Page 34 - ARTE!Brasileiros #46
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FEIRAS SP-ARTE













































             a América Latina. Alexia, que também está trabalhando   reconstrução da História e na reflexão sobre ela “a partir
             na curadoria da Bienal de Arte Paiz, na Guatemala, foi   do registro do que é necessário para manter dentro da
             juntando ideias e moldando o seu desejo por formar   história e não esquecer” feitas por Pagatini ou na cons-
             uma estrutura curatorial que falasse de território por   cientização sobre a AIDS feita por Centurión em uma
             meio de teorias pós-coloniais: “Fiz a seleção de artistas   “crônica pessoal de seu caminho para a morte” o setor
             desde uma perspectiva territorial contextual da América   SOLO vai aproximando os países do continente por meio
             Latina. Como nos vemos? Quantas identidades diferentes   de questões em comum.
             foram criadas? E quais se tornam fictícias? Estas foram   Já no setor Masters, antigo Repertório, o novo curador,
             as primeiras perguntas que me fizeram pensar sobre a   Tiago Mesquita, não buscou um eixo temático ou histórico.
             ideologia colonial”, explica.                     O crítico de arte conta que a experiência na curadoria
             Nesta perspectiva, a curadora de SOLO leva à SP-Arte   de um evento como a SP-Arte ainda é muito nova para
             Rafael Pagatini (Brasil, OÁ), María Edwards (Chile, Patricia   ele: “É muito atípico em relação a outros trabalhos que
             Ready), Ayrson Heráclito (Brasil, Portas Vilaseca), Nicole   já fiz em curadoria”.
             Franchy (Peru, IK Projects), Feliciano Centurión (Argen-  Tiago escolheu trazer para o Masters obras produzidas
             tina, Walden), Manata Laudares (Brasil, Sé), Randolpho   entre os anos 50 e 80, por serem trabalhos que “podemos
             Lamonier (Brasil, Periscópio), Alejandra Pietro (Chile, Die   olhar com certa distância temporal” para compreendê-los
             Ecke), Sandra Vásquez de la Horra (Chile, Bendana-Pinel)   e compreender também a produção de seus respecti-
             e Fernando Bryce (Peru, Espaivisor). São artistas que,   vos autores. Carlos Fajardo (Marcelo Guarnieri), Ridyas
             com formas muito diferentes de trabalhar, levantam os   (Central) e um projeto de Rubens Gerchman (Superfície),
             questionamentos que ela se fez: “Perguntas atemporais   dentre outros.
             que são atualizadas toda vez que vemos o exotismo exi-  A maior surpresa talvez seja no setor Performance. Mar-
             gido de fora para nosso território”.              cos Gallon, que também organiza a mostra de performance  FOTO SP-ARTE/DIVULGAÇÃO
             Seja na recuperação de “uma memória religiosa e a força   arte VERBO, escolheu não destinar um espaço só para
             mística da cultura afro-baiana” feita por Heráclito, na   os trabalhos que serão apresentados. As performances


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