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BIENAIS ISTAMBUL






             ISTAMBUL MIRA COLAPSO DA NATUREZA





             COM CURADORIA DE NICOLAS BOURRIAUD,
             O SÉTIMO CONTINENTE FAZ MAPEAMENTO
             DE PRODUÇÕES EM TORNO DO ANTROPOCENO


             POR FABIO CYPRIANO









             O QUE PODE TORNAR RELEVANTE UMA BIENAL?
             Ela não pode ser vista apenas como uma grande
             exposição e, especialmente pelos esforços e valores
             que costumam envolver, deve ir além disso. Entre
             as diferenças que uma bienal pode e deve fazer
             estão, e que tenho percebido como marcas que
             fazem a diferença: tratar de questões atuais de
             forma a ajudar a compreender o tempo presente;
             possuir uma relação com a cena local que provoque
             diálogos e aprofundamentos; envolver a cidade onde
             ela ocorre para além dos espaços convencionais;
             abarcar obras e debates que não se restrinjam à
             arte contemporânea e possibilitem tratar também
             da cultura em geral.
             De certa forma, essas questões costumam estar
             presentes nas edições da Bienal de Istambul em
             maior ou menor grau, o que ocorre também em
             sua 16ª edição, a cargo do curador francês Nicolas
             Bourriaud.
             No circuito da arte contemporânea, Bourriaud é das
             poucas vozes que assume um discurso mais denso,
             do ponto de vista conceitual, sendo responsável
             por textos e livros referenciais, como o dedicado
             à “estética relacional”, que pautou intenso debate
             no início do século 20. Tendo organizado várias
             outras bienais antes, como Lyon e Moscou — ambas
             em 2005 —, sua escolha representou pouco risco.
             O Sétimo Continente, nome da edição em cartaz
             entre 14 de setembro e 10 de novembro desse ano,
             abordou uma temática que, em uma inteligente
             estratégia, escapou do difícil contexto político local


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