"Generosity, Regeneration, Transparency, Independence, Sufficiency, Local Anchor and most of all Humor", feita por Dan Perjovschi no Fridericianum. Foto: Nicolas Wefers
"Generosity, Regeneration, Transparency, Independence, Sufficiency, Local Anchor and most of all Humor", feita por Dan Perjovschi no Fridericianum. Foto: Nicolas Wefers

‘Lumbung’. A palavra que pode nos parecer incomum é o termo indonésio para definir um celeiro de arroz comunitário e se articula como eixo conceitual da documenta quinze. Sob direção artística do ruangrupa, coletivo de artistas de Jacarta, a edição 2022 da mostra internacional acontece de 18 de junho a 25 de setembro na cidade de Kassel, na Alemanha. Mas o que significa lumbung enquanto conceito? Como um modelo artístico e econômico, o termo está enraizado em princípios de coletividade, compartilhamento de recursos comunitários e alocação igualitária; e essa é a prática adotada pela equipe artística.

De forma a concretizar essa proposta, a documenta buscou uma não centralização de sua curadoria, proporcionando espaço para reunir e explorar ideias com uma interação entre formalidades e informalidades, de forma a alcançar uma tomada de decisão coletiva. Para isso, convidou coletivos, organizações e iniciativas que – em seus métodos, raízes artísticas e abordagens organizacionais e econômicas – compartilham os valores da mostra. De diferentes localidades do mundo, esses parceiros (denominados membros lumbung) são Britto Arts Trust, FAFSWAG, Fondation Festival Sur Le Niger, Gudskul, INLAND,  Instituto de Artivismo Hannah Arendt, Jatiwangi art Factory, Más Arte Más Acción, OFF-Biennale Budapest, Project Art Works, The Question of Funding, Trampoline House, Wajukuu Art Project e ZK/U – Center for Art and Urbanistics. 

“Era nossa intenção começar compartilhando papéis, autoria, trabalho e ideias. Consideramos essa diversidade como abundância, um excedente com o qual podemos começar”, explica o ruangrupa. Assim, cada um dos membros lumbung trouxe recursos diferentes para ‘o celeiro de arroz coletivo’. Juntos, buscam construir um discurso de longo prazo para além da documenta quinze, “aumentando assim o bem-estar de suas respectivas instituições locais, bem como de todo o seu ecossistema por meio de conhecimento compartilhado”, explica a comunicação oficial da documenta quinze. “Queremos criar uma plataforma de arte e cultura globalmente orientada, colaborativa e interdisciplinar que permanecerá efetiva além dos 100 dias da documenta quinze. Nossa abordagem curatorial busca um tipo diferente de modelo colaborativo de uso de recursos – em termos econômicos, mas também no que diz respeito a ideias, conhecimento, programas e inovações”, completa o ruangrupa.

Workshop do ruangrupa com a equipe artística da documenta quinze. Foto: Nicolas Wefers
Workshop do ruangrupa com a equipe artística. Foto: Nicolas Wefers

A mesma postura foi tomada frente aos artistas participantes, convidados a se encontrarem em pequenos grupos de trabalho, nos quais puderam se conhecer antes da abertura e apresentar suas práticas e projetos para a documenta quinze, discutindo questões ou aconselhando uns aos outros sobre os processos artísticos. Esses grupos de trabalho, chamados de mini-majelis, são também voltados para trocas de longo prazo e conexões sustentáveis ​​além da documenta quinze. “Sua composição é moldada pelos diferentes fusos horários em que os artistas e coletivos vivem e se comunicam. Além disso, em intervalos irregulares, todos os envolvidos na documenta quinze se reúnem em um grande majelis akbar.”

A explicação nos traz um outro ponto importante da documenta: a polifonia adotada no vocabulário da curadoria, composto por termos de diferentes idiomas, bem como termos familiares usados em novos contextos. “Construir relações sociais e questionar dinâmicas de poder é essencial para a prática lumbung. Isso também inclui expandir a maneira como a linguagem é usada e entendê-la como uma ferramenta para desenvolver novas ideias e perspectivas”, explica a comunicação oficial. 

No âmbito físico, essa polifonia se explicita na forma como Kassel abriga a mostra. Ao invés de servir como ‘local’, a cidade é entendida como um ecossistema, como uma malha de contextos sociais em que a documenta quinze emerge e cresce. Assim, a exposição ocorre em 32 espaços espalhados por quatro áreas de Kassel: Mitte, Fulda, Nordstadt e Bettenhausen. A partir do Mitte de Kassel, com seus muitos prédios de museus, documenta quinze se estende ao redor do Rio Fulda, a hidrovia arterial historicamente importante da cidade. A partir daí, a exposição abre para Nordstadt e, pela primeira vez na história da documenta, vai ao distrito industrial de Bettenhausen. 

Ingressos

Ingresso diário: 27 euros / 19 euros reduzidos
Ingresso de 2 dias: 45 euros / 32 euros reduzidos
Ingresso de temporada (imprima em casa): 125 euros / redução de 100 euros
Ingresso de temporada: 129 euros / reduzido 104 euros
Ingresso noturno (17h às 20h): 12 euros / 8 euros reduzidos
Ingresso familiar: 60 euros
Ingresso diurno para grupo escolar: 7 euros por pessoa
Ingresso solidário, pode ser resgatado por outra pessoa como bilhete gratuito: 27 euros

Cada compra de ingressos apoia projetos de sustentabilidade na Alemanha e Indonésia com 1 euro

Reserva de ingressos no site da documenta.

Acesse nosso Especial documenta quinze clicando aqui.  


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