Page 79 - ARTE!Brasileiros #50
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À esq., Rubem
                   Ludolf, Estudo para
                   pintura, 1970, Giz
                   pastel sobre papel.
                   Ao lado, Sérvulo
                   Esmeraldo, Projeto
                   para Lentes, 1968,
                   caneta hidrocor
                   sobre papel









                  Duas importantes instituições ganharam uma sede   e junto a ele vieram muitos documentos. “De repente,
                  física no início de 2020 em São Paulo. O Paço das Artes   me vi com documentos desses dois artistas e pensei
                  e o Instituto de Arte Contemporânea (IaC) têm histórias   em fundar o Instituto de Arte Contemporânea”. O bom
                  um pouco parecidas no que diz respeito à busca por  relacionamento de Raquel com outros artistas foi fazendo
                  um espaço que pudessem chamar de “casa”. Ambas   com que, com o passar dos anos, eles fossem aderindo
   COLEÇÃO PARTICULAR | ACERVO INSTITUTO DE ARTE CONTEMPORÂNEA
                  as instituições possuem em comum o fato de terem à   ao IaC, que hoje cuida de mais de 42 mil documentos
                  frente duas mulheres que não descansaram por um só   higienizados, organizados, catalogados e digitalizados.
                  momento ao trabalhar por um lugar fixo.         Raquel enfatiza o apoio do arquiteto Jorge Wilheim no
                     Com atividades desde 1997, o Instituto de Arte Con- incentivo à criação da instituição.
                  temporânea (IaC) nasceu da vontade da galerista Raquel   Quando foi fundado, apoiadores conseguiram que
                  Arnaud de cuidar de acervos documentais de artistas. Foi   o IaC fosse alocado em um prédio na Universidade de
                  por “acidente”, ela conta, que tudo começou a se desen- São Paulo (uSp), em um prédio que tinha pertencido à
                  rolar. “Um dia, houve uma enchente na casa do Willys de   Faculdade de Filosofia. “No primeiro comodato que
                  Castro e ele veio me trazendo alguns documentos para  ficamos lá, mais reformamos do que qualquer outra
                  que eu guardasse e salvasse da enchente”. A partir daí, ela   coisa”, ela conta. Com a troca de reitoria da universi-
                  passou a pensar de forma mais intensa sobre como faria   dade no ano de 2011, o prédio foi requisitado de volta.
                  para guardar aqueles materiais de forma a preservá-los.  Saindo de lá, o IaC foi acolhido pelo Centro Universitário
                  Anos mais tarde, quando o escultor Sérgio Camargo  Belas Artes. À época, acervos de mais de 8 artistas já
                  faleceu, em 1990, ela recebeu da família o seu espólio,  eram cuidados pelo instituto. “Já tínhamos um volume


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