Page 14 - ARTE!Brasileiros #55
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BIENAIS GUATEMALA
BIENAL DE
ARTE PAIZ
COLOCA
EM FOCO
DIVERSIDADE
CULTURAL
E CRISES
NA AMÉRICA
LATINA
Em entrevista à arte!brasileiros,
curadora chilena Alexia Tala fala sobre
a 22ª edição da bienal guatemalteca,
que levantou debates sobre os povos
originários e suas visões de mundo, a
imigração e as crises contemporâneas
por marCos grinspum Ferraz
Perdidos. No meio. JuNtos foi o título da 22ª Bienal que “têm negados seus direitos de viver respeitando suas
de Arte Paiz, realizada na Cidade da Guatemala, capital cosmovisões, suas formas de medicina e de organiza-
do país centro-americano, e na pequena cidade de ção comunitária”. O título se refere também aos muitos
Antigua Guatemala. Inspirado em uma publicação do imigrantes que partem da América Latina para os países
artista holandês Jonas Staal sobre um grupo de refu- do Norte, em consequência de desemprego e pobreza,
giados em Amsterdam, o título ganhou novos sentidos e que vivem como espécies de refugiados nestes países.
ao ser deslocado para a realidade latino-americana, Levantando estas e muitas outras questões, a 22ª Bienal
especialmente em um país com quase metade de sua de Arte Paiz, encerrada dia 6 de junho, reuniu trabalhos
população de origem indígena. de 40 artistas – entre eles os brasileiros Ayrson Heráclito, FOTO: HUGO QUINTO/ CORTESIA ALEXIA TALA
“O que geralmente se vê na América Latina não é a Detánico & Lain, Jonathas de Andrade e Vanderlei Lopes
negação da cidadania às minorias, mas a negação de – e se espalhou por seis instituições das duas cidades
uma vida digna”, afirma a curadora-chefe da edição, a guatemaltecas. Além das mostras coletivas, com grande
chilena Alexia Tala, em referência aos povos originários presença de artistas locais, duas exposições individuais
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