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BIENAL DAS AMAZÔNIAS
Anita Ekman,
Brasil, São Paulo,
Tupi or not Tupi,
como se deve (re)
escrever a história
do Brasil da série
“Ocre Marajó –
Museu Paraense
Emílio Goeldi”,
2022. Jato de tinta
com pigmentos
naturais
antagonismos ideológicos que se espalham pelo Brasil brasileiros compreendidos como Amazônia Legal, como
e pelo mundo, anunciar a multiplicidade de desejos também ambiciona a inclusão das muitas Amazônias
como o campo de forças que circunda corpos em multifacetadas e invisíveis que populam o imaginário
território amazônico é, antes de tudo, uma proposta contemporâneo, para além de seus limites físicos,
de instauração de espaços relacionais que levam em sociais e geográf cos.”
conta a experiência humana nela acumulada, seu Alguns dos eixos curatoriais que organizam a mos-
humanismo, seu imaginário social. espaços de auto tra foram inspirados em lendas e vocábulos da região,
reconhecimento, de celebração e, principalmente, como Fontes Vitais Cambiantes, que partiu da pesquisa
espaços de luta, resistência e reexistência pelo pra- sobre o princípio e os princípios do Rio Amazonas e FOTOS: NAILANA THIELY/PATRICIA ROUSSEAUX
zer de ser plural. Dessa forma, o cerne curatorial da da sua movimentação. Diz o texto curatorial: “Desde
Bienal busca instaurar aproximações possíveis não a nascente à desembocadura. assim chegou-se em
só entre os nove países que delimitam o bioma e o Apurimac, região peruana onde existe uma das nas-
território aquático do Rio Amazonas e os nove estados centes. e, a partir da pesquisa deste lugar, a ampliação
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