Page 65 - ARTE!Brasileiros #57
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Pablo Picasso, Massacre na Coreia, 1951,   Picasso dividido é uma mostra concebida pelo
                       acervo do Museu Nacional Picasso de Paris  Museu Ludwig de Colônia com o apoio especial do
                                                               Museu Nacional Picasso de Paris, sob curadoria de
                                                               Julia Friedrich, com o propósito de rever o papel e
                                                               visibilidade exercidos por Pablo Picasso nas duas Ale-
                                                               manhas, ainda divididas durante o período da Guerra
                                                               Fria. Mais de 30 anos após a queda do Muro de Berlim,
                                                               a recente memória e legado histórico deste país são
                                                               revistos em inúmeras facetas, mas é nesta mostra
                                                               que um ícone da arte contemporânea é analisado sob
                                                               uma lupa, como um exemplo entre tantos outros, cujas
                                                               existências fazem parte não somente do imaginário,
                                                               mas de um legado político cultural.
                                                                  A exposição aborda temas relevantes para o enten-
                                                               dimento do que associamos a Picasso? E o que os
                                                               alemães do pós-guerra  associaram a ele quando a
                                                               sua fama estava no auge? Não se trata apenas do
                                                               artista, mas do seu público, que no ocidente capitalis-
                                                               ta e no oriente socialista assimilou a arte de Picasso
                                                               de formas concebivelmente diferentes. O Picasso
                                                               alemão era uma arte dividida e fragmentada, mas a
                                                               divisão inspirou a comunicação: todos questiona-
                                                               vam esta arte porque ela tinha algo a dizer a todos,
                                                               independente de que lado do país se encontrava o
                                                               apreciador de sua obra.
                                                                  A recepção da obra Picasso na Alemanha do
                                                               pós-guerra foi determinada por dois períodos: A
                                                               era nazista e a Guerra Fria. Os nazis puseram um
                                                               fim brusco a qualquer envolvimento com a arte de
                                                               Picasso; após 1945, a arte modernista passou por
                                                               revisão minuciosa. Mas a Guerra Fria forçou a Ale-
                                                               manha capitalista e a socialista a chegarem às suas
                                                               próprias interpretações. No Ocidente, Picasso foi

                                                                                                         65
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