León Ferrari, obra da série "Brailles y relecturas de la Biblia"

“Uma das grandes vozes internacionais do continente latino-americano”, assim diz o texto de apresentação da exposição TOASTED ANGELS, SOUNDS OF STEEL (Anjos Torrados, Som de Aço, em tradução livre), individual de León Ferrari na KOW Galerie, em Berlim. A exposição que tem abertura em 23 de novembro marca o começo das homenagens ao artista argentino que completaria 100 anos em 2020.

Falecido em 2013, em Buenos Aires, aos 93 anos, Ferrari foi um artista provocador, que iniciou sua carreira em 1955, considerando “a história da civilização ocidental como uma história de violência institucional globalizada”. Apesar de aclamado na Bienal de Veneza de 2007, na qual recebeu o Leão de Ouro, o artista ainda é pouco conhecido na Alemanha. Desta forma, a KOW Galerie recebe um panorama significativo da produção do artista, um dos nomes mais importantes das artes visuais na Argentina.

Serão apresentadas obras como La Civilización Occidental y Cristiana (1965), que faz uma reflexão crítica à Guerra do Vietnã e as relações de poder em um vínculo entre política e religião. A mostra abarca esculturas, litografias e desenhos, formatos nos quais León trabalhou uma linguagem também abstrata e conceitual. Inclui-se também uma escultura sonora.

A exposição em Berlim se estende até o dia 3 de fevereiro. Também em solo paulistano, onde Ferrari se exilou entre as décadas de 70 e 80, há uma exposição do artista: Nós não sabíamos, na Pinacoteca de São Paulo, estará aberta ao público até 16 de fevereiro e reúne 94 obras do artista que pertencem ao acervo do museu.


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