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Miguel Penha, Igarapé









            um corpo amazônida de            reinventam potencialmente com   milhões de km , como se fosse
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            multiplicidade de povos          o diálogo entre as culturas, que   homogênea implica tornar
            indígenas, negros, afro-indígenas,   não se dá num vazio de relações   invisíveis ecossistemas habitados
            caboclos ribeirinhos, mulheres,   sociais e de poder.            por diversos povos e suas
            quilombolas, corpo LGBTQIAPN+      Além da riqueza da            territorialidades ancestrais,
            e de outros artistas que estão   biodiversidade amazônica,       que aliam experiências próprias
            cravados na floresta. Todos       ressalta-se a diversidade cultural   com as ambiências dos lugares
            com distintas nuances aliados    existente no Norte. Realidade que   de origem.
            a uma linguagem pessoal, que     deve nos conscientizar de que      Neste sentido, a bienal
            potencializam esse espaço da     existem Amazônias e amazônidas   aponta que é imprescindível não
            arte – não como um ambiente      e o desafio em pensar a região   desperdiçar o grandioso acervo
            estanque, mas como um território   como uma extensa floresta      de conhecimentos e os complexos
            de ocupação resistente aos       tropical úmida e complexa,      tecnológicos dos povos que
            processos coloniais e que se     com uma área equivalente a 8    habitam a região Norte do

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