Page 59 - ARTE!Brasileiros #50
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À esq., pessoas na entrada do Atelie397, na Pompeia, na abertura da exposição Que Barra!, em 2018. Acima, performance realizada no
galpão do Ateliê397 durante a exposição Abraço Coletivo, em 2019.
em um livro lançaDo em 2015 sobre o Ateliê397, um busca produzir e para o lugar – nem mercadológico nem
dos mais longevos espaços independentes de arte de excessivamente institucional – que pretende ocupar.
São Paulo, chama atenção que a foto da capa seja de “Talvez não seja bem a festa, mas sim a cerveja”,
uma festa – com corpos dançando e mãos segurando comenta o artista Raphael Escobar, colaborador do
cervejas – e não de uma exposição, de uma obra de 397. “A cerveja como esse espaço de comunhão da
arte ou de uma performance. E isso não significa que o conversa, da troca, do discutir, do pensar ideias boas
Ateliê397 seja um espaço de festas, por mais que tenha e ruins. No Ateliê as coisas fluem muito desse jeito, em
abrigado muitas delas, especialmente antes de se mudar um encontro de pessoas de diferentes gerações, em
da boêmia Vila Madalena para uma rua residencial na diferentes estágios da carreira. Acho que esse convívio
Pompeia. O que a escolha da foto parece demonstrar, dá força para todo mundo, tem uma potência incrível,
na verdade, é que nas mais variadas atividades que possibilita a construção do pensamento.” Escobar, que
abriga e realiza – ateliês, cursos, debates, residências frequenta o 397 há cerca de dez anos e hoje ministra
artísticas e exposições – o espaço preza especialmente cursos no local, é um dos muitos artistas que ali chegou
pelo convívio, pelas trocas, diálogos e encontros, assim no período final de sua graduação.
como acontece em uma boa festa. Como explica a museóloga e educadora Tania Rivitti,
“Espaço dedicado à circulação, produção e exibição gestora do espaço ao lado de Ana Elisa Carramaschi, Bia
de arte contemporânea”, como explica a placa na entrada Mantovani e Carollina Lauriano, “desde o início existe essa
do grandioso galpão na pacata rua Gonzaga Duque, o proposta de formar jovens artistas. Esse artista que sai
397 completa 16 anos de atuação tendo passado não da faculdade e percebe que ainda precisa discutir mais,
apresentar mais seu trabalho, entender como apresen-
só pela mudança de endereço, em 2017, mas também
DIVULGAÇÃO/ATELIÊ397 por reformulações na equipe e nos modos de gestão. tá-lo”. Esse caráter de formação, que permeia boa parte
das atividades propostas pelo Ateliê, está presente tanto
Nunca perdeu de vista, neste percurso, que certo grau
em cursos como o Clínica Geral, um acompanhamento
de informalidade e irreverência são desejáveis para
o tipo de experimentação e pensamento crítico que
semestral para projetos de artistas e pesquisadores,
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