Exposição "A natureza dos encontros", de Carlos Bevilacqua
Detalhes
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage anuncia A natureza dos encontros, exposição de Carlos Bevilacqua, artista visual e professor da instituição. A individual vai ocupar as Cavalariças com
Detalhes
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage anuncia A natureza dos encontros, exposição de Carlos Bevilacqua, artista visual e professor da instituição. A individual vai ocupar as Cavalariças com um conjunto de trabalhos realizados nos últimos três anos. São 24 esculturas de escalas variadas – quase todas inéditas – que exploram o vasto repertório do artista. A curadoria é de André Sheik.
Há mais de 35 anos produzindo esculturas, Bevilacqua associa volumes e forças nas suas peças modulares feitas de hastes de aço, madeira, borracha, vidro, mármore e pedra. Articuladas, as obras sugerem um sistema complexo de pesos, contrapesos e estados flutuantes paradoxais. O artista explora os limites físicos da matéria até o momento preciso em que as tensões encontram seu ponto de repouso e vice-versa.
Ao sugerir trajetórias e deslocamentos no espaço, as esculturas arquitetam improváveis associações entre massa e vazio, equilíbrio estático e energia potencial. Bevilacqua investiga noções fundamentais de tempo, espaço e movimento, associando conceitos da filosofia e da ciência a símbolos arcaicos e narrativas ancestrais de diversas culturas.
“Cada escultura trata de uma força e, como são obras muito delicadas, a reunião delas produz uma intensidade. O conjunto ganha outra dimensão a partir de uma grande variedade de estruturas e segmentos”, revela o artista. “O encontro dos elementos é ‘anatômico’, estão conectados sob pressão ou equilibrados. E são estes modos de encontro de coisas que produzem as estruturas. É uma espécie de natureza, com suas leis próprias. E como toda natureza é alteridade, se modifica, se transforma e se conserva”.
Segundo André Sheik, a obra de Bevilacqua aborda a conexão entre o mistério e o concreto que nos envolvem: “Podemos reparar nos eixos que Bevilacqua traça no ambiente expositivo, que são referências às ligações entre céu e terra, entre mitológico e real. As reflexões filosóficas, as equações matemáticas, as mitologias, também a Física e tantos outros campos de saber são interconectados no pensamento plástico de Bevilacqua. A despeito dessa carga reflexiva, o espectador não se sente excluído, ao contrário, conecta-se pelo olhar e quer alcançar tudo com as mãos, como que lhes dando existência: à obra e a si mesmo”, analisa o curador.
Para ele, a mostra se concentra em expressar a riqueza do universo que o pensamento de arte tem o poder de gerar. E Bevilacqua sintetiza: “Não são obras para serem olhadas, elas só podem ser pensadas”.
Carlos Bevilacqua tem trabalhos em importantes coleções públicas e já expôs sua obra em países como EUA, Alemanha e Irlanda. Na EAV Parque Lage, ministra o curso “Escultura contemporânea”.
Serviço
Exposição | A natureza dos encontros
De 17 de outubro a 08 de dezembro
Quinta a terça, das 10h às 17h (a exposição não abre às quartas)
Período
17 de dezembro de 2024 10:00 - 8 de fevereiro de 2025 17:00(GMT-03:00)
Local
Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico, 414 Rio de Janeiro - RJ