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INSTITUIÇÕES MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA












































                         A instalação Rua da Língua, criação coletiva de Leandro Lima, José Miguel Wisnik, Carlos Nader e Isa Grinspum




            como de pronome que indica uma coletividade) ressalta   Diante dos desafios impostos pela pandemia – que
            a importância do português como língua de libertação   vem adiando sua reabertura e impõe a necessidade de
            dos países africanos, permitindo uma confluência de   encontrar novas formas de contato com os potenciais
            diferentes povos e dialetos em um projeto comum,  visitantes –, o museu também vem aproveitando para
            vivenciado em países como Moçambique, Angola e Cabo   desenvolver novas formas de interação virtual com o
            Verde. Por último, dentre as novidades, Isa Grinspum   público. Aproveitou o dia internacional da língua por-
            destaca a nova instalação Falares, curada por Marcelino   tuguesa para mostrar um pouco de sua nova cara, rea-
            Freire e Roberta Estrela D’Alva, que cria um bosque de   lizando uma série de conversas e apresentações online,
            telas nos quais é possível perfazer um passeio, assis- que já foram vistas por mais de 15 mil espectadores, com
            tindo uma trama de depoimentos, de falares icônicos,  figuras de grande relevância no pensamento do papel
            sotaques e tribos do português.                 da língua, como Mia Couto, José Eduardo Agualusa e
               Quando inaugurou, em 2006, o uso massivo da tecno- José Miguel Wisnik. Lançou também ciclos de pales-
            logia virtual era uma das marcas fortes do museu. Hoje,  tras virtuais e pretende estabelecer ciclos de debates,
            com uma maior familiaridade das pessoas com esse   formação de professores, mostras de cinema, saraus,
            tipo de recurso e o aprimoramento dos equipamentos,  e outras atividades capazes de espraiar essa produção
            seu protagonismo parece mais diluído. “A tecnologia   para além do espaço físico.
            veio a serviço, para contar uma história. Como a língua   Ir para fora é, aliás, um dos motes do museu, seja
            é impalpável, imagens e sons são muito úteis. Não   em termos de conteúdo (no que a comunicação digital
            buscamos a interatividade pela interatividade”, pontua   pode contribuir muito) seja em termos espaciais, conec-  FOTO: JOCA DUARTE / DIVULGAÇÃO
            a curadora. Segundo ela, o que importa é estimular ao   tando-se de forma mais intensa com o entorno de sua
            máximo o interesse do visitante, fazendo com que saia   sede na Estação da Luz, por onde transitam centenas
            do museu com mais perguntas do que entrou.      de milhares de pessoas, todos os dias.

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