Page 57 - ARTE!Brasileiros #40
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                                                    1) MAURO RESTIFFE, ÁLBUM (CASA BRANCA # 1, 2001), FOTOGRAFIA EM EMULSÃO DE PRATA, 35 X 52,5
                                                    CM; 2) DARIO VILLARES BARBOSA, PAISAGEM SANTOS, DÉCADA DE 1940, ÓLEO SOBRE TELA, 27 X 35 CM;
                                                    3) MAURO RESTIFFE, ÁLBUM (CASA BRANCