Page 80 - ARTE!Brasileiros #46
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CRÍTICA CLAUDIA ANDUJAR






            IMS ATESTA AFETO E DEFESA

            DOS YANOMAMIS

            SEGUNDA MOSTRA DE CLAUDIA ANDUJAR NA
            INSTITUIÇÃO TRAZ SEU COMPROMETIMENTO COM
            CAUSA INDÍGENA EM PESQUISA EXEMPLAR



            POR FABIO CYPRIANO




























             TEM CARÁTER DE MANIFESTO a mostra Claudia Andujar – A luta
             Yanomami, em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo.
             Em cerca de 300 imagens, a exposição retrata os quase 50 anos do
             comprometimento da artista com os povos indígenas, em um momento
             que o governo federal estimula ameaças que colocam em risco a
             condição deles na Amazônia.
             Andujar tem sido vista de forma recorrente nos últimos 20 anos, desde
             a chamada Bienal da Antropofagia, em 1998, passando pela bienal Como
             viver junto, em 2006, tendo o ápice de visibilidade na inauguração do seu
             pavilhão em Inhotim, há três anos, além de outras dezenas de mostras,
             coletivas ou individuais, como na Pinacoteca do Estado, em 2005, com A
             vulnerabilidade do ser.
             Contudo, o recorte proposto por Thyago Nogueira, que organiza a
             mostra atual, dá contundência ao trabalho de Andujar, apresentando
             ainda um vasto material de notas, entrevistas para a imprensa, livros
             e mesmo diários gravados, que atestam o profundo vínculo de Andujar
             com os yanomamis.
             Trata-se, na verdade, da segunda mostra sobre Andujar no IMS. A primeira,
             No lugar do outro, de 2015, exibida na sede carioca, reuniu a produção
             da artista nos anos 1960 e 1970, especialmente como fotojornalista, mas
             abarcando séries que já apontavam para sua estratégia particular de
             produzir imagens a partir de um envolvimento efetivo. A mostra chegou
             até as fotos para a edição especial da revista Realidade, sobre a Amazônia,
             de 1971. Foi então seu primeiro contato com os yanomamis.
             Três anos depois, em 1974, ela retornou equipada para permanecer um
             longo tempo entre aqueles com os quais viveria por mais de quatro décadas.








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