A mostra Lugares do Delírio, Idealizada originalmente pelo curador e então diretor cultural do MAR – Museu de Arte do Rio, Paulo Herkenhoff, foi colocada em pé pela psicanalista e curadora, Tania Rivera e pode ser experimentada no SESC Pompéia em São Paulo até primeiro de Julho de 2018.

A exposição é resultante de um trabalho de pesquisa cuidadoso e delicado com o objetivo de mostrar o quanto, o limite entre “loucura” e “razão” é, ténue.

O que há de delirante na arte e o que há de reflexão sobre a arte na loucura foram questões que orientaram a pesquisa. Outro objetivo foi romper o confinamento da produção dos pacientes psiquiátricos e discutir sua representatividade em paralelo, lado a lado, com a arte exposta em circuitos tradicionais de galerias e museus.

Para Tania “A arte parece sempre querer fugir à norma, ou seja, ao hábito e às regras que delimitam nossa realidade compartilhada. Ela abre janelas na vida cotidiana e nos convida a construir novos mundos”. “A intenção é colocar em suspenso a delimitação entre o normal e o dito ‘louco’. A arte e a loucura têm em comum a força de transformação da realidade”.

Lugares do Delirio apresenta aspectos da Psiquiatria Poética, do antigo “Espaço aberto ao tempo”, hoje denominado Instituto Municipal de Assistência a Saúde Nise da Silveira. A atuação de Lula Vanderley e sua equipe situa-se na intersecção entre arte e cuidado em saúde mental.

Razão, intenção, Expressionismo, imagens do neoconcretismo e delírio construtivo aparecem contaminados. Todos no mesmo barco, eles emocionam e trazem ar fresco à ideia de inclusão.

 


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