Page 22 - ARTE!Brasileiros #56
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INSTITUIÇÕES INHOTIM
sobre esse ‘modo de sobrevivência’ que fomos obrigados a ter nestes períodos”.
O “modo de sobrevivência” na pandemia se deu em diferentes direções. Na relação
com o público, intensificou-se a presença virtual - com mostras online, postagens
nas redes de imagens e textos sobre o acervo, vídeos inéditos feitos com artistas
e apresentações musicais, entre outros. “Nós sabemos que nunca seria possível o
Inhotim existir sem a experiência presencial, mas hoje eu acredito que não conse-
guimos mais abrir mão também da experiência virtual. Isso fica”, diz Grassi.
Em tempos sem arrecadação de bilheteria - mesmo agora, o público permitido
é de mil pessoas por dia, ante 5 mil nos tempos pré-pandêmicos - o instituto seguiu
com relativa estabilidade financeira graças ao seu plano plurianual vigente, que
já tinha recursos garantidos de patrocinadores como Vale, Itaú e Barbosa Mello
Construtora. No início da pandemia, alguns cortes no quadro de funcionários foram
feitos - são cerca de 400 contratados diretos e mais algumas centenas de terceiri-
zados -, mas, segundo Grassi, com a retomada gradual do funcionamento o número
já se reaproxima do que era. “E naquele ponto priorizamos reformular as diretorias,
cortar ‘em cima’ para preservar os empregos de quem necessitava mais, especial- O espaço fisico
mente as pessoas de Brumadinho”. Sendo 80% de seus trabalhadores moradores pode ser um lugar
da cidade - localizada na região metropolitana de Belo Horizonte e que tem por complexo, abstrato e em
construção, de Rommulo
volta de 40 mil habitantes -, Inhotim é um dos maiores pilares da economia local. Vieira Conceição
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