Page 79 - ARTE!Brasileiros #46
P. 79

LIVROS CORPO/ESPAÇO






             AS PULSÕES DE                               uso do corpo na obra de Iole, desde as primeiras fotografias
                                                         e gravações (“uma intersecção entre body art, performance
             IOLE DE FREITAS                             e filme experimental”) até as esculturas, que, ainda no início,
                                                         manifestavam “a busca por algo flexível como o corpo”, sem
                                                         dúvidas explorando o espaço para isso.
                                                         Além deste ensaio de Paulo que funciona como uma introdu-
             LIVRO LANÇADO PELA COBOGÓ E ORGANIZADO POR   ção para o livro, há um outro da curadora Elisa Byington que
             PAULO VENANCIO FILHO MOSTRA OBRA DA ARTISTA   o encerra. Este último se debruça sobre os trabalhos mais
                                                         recentes de Iole, nas quais a artista explora a maleabilidade
             SOB A PERSPECTIVA DO CORPO E DO ESPAÇO      do aço inox ao ser dobrado, formando as mais variadas curvas.

                                                         Iole também participou ela mesma da elaboração do livro,
             DA REDAÇÃO                                  tendo se envolvido com seu acerto pessoal hoje no Instituto
                                                         de Arte Contemporânea (IAC), em São Paulo, para oferecer o
                                                         mais vasto material para a edição, tendo também a auxílio da
             “RECEITA PARA CRIATIVIDADE: o mês de Maio   filha, Rara Dias. Para além dos ensaios, estão anexados textos
             + um pacote de bolachas”, escreveu em inglês, em   passados e essenciais sobre a trajetória da artista, escritos por
             um caderno, a artista Iole de Freitas em meados   Lucy Lippard, Sônia Salzstein, Paulo Sergio Duarte, Ronaldo
             de 1974, quando começava a produzir e expor os   Brito, Manuela Ammer e Rodrigo Naves.
             seus trabalhos. Muitos meses de maio e pacotes de   A fluidez evocada por uma leveza nas formas das esculturas
             bolachas de passaram desde então, a produção de   ou mesmo nos gestos de performances (mesmo que quando
             Iole foi crescendo e se desenvolvendo. Fotografias,   com facas) é ponto bem perceptível nas páginas do volume,
             filmes experimentais, instalações, performances   talvez por ser necessária para os cursos das pulsões, sobre
             e esculturas aconteceram nos mais de 40 anos   as quais Ronaldo Brito aponta: “Algo nas construções passa-
             que passaram desde então.                   geiras e inquietantes de Iole de Freitas como que traduziria a
             Um panorama de sua produção e sua linguagem   mobilidade permanente e indecidível das pulsões”.
             acaba de ser lançado pela editora Cobogó, no livro
             Iole de Freitas – corpo/espaço. O volume espesso   Iole de Freitas - corpo/espaço
             tem organização do curador e crítico de arte Paulo   Paulo Venancio Filho (org.)
             Venancio Filho, que já no texto de abertura do livro   Cobogó
                                                         R$ 90,00
             traça um delineia um quadro lógico entre sobre o






























            79




         ARTE_46_Marco2019.indb   79                                                                             25/03/19   14:35
   74   75   76   77   78   79   80   81   82   83   84