Page 43 - ARTE!Brasileiros #57
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– As unidades do Sesc, mesmo sendo espa-
                                                             ços privados, sempre se colocaram na cidade
                                                             quase como extensões do espaço público. São
                                                             abertas a todos, pensadas para uma convivên-
                                                             cia criativa e democrática, enfim, ligadas a um
                                                             projeto de “bem-estar social e de bem viver”, nas
                                                             suas próprias palavras. Por um ano e meio estas
                                                             unidades precisaram fechar as portas, por conta
                                                             da pandemia. Como foi essa experiência de tentar
                                                             manter a missão do Sesc sem os espaços físicos?
                                                               Danilo Miranda – Fez muita falta, já que o espa-
                                                               ço é vital para podermos cumprir a nossa missão
                                                               plenamente. O encontro, o convívio, as atividades
                                                               presenciais, isso é essencial para o nosso dia a dia.
                                                               Eu costumava dizer que a nossa grande especialida-
                                                               de é juntar gente. Agora, diante dos fatos, da nova
                                                               situação, tivemos que nos reinventar, mudar as coisas.
                                                               Então as unidades foram fechadas e passamos a
                                                               fazer uma infinidade de atividades através do nosso
                                                               sistema à distância, com grande alcance em nossas
                                                               páginas. Tivemos uma ação muito forte do ponto
                                                               de vista de conteúdo, com destaque para o Sesc
                                                               Digital, que é uma plataforma que já estava pronta
                                                               e foi lançada logo no início da pandemia, em abril de
                                                               2020. Lá temos muito material de acervo - mais de
                                                               20 mil itens -, uma complementação muito grande
                                                               do ponto de vista de prestação de serviços e muita
                                                               informação. E isso foi se aperfeiçoando. Aos poucos
                                                               fomos prestando alguns serviços presenciais pré-a-
                                                               gendados, na parte de alimentação, de odontologia
                                                               e, mais à frente, até cursos, exposições, shows etc.
                                                               Somente agora estamos reabrindo completamente.

                                                             A partir de agora o Sesc-sp passa a trabalhar então
                                                             em um modelo híbrido entre virtual e presencial?
                                                             Como são os planos neste sentido?
                                                               Sim, nós vamos misturar os dois, o que vai tornar
                                                               a nossa atuação ainda mais efetiva. Eu já dizia, há
                                                               algumas décadas, que tudo o que fosse possível
                                                               deveria ser feito à distância. E nós não tínhamos
                                                               nem dimensão ainda de quanta coisa isso repre-
                                                               sentava, do lugar em que as tecnologias chegariam.
                                                               Eu pensava principalmente na parte burocrática,
                                                               de informações, agendamentos e inscrições, para
                                                               que as pessoas já chegassem nas unidades com as
                                                               coisas facilitadas. Mas isso se exacerbou, especial-
                                                               mente agora na pandemia, e o virtual ganhou uma   FOTO: MATHEUS JOSÉ MARIA
                                                               força muito maior, e vamos trabalhar também com
        Danilo Santos de Miranda, filósofo, sociólogo e diretor-regional do Sesc-SP  essa realidade.

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