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BIENAL DAS AMAZÔNIAS ARTIGO

















            ARTE SEM


            FRONTEIRAS





            É inegável a importância da Bienal ao
            trazer visibilidade ao que as Amazônias
            têm projetado e produzido com artistas já
            consolidados no circuito das artes e outros
            com novas produções que estão surgindo

            por vânia leal*























            nasci às margens do rio         bioma, como florestas densas de   inspiração pessoal quando diz
            amazonas, em Macapá, no         terra firme, florestas estacionais,   sobre tempos onde convivem,
            Amapá. Ser conterrânea fortalece   florestas de igapó, campos    simultaneamente, diferentes
            o vínculo que tenho com a região   alagados, várzeas e formações   temporalidades. É com essa
            Norte do Brasil porque este rio   pioneiras que, naturalmente,   referência que sigo a jornada
            foi o primeiro que me levou a   constituem os múltiplos tempos   atenta à urgência de repensar
            navegar por outras águas que    do espaço amazônico.            e decolonizar o espaço da arte
            me trouxeram à 1ª Bienal das       Debater e refletir arte na    enquanto lugar que pode ser
            Amazônias. Evento que já inicia   Amazônia requer a compreensão   ocupado por corpos de artistas
            com abordagens do próprio       desse espaço geográfico de       diversos, compreendendo a
            lugar e nos convoca para uma    diferentes épocas e ambiências.   perspectiva intercultural do Brasil.   FOTO: PATRICIA ROUSSEAUX
            construção discursiva acerca    A partir desses diferentes, o      Valorizar a produção de
            da complexidade de distintos    geógrafo e escritor brasileiro   artistas nas Amazônias aqui
            ecossistemas que formam o       Milton Santos se torna uma      e agora também é evidenciar

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