artista. Em “Chegada ao Brasil e à palavra”, núcleo que abre a exposição, o público confere o percurso de representações esquemáticas de objetos para composições abstratas e experimentos com elementos gráficos. Destaque para as obras dos anos 1960, quando Mira integra rótulos e textos em seus trabalhos, trazendo a palavra escrita para o centro de suas composições. Em “Escritura-desenho estruturando espaços”, estão desenhos feitos com nanquim e carvão que trazem a relação entre palavra e espaço, combinando letras, signos gráficos e gestos caligráficos. Segundo a curadoria, Haroldo de Campos descreveu essa “arte-escritura” de Mira , na qual o signo gráfico se torna uma questão estética e uma forma de fabulação de espaços.
Em “A palavra em espiral”, estão trabalhos que trazem palavras em diferentes idiomas, sobretudo italiano e o alemão, línguas que a artista herdou dos pais, que aparecem junto ao português, língua oficial do Brasil. Para a curadoria, “Essa diversidade de expressões e pronúncias efetiva a palavra no trabalho da artista como uma espécie de acontecimento de enunciação de algo, como se escrever/desenhar as letras e a sua decodificação fizessem realizar o que ali está posto. A palavra instaura, assim, uma situação”, completam.
O núcleo seguinte, “Arte: encontro com o corpóreo” destaque para os Toquinhos, tanto os feitos em papel de arroz, como os em acrílico. Entre as séries homônimas, os decalques de letraset são o elemento comum. Já em “Refluir de páginas fechadas e abertas”, estão os cadernos de Mira Schendel. A curadoria aponta que “Essas obras – feitas, em sua grande maioria, no ano de 1971 – são exercícios de composição em papéis encadernados, perfurados, grampeados ou colados, como brochuras ou simples aglomerados de páginas. A artista usufruiu de centenas de conjuntos de folhas, de muitas dimensões, que, compreendidas em sua sequencialidade, formam um percurso no tempo e no espaço”.
Completam a exposição “Monotipias e objetos gráficos”, duas das mais conhecidas séries da artista e “Ondas paradas de probabilidade, um sussurro”, que, como o nome já entrega, apresenta a instalação “Ondas Paradas de Probabilidade”, sua obra de maior dimensão.
Paralelamente à mostra de Mira Schendel, o Instituto Tomie Ohtake inaugura Carlito Carvalhosa – a metade do dobro, a primeira retrospectiva de fôlego sobre a produção artística de Carlito Carvalhosa (1961–2021). Com cerca de 150 obras que datam de 1984 a 2021, a mostra tem curadoria conjunta de Ana Roman, Lúcia Stumpf, Luis Pérez-Oramas e Paulo Miyada.
Programa Público
A estas exposições soma-se um programa público de encontros, oficinas e vivências, com programação atualizada pelo site e redes sociais do Instituto ao longo do período expositivo. Na abertura, dia 25 de outubro, realiza-se programação concebida para professores das redes pública e privada, e também para profissionais das artes com a participação dos curadores da exposição e os educadores da instituição. No dia 26 de outubro, o público é convidado a assistir performance do duo Teia-Teia, parceria musical entre Inês Terra (voz) e Júlia Telles (teremin). O duo pesquisa a relação entre os primeiros dispositivos eletrônicos e vozes, em processos improvisados e composicionais. Teia transita entre sons harmônicos e ruidosos, explorando as possibilidades do corpo por meio de intervenções, partituras gráficas e gravações de campo. No dia 1 de novembro, o público em geral é convidado a participar da mesa de debate Os ecos da palavra, com a presença das artistas Livia Aquino, Lenora de Barros e da pesquisadora Maria Carvalhosa. No dia 2 de novembro serão três oficinas de diferentes gêneros de texto: Menus inventados, com a participação da jornalista e crítica gastronômica Luiza Fecarotta; Dedicatória de livro – Livros que me fazem lembrar você, com a participação da pesquisadora Rosa Couto e Técnicas de Comicidade e nossa responsabilidade com as Palavras, orientada pela atriz e comediante Karina Sbruzzy. Haverá também no dia 21 de novembro a oficina de audiodescrição Da palavra a imagem com a artista DEF Isafora Ifanger e no dia 14 de janeiro a oficina de zines O diário de Mira Schendel conduzido pelo artista e educador Léo Daruma. A participação nos eventos se dá mediante inscrição prévia, via o site do Instituto e sujeito a lotação.
