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EXPOSIÇÃO SÃO PAULO
DO ARQUIVO AO MUSEU
EM ANTOLOGIA NA ESTAÇÃO PINACOTECA, MAURO RESTIFFE EXIBE UM SELETO RESGATE DE SUA OBRA
AO LADO DE PINTURAS, ILUMINANDO APROXIMAÇÕES E AMPLIANDO POSSIBILIDADES DE LEITURA
POR MARIA HIRZSMAN
A ANTOLOGIA DE MAURO RESTIFFE, na Estação estão os registros de caráter mais público, ligados às cenas
Pinacoteca, é uma dessas raras exposições que ultra- de paisagem ou de manifestações populares. Na segunda,
passam seu objetivo primordial. Além de promover uma o lado mais íntimo, de registros de família, viagens e ami-
síntese bastante fiel da obra do artista, a mostra toca gos. A terceira, por sua vez, reúne exercícios de registros
numa série de pontos sensíveis importantes para o do espaço construído. As fotografias surpreendem pela
pensamento sobre arte contemporânea, como a intensa qualidade técnica, o rigor compositivo do artista, a opção
e conturbada relação entre fotografia e pintura; as pelo uso da fotografia analógica, do filme preto e branco de
múltiplas possibilidades de releitura de imagens e de alta sensibilidade e do grão aparente. Mas, num primeiro
resgate de arquivos; a persistência da utilidade de cate- momento, o que talvez mais surpreenda o visitante seja
gorias de gênero para se pensar a arte; a imbricação a forma como é explorada a relação entre as imagens
entre a ficção e o documento; ou ainda a persistência fotográficas e uma seleção de 25 pinturas brasileiras
de modelos formais ao longo do tempo. de um período equivalente a um século (de meados do
A mostra é subdividida em três núcleos. Na primeira sala, XIX a meados do XX) escolhidas a dedo nos acervos da
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