Page 23 - ARTE!Brasileiros #57
P. 23

Vista da Feira Internacional de Arte Contemporânea (FIAC) de Paris, em outubro de 2021



            chegou a opacar o brilho dos expositores que concor-  Várias obras figurativas reaparecem como estrelas.
            reram de vários países da Europa, África e Ásia e que   Alice Neel, Chen Ke, Jean-Michel Othoniel, Yves Laloy, que
            sempre trazem excelentes elencos.                foram vendidas logo no começo. Victoria Miro apresentou
               Galerias históricas e tradicionais como Thaddaeus   uma série belíssima de 10 pastéis de Chantal Joffe, Pictures
            Ropac mostraram obras do Georg Baselitz, coincidindo   of What I Did Not See, 2019. E artistas negros também
            com a nova retrospectiva do artista alemão que acaba   passam a ter maior expressão no circuito. A Templon trouxe
            de abrir no Centro Pompidou, e que permanecerá até   uma obra muito original de Omar Ba, senegalês nascido
            7 de março de 2022. A Thaddaeus Ropac vendeu, do   em 1977, Dispersion Devant l’impasse, 2021.
            artista, Bad in Flur (2021), no valor de 1.2 milhões de euros.  Na toada da inclusão de artistas representantes da
               A Galeria 1900-2000, fundada em 1972 sob os con- art brut ou art outsider no “circuito oficial do mercado”,
            selhos de Man Ray, focou no início no dadaísmo, nos   que vem crescendo desde a exposição Palazzo Enciclo-
            surrealistas, no pop, e nos hiper-realistas e foi amplian- pedico, na Bienal de Veneza de 2013, e se inserindo em
            do seu elenco para o Fluxus e contemporâneos como   museus como o Met e o Moma, a Christian Berst Art
            George Condo e Jean-Michel Basquiat. Ela mostra   Brut, de Nova York, apresentou o artista checo Luboš
            tradicionalmente tesouros de Picabia, Max Ernst e Man   Plný, cujo potente trabalho é produto da sua fascina-
            Ray, do Alighiero Boetti e Joseph Kosuth.        ção com a iconografia médica. Ele chega a provocar
               O artista brasileiro Julio Villani, radicado em Paris   e estudar situações no próprio corpo, quase como
            desde 1982, forma parte do núcleo de artistas da galeria.  performances, testando seus limites. Seu trabalho já
            Sua obra, 65 cm de pintura, acrílica sobre tela de 1992,  foi apresentado na 17a Bienal de Veneza e no Museu
            foi vendida no primeiro dia.                     National d’Art Moderne de Paris, em 2013.

                                                                                                         23
   18   19   20   21   22   23   24   25   26   27   28