Programa amigos
O Programa de Amigos do Instituto Tomie Ohtake quer aproximar o público de um dos espaços de arte mais emblemáticos da cidade de São Paulo. Além de apoiar, o Amigo Tomie fará parte de uma comunidade conectada à arte, contará com benefícios especiais e experiências únicas. São três categorias de apoio, contribuindo com novas exposições, programas educativos, orçamento anual e manutenção do Instituto. E uma novidade para os usuários do Nubank, patrocinador da exposição Mira Schendel – esperar que a letra se forme: Os clientes da instituição têm 25% de desconto em qualquer categoria de apoio, enquanto os clientes ultravioleta têm 50%.
Serviço
Exposição | Mira Schendel – esperar que a letra se forme
De 25 de outubro a 02 de fevereiro
Terça a domingo, das 11h às 19h
Período
25 de outubro de 2024 11:00 - 2 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Tomie Ohtake
Av. Brigadeiro Faria Lima, 201, Pinheiros, São Paulo – SP
Detalhes
“Comigo-ninguém-pode” é a terceira exposição individual da artista Ana Dias Batista na Galeria Marilia Razuk, e será inaugurada em 26 de outubro, das 11h às 16h. Conhecida por seu trabalho
Detalhes
“Comigo-ninguém-pode” é a terceira exposição individual da artista Ana Dias Batista na Galeria Marilia Razuk, e será inaugurada em 26 de outubro, das 11h às 16h. Conhecida por seu trabalho multifacetado, que a cada projeto se aproxima de um campo do mundo da vida, Ana Dias Batista transforma a galeria em uma loja de plantas.
A instalação, especialmente concebida para o espaço original da Galeria no térreo do Edifício Gisele, no Itaim Bibi, se apropria de materiais comuns nesses estabelecimentos, como flores, cactos, espuma floral e vasos, submetendo-os a arranjos que subvertem ou ampliam a percepção cotidiana.
O visitante pode de fato comprar e levar objetos – plantas, vasos e até pedaços do piso feito inteiramente de tijolos de espuma floral. No entanto, o funcionamento “real” não impede a loja de instaurar ficções: procedimentos de linguagem deslizam entre objetos fabricados e plantas naturais; indivíduos híbridos, formados por enxertia, compartilham um nome popular; plantas que se parecem com órgãos de animais ocupam vasos no formato de caracteres-curinga, ou murcham e se propagam ao longo da exposição.
O projeto inclui ainda obras de dois artistas convidados: a poeta Ana Martins Marques e o artista João Loureiro. Ao evocar as conotações da planta popularmente conhecida como “Comigo-ninguém-pode”, a artista reforça o trânsito de significados e abre espaço para reflexões sobre linguagem, natureza e representação.
“Comigo-ninguém-pode” conta com o apoio da Oasis Produtos Florais.
Serviço
Exposição | Comigo-ninguém-pode
De 26 de outubro a 18 de dezembro
Segunda sexta, das 10h30 às 19h, sábado, das 11h às 16h
Período
26 de outubro de 2024 10:30 - 18 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Marilia Razuk
Rua Jerônimo da Veiga, 62 – Itaim Bibi, São Paulo - SP
Detalhes
A Galeria Tato apresenta a exposição individual Sob as Árvores. da artista Ana Michaelis, com curadoria de Maria Alice Milliet. Nos últimos anos, as pinturas de paisagens têm sido o principal
Detalhes
A Galeria Tato apresenta a exposição individual Sob as Árvores. da artista Ana Michaelis, com curadoria de Maria Alice Milliet.
Nos últimos anos, as pinturas de paisagens têm sido o principal interesse de Ana Michaelis. Como relata a curadora: “Há acontecimentos que mudam a vida das pessoas. Para Ana Michaelis, o contato com a Floresta Amazônica foi determinante: mudou sua pintura. Ela já vinha pintando árvores, tratando-as isoladamente como espécies vegetais num catálogo de plantas. Porém, ao conhecer a pujança da mata tropical que cobre a Região Norte do Brasil, sentiu tal impacto que já não pôde
pintá-las solitárias, contidas num espaço ascético, à maneira dos botânicos, que desde o século 19 vêm registrando a flora tropical”.
Para esta exposição, artista e curadora selecionaram duas séries – Dossel e Liquens –, por meio das quais, segundo Maria Alice Milliet, “a artista buscou se ater às dimensões macro e micro do ecossistema florestal, sem, contudo, pretender a precisão científica, mas, sim, traduzir poeticamente a emoção que a imersão no habitat tropical nela produziu”.
