Page 93 - ARTE!Brasileiros #45

não há dúvidas de que a presença dos escritos de Esgotada desde 2015, a primeira edição do livro
Herkenhoff no livro é parte essencial. podia ser encontrada até mesmo sendo leiloa-
O livro cuida de pontuar, mesmo de forma não das. Isso demonstra a importância da obra de um
explícita, todas as influências que Shiró tem dos artista como Shiró ser catalogada. Além de tudo,
lugares por onde passou. Especialmente daqueles sem dúvidas, o atualização do livro e a exposição-
onde se fixou como morador e teve uma vivência -homenagem neste momento da vida de Shiró mos-
a qual passa a suas obras. É notável uma França, tram, acima de uma compilação de seu trabalho,
um Japão e um Brasil em sua produção. Desta a grandiosidade de um artista que, aos 90 anos
forma, ter esses pontos definem a capacidade do de idade, continua pintando com uma consciência
artista de se colocar em um espaço. indiscutível daquilo que faz.
Para Max, é importante se voltar a um percurso “Escolhi você para fazer meu último livro e minha
como o de Shiró, que “é um artista indescrití- última exposição”, é assim que, segundo Perligeiro,
vel, com uma erudição incrível”. E aí está outro Shiró fala jocoso quando se encontram. O gale-
ponto importante do livro, que não mede nenhum rista rebate: “Todo último é o penúltimo”. Com a
esforço para oferecer ao público uma visão pri- energia de Shiró, produzindo constantemente,
vilegiada de quadros de um artista que ao longo não há como negar que essa é apenas a primeira
da vida se alimentou das imagens do teatro e atualização deste livro.
do cinema, inclusive tendo contato com nomes
como Akira Kuroswa. Flavio-Shiró, Edições Pinakotheke, 216 páginas, R$90

NA DÉCADA DE 1960, O ARTISTA
EXIBIA SUAS OBRAS EM PARIS,
NOVA YORK, RIO DE JANEIRO E CHILE

FOTOS MARCOS “COIL” LOPES

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