"O Guerreiro" (Série Mehrere Mex – Gente que estende sua beleza). Foto: Guta Galli

Uma grande mostra sobre cultura e arte indígenas completa a trilogia do Museu Afro Brasil sobre os povos responsáveis pela formação do país – Africa Africans (2015) e Portugal, Portugueses (2016). Intitulada Heranças de um Brasil profundo, a mostra ocupa uma grande área do museu paulistano, localizado no Parque Ibirapuera, com objetos diversos, obras de arte e fotografias de diferentes períodos e regiões do país.

Com curadoria de Emanoel Araujo, a exposição reúne cerca de 500 peças entre arte plumária, adornos, cestaria, máscaras, esculturas, utensílios e arte contemporânea de várias etnias indígenas. Entre eles os Karajá, Marubo, Kayapó, Mehinako, Yanomami, Rikbaktsa, Tapirapé, Waurá, Tapayuna, Baniwa, Ashaninka, Parakanã, Panará e Juruna. Um dos desta destaques da mostra é a Casa dos Homens, construída por um grupo de quatro indígenas do povo Mehinako.

Segundo texto do curador, “essa exposição celebra a vida desses povos das florestas que através de séculos vivem e sobrevivem sendo achacados pelos homens brancos, sedentos em mostrar para o mundo, dito civilizado, as muitas culturas das etnias dos povos da floresta”. Deste modo, além da produção dos povos originários, a mostra expõe também a visão que o homem branco apresentou ao longo dos séculos sobre os nativos, seja em pinturas, documentos ou fotografias.

apresenta um premiado grupo de fotógrafos e fotógrafas que se dedicaram (ou ainda se dedicam) a documentação de populações indígenas brasileiras, como Claudia Andujar, Rosa Gauditano, Maureen Bisiliat, Nair Benedicto, Manuel Rodrigues Ferreira, Rodrigo Pretella, Jamie Stewart-Granger, entre outros. Entre os artistas indígenas contemporâneos presentes na exposição está o jovem Denilson Baniwa, vencedor do prêmio PIPA Online 2019. Completam a mostra artistas como Gilberto Salvador, Claudio Tozzi, Rubens Ianelli, João Camara Filho e João Pedro Vale, entre outros.

“Essa exposição tem muitas vertentes, como não poderia deixar de ser diante de tanta complexidade da vida e da arte desse nosso povo que ainda resiste aos ataques e à inoperância nacional (…) Aqui também reside um brado, um alerta – um grito mesmo – em defesa desse nosso povo, que aqui estava e que continua estando em terras onde sempre foi o dono, para sempre!”

Heranças de um Brasil profundo
Até 26 de julho
Museu Afro Brasil – Parque Ibirapuera
Entrada gratuita

 

*Leia em nossa próxima edição reportagem completa sobre a mostra

 


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