Serviço
Exposição | Sob as Árvores
De 26 de outubro a 23 de novembro
Quarta a sábado, das 13h às 18h
Período
26 de outubro de 2024 13:00 - 23 de novembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Tato
Rua Barra Funda, 893. Barra Funda. São Paulo - SP
Detalhes
A mostra Segredos e feitiços de Thiago Barbalho terá aproximadamente 40 obras produzidas este ano, como o grande desenho “A torta perfeita”, com mais de dois metros de altura (imagem
Detalhes
A mostra Segredos e feitiços de Thiago Barbalho terá aproximadamente 40 obras produzidas este ano, como o grande desenho “A torta perfeita”, com mais de dois metros de altura (imagem abaixo), além de desenhos em médio e pequeno formato – em que usa lápis de cor, pastel, canetas e marcadores, tinta acrílica e a óleo – , e esculturas, feitas em materiais diversos como impressão 3D, resina e fibra de vidro, acrílico, tecido e pintura automotiva.
A exposição traz ainda trabalhos realizados pelo artista com elementos característicos da cultura de Jardim do Seridó, no interior do Rio Grande do Norte, terra natal de sua mãe, como pinturas rupestres presentes, a paisagem semiárida e técnicas de produção têxtil artesanal. Um dos exemplos é a tapeçaria “Futuro” (2024), abaixo, com dois metros de altura por um metro e meio de largura, desenvolvida em conjunto com o coletivo Flor de Kantuta, composto por mulheres tecelãs bolivianas radicadas em São Paulo.
“Quis reunir variadas referências, desde os açudes e rios da nossa terra, até o artesanato potiguar, com suas tapeçarias e colchas. Mas quis fugir dos clichês associados à arte nordestina em geral”, diz Thiago. Entre 16 de julho e 29 de setembro de 2024, a curadora Catarina Duncan e o artista Thiago Barbalho estabeleceram uma troca de e-mails como método de acompanhamento investigativo e interlocução em torno da obra do artista.
A conversa atravessa a prática artística de Barbalho, o desenvolvimento da exposição e ao mesmo tempo abre espaço para divagações e relatos pessoais entre notícias da atualidade, sonhos e referências de pesquisa. A correspondência foi impressa e estará disponível na exposição.
Serviço
Exposição | Segredos e feitiços
De 31 de outubro a 18 de janeiro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
31 de outubro de 2024 10:00 - 18 de janeiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Nara Roesler - SP
Avenida Europa, 655, São Paulo - SP
Detalhes
O que é o corpo em relação ao objeto? Qual sua reação ao estar em um território fora dos padrões estabelecidos? Ao interagir com uma matéria diferente e considerada incomum,
Detalhes
O que é o corpo em relação ao objeto? Qual sua reação ao estar em um território fora dos padrões estabelecidos? Ao interagir com uma matéria diferente e considerada incomum, de que forma o corpo redefine os espaços de ação com determinado objeto? É a partir destes questionamentos que nasce a primeira individual de Nazareth Pacheco na Galeria Lume: “Então, faça!“. Com curadoria de Galciani Neves, a mostra instiga uma reflexão entre o que é regimentado e que é o possível, quando “objetos apropriados do cotidiano são reproduzidos em materiais não habituais, enquanto seus usos também se reconfiguram para além das normatividades prescritas e vigentes”.
Nazareth Pacheco transforma sua obra em um registro de sua vivência e convida o visitante a questionar o sentido das formas denominadas como “padrões”, destinadas a usos parametrizados que visam o “ser humano comum”. Comum, segundo quem?
Mudando peso e material de objetos cotidianos, a artista provoca uma abrupta reconfiguração na habitual manipulação dos mesmos e, assim, transforma sua relação para com o corpo que os observa. Nas palavras da curadora: “Nazareth nos chama a perceber sensivelmente os acontecimentos e a construir narrativas múltiplas: que os corpos contam, que os corpos contrapõem quando ousam equipará-los. As histórias não são as mesmas, assim como os corpos também não o são.”
“Então, faça!”, instrução que dá nome à exposição, relembra um dos contatos de Pacheco com a artista Louise Bourgeois, referência fundamental em sua produção, especialmente na relação com os materiais, nos métodos de criação e na forma de abordar temas autobiográficos por meio da linguagem visual: “Viver e fazer, (…) sentir na própria pele e transbordar em arte; ser arrebatada pelos acontecimentos e re-materializá-los.” conclui Galciani Neves.
Serviço
Exposição | Então, faça!
