Page 66 - ARTE!Brasileiros #57
P. 66

EXPOSIÇÕES ALEMANHA
























































            Vista de instalação Picasso Dividido no Museu Ludwig, em Colônia




            elogiado pela diversidade formal e pela produtividade.  parte da história do Museu Ludwig, pois Peter e Irene
            O Oriente, pelo contrário, celebrou o seu compromisso,  Ludwig, colecionadores, possuiam negócios promis-
            porque a partir de 1944 Picasso foi membro do Partido   sores em ambas Alemanhas.
            Comunista Francês. Será que os nazis usurparam a arte?   A exposição mostra obras políticas, tais como a
            Isso significa que agora a arte tem de ser isenta das   pintura Massacre na Coreia, 1951, do Museu Picasso
            aspirações políticas? Essa foi a conclusão no Ociden- em Paris. Em 1955, pouco antes da grande retrospec-
            te. Ou deveria a arte estar agora ainda mais envolvida   tiva itinerante de Picasso pela Alemanha Ocidental,
            na luta política? Esse era o pensamento no Oriente, e   em Munique, Colônia e Hamburgo, o Ministério dos
            também o pensamento de Picasso. Também não faltam   Negócios Estrangeiros aconselhou a direção da exposi-
            surpresas: Picasso foi banido no Ocidente. E embora   ção a abster-se de mostrar obras políticas. Isto incluiu
            o seu trabalho quase nunca tenha sido visto na rda –  Massacre na Coreia, que denunciou o papel que o
            República Democrática Alemã (Oriental), o debate sobre   exército americano desempenhou na Guerra da Coreia
            ele foi mais vivo lá do que na rfa – República Federal   (1950-1953). O quadro foi contudo exposto, mas não
            Alemã (Ocidental). Além disso, as fronteiras estatais   suscitou qualquer grande discussão. Ao mesmo tem-
            eram frequentemente atravessadas - o que também faz   po, houve uma luta em torno de Picasso na República

            66
   61   62   63   64   65   66   67   68   69   70   71