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totalmente pronto para ser reinauguraDo após       A instituição também abriu espaço para um diálogo
            seis anos de reformas, o Museu da Língua Portuguesa   mais intenso com variados campos da cultura, para além
            já começou a aquecer os motores na expectativa de   de sua íntima relação com a literatura, incorporando novas
            finalmente poder abrir suas portas, o que deve ocorrer  formas de pensar a língua também a partir de elementos
            no final de julho ou assim que a pandemia permitir. Além   do cotidiano e de outras formas de expressão, como as
            da reedificação física, que remontou a estrutura des- artes visuais. O resultado dessa nova abordagem é a pri-
            truída por um incêndio em 2015, a instituição aproveitou   meira mostra temporária do museu, já acessível a grupos
            a oportunidade para reorganizar-se conceitualmente   pequenos de visitantes, intitulada Língua Solta (ler na
            e atualizar conteúdos e estratégias de comunicação   página 44). “Desde lá atrás queríamos trazer objetos
            com o público. De forma geral, o conceito do projeto   atravessados pela língua”, explica a curadora especial da
            permanece o mesmo, baseado numa perspectiva antro- instituição, Isa Grinspum Ferraz. Afinal, como diz o escritor
            pológica, histórica e social da língua, tal como alinhavado   moçambicano Mia Couto, em live organizada pela insti-
            há quase 20 anos.                                tuição, “a língua portuguesa não funciona em abstrato”.
               Como trata-se de um acervo basicamente virtual,   Dentre as novidades trazidas pelo museu nessa nova
            os arquivos não foram destruídos pelo fogo e foi   roupagem estão também a incrementação da linha do
            possível remontar grande parte da mostra original.  tempo, que percorre a história da língua portuguesa
            A possibilidade – e necessidade – de refazer a expo- desde o Lácio, na antiga Roma, até os dias de hoje, com
            sição do zero trouxe, no entanto, a oportunidade de   a problematização de momentos fundamentais dessa
            aperfeiçoar a mostra permanente e atualizar aspectos   trajetória, como o ano de 1500 - no qual foram inseridos
            importantes, incorporando transformações pelas   depoimentos de líderes indígenas como Davi Kopenawa
            quais a língua passou no período e propondo uma   e Ailton Krenak questionando a ideia de descoberta e
            reflexão sobre debates contemporâneos ligados a   explicitando o processo de invasão de terras já habitadas.
            questões identitárias, que vem mobilizando inten- Em sentido quase oposto, a instalação Nós da Língua
            samente o debate nos últimos anos.               Portuguesa (“nós” tanto em termos de entrelaçamento,
























                                                                                  Na página ao lado, as
                                                                                  instalações Palavras cruzadas,
                                                                                  em primeiro plano, e O
                                                                                  português do Brasil, ao fundo;
                                                                                  nesta página, a fachada da
                                                                                  Estação da Luz, que abriga o
                                                                                  Museu da Língua Portuguesa

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