De 07 de novembro a 07 de março
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h
Período
7 de novembro de 2024 10:00 - 7 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Lume
Rua Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa, São Paulo - SP
Detalhes
Sob o pulsar de veias abertas, a Galeria Raquel Arnaud recebe o projeto “OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS” da artista Geórgia Kyriakakis. Com texto crítico de Paula Borghi,
Detalhes
Sob o pulsar de veias abertas, a Galeria Raquel Arnaud recebe o projeto “OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS” da artista Geórgia Kyriakakis. Com texto crítico de Paula Borghi, a mostra traz obras que suscitam reflexões sobre a cultura, a história e a herança social do processo colonizador na América Latina.
Inspirada pela canção “Sangue Latino”, composta em 1973 por Paulinho Mendonça e João Ricardo, e eternizada pela banda Secos e Molhados, a artista propõe uma visão ampliada da América Latina, que ultrapassa conceitos geográficos e contrapõe a influência cultural norte-americana. “O que chamamos de América Latina é um tipo de regionalização que considera os idiomas falados, os processos históricos de colonização e exploração, as desigualdades sociais e as origens indígenas ancestrais, entre outros fatores. Os ‘ventos do norte’, mencionados na canção, são uma alusão direta às forças imperialistas do norte global, que resultam em opressão e espoliação de recursos naturais e sociais, presentes na história da região. Essas forças ‘não movem moinhos’, promovem o subdesenvolvimento inexorável da América Latina”, explica Geórgia.
Composta por esculturas, desenhos, instalações e ações colaborativas, a exposição ocupa todo o espaço da galeria. No piso térreo estão duas séries de desenhos inspirados na história da cidade de Chuquicamata, no Chile, abandonada devido à poluição do ar e à contaminação causada pela exploração de cobre na região. Na parede principal, a artista apresenta VEIAS ABERTAS, uma extensa faixa de tecidos vermelhos de diferentes formatos e texturas, cobrindo toda a metade inferior da parede. São quase 20 metros de tecidos sobrepostos, dispostos de modo a representar a divisão geográfica entre norte e sul. Esses tecidos trazem recortes de trechos da música Sangue Latino: “minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos, meu sangue latino, minha’alma cativa”. Ainda no térreo, outra frase da mesma canção inspira a criação das três esculturas chamadas LANÇA AO ESPAÇO, compostas por 15 lanças de madeira torneada, pontiagudas e encaixadas umas nas outras.
No andar superior, estão expostas ações colaborativas propostas por Kyriakakis em parceria com as artistas Carla Chaim, Aline Langendonck, Isis Gasparini e Vânia Medeiros, desenvolvidas para envolver a participação da equipe da galeria. Exceto Vânia Medeiros, todas as demais artistas, e também a curadora Paula Borghi, foram alunas de Kyriakakis no curso de Artes Visuais da FAAP. O projeto surgiu do desejo da artista de unir sua atuação como artista e professora em uma mesma iniciativa.
Todas as ações estabelecem relações com o tema geral da mostra e foram criadas para uma colaboração inicial com a equipe de trabalho da galeria realizada durante a montagem dos trabalhos. Depois da abertura, o público também poderá interagir com as propostas.
Serviço
Exposição | OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS
De 7 de novembro a 17 de janeiro 2025
Segunda a sexta, das 11h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
7 de novembro de 2024 11:00 - 17 de janeiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
Detalhes
Com texto crítico da curadora e pesquisadora Luciara Ribeiro, a exposição apresenta um conjunto inédito de pinturas, esculturas e instalações que demonstram a expansão material e conceitual na prática do
Detalhes
Com texto crítico da curadora e pesquisadora Luciara Ribeiro, a exposição apresenta um conjunto inédito de pinturas, esculturas e instalações que demonstram a expansão material e conceitual na prática do artista, enquanto aprofunda os temas debatidos ao longo de sua carreira.
A primeira individual de No Martins no Brasil em cinco anos, Fronteiras inóspitas investiga as relações entre sujeito e as estruturas sociais dominantes, permeadas por debates existenciais clássicos. Exemplo dessas reflexões é o conjunto de pinturas produzido para a exposição, nas quais o artista empresta sua imagem na forma de autorretratos. Pensando em dimensões que não se limitam a si, Martins se coloca em ambientes marcados por símbolos relacionados à brevidade e aos impasses da vida, assim como signos que dizem respeito à sociedade brasileira. Uma dessas pinturas revela uma cena de aniversário com balões, faixas e uma mesa com garrafas de refrigerantes. O personagem sopra as velas de um bolo, ao lado do qual repousa um crânio. O símbolo é um clássico memento mori — imagens que na história da arte servem como lembrete de que a existência é passageira.
Outra obra mostra o personagem alimentando um urubu e vestindo uma camiseta com referência à bandeira de Hélio Oiticica — a imagem do corpo de Cara de Cavalo estirado e uma alteração na célebre frase: “Seja marginal, não seja herói”. Mais do que uma citação, Martins faz uma provocação ao sistema da arte e questiona os valores sociais que distinguem alguns entre prestígio e marginalidade.
A investigação existencial marcada pela crítica política é presente, também, na grande instalação que recebe o público na galeria. Seca é composta por um barco que repousa sobre uma superfície espelhada. Ao se aproximar, o espectador nota que na embarcação há, ainda, um outro espelho. “Uma ilusão, uma miragem, uma impossibilidade na possibilidade”, escreve a curadora Luciara Ribeiro no texto da exposição. “A imagem capturada pelo espelho torna o corpo presente dentro do barco, toda uma dimensão do confronto entre a realidade e suas projeções, o tempo e o espaço. O tempo é outro, com dilatações e acelerações, sendo sentido e projetado, computado ou arriscado”, completa.
A violência presente no cotidiano brasileiro, sobretudo a perpetrada pelo Estado, é abordada frontalmente em outros trabalhos em exibição. Coletes à prova de balas são moldes para esculturas, além de serem, eles mesmos, material para obras. Em Dress Code 2, eles são posicionados e ordenados sobre a parede aludindo a composições formalistas da arte concreta brasileira. A obra coloca discussões sobre a monetização da violência, apontando o controle, a segurança e a vigilância dos corpos. “Vigilância e controle como estratégia de gestão de violências públicas, políticas, sociais, educacionais, policiais”, aponta a curadora.
Serviço
Exposição | Fronteiras inóspitas
De 09 de novembro a 14 de dezembro
Segunda sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
9 de novembro de 2024 10:00 - 14 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
Detalhes
A Gomide&Co tem o prazer de apresentar ‘Água (verde)’, exposição de Antonio Ballester Moreno (Espanha, 1977). Trata-se da primeira individual do artista no Brasil, além da segunda apresentação de suas
Detalhes
A Gomide&Co tem o prazer de apresentar ‘Água (verde)’, exposição de Antonio Ballester Moreno (Espanha, 1977). Trata-se da primeira individual do artista no Brasil, além da segunda apresentação de suas obras no país desde sua participação como artista e membro da equipe de curadoria na 33ª Bienal de São Paulo: ‘Afinidades Afetivas’ (2018), curadoria geral de Gabriel Pérez-Barreiro. O texto crítico da exposição é assinado pela curadora e crítica de arte Taisa Palhares.
Para ‘Água (verde)’, Ballester Moreno parte da noção de paisagem entendida como um sistema em que todos os elementos possuem uma relação entre si. A exposição é composta por um conjunto inédito de telas em grandes dimensões realizadas em acrílica sobre juta e que funcionam como um cenário no qual o artista busca criar um ambiente por meio da relação entre cada uma das pinturas e suas respectivas combinações de formas e cores. Segundo Palhares: “Se por um lado, as composições lembram o universo da tradição da pintura abstrata do século 20, por outro, remetem diretamente à figuração simbólica da natureza, proporcionando um jogo poético que ativa a percepção do espectador.”
Antonio Ballester Moreno nasceu em Madri em 1977, onde vive e trabalha, e é considerado um dos principais artistas de sua geração na Espanha. Estudou artes visuais na Universidad Complutense de Madrid e na Universität der Künste Berlin. Sua produção, que inclui pinturas, colagens e cerâmicas, é baseada no fazer manual e artesanal, mobilizando com sentidos simbólicos um repertório singular, composto por cores primárias, economia das formas e exploração da paisagem em seus elementos particulares. Suas obras foram apresentadas em individuais e coletivas ao redor do mundo, em especial na Europa e nos Estados Unidos, e estão presentes na coleção de museus e instituições como: Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León (MUSAC), León; Colección Ella Fontanals Cisneros (CIFO), Miami; Thyssen-Bornemisza Art Contemporary, Barcelona; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), Madri; entre outras.
Serviço
Exposição | Água (verde)
De 13 de novembro a 27 de dezembro
segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 17h
Período
13 de novembro de 2024 10:00 - 27 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Gomide & Co
Avenida Paulista, 2644 01310-300 - São Paulo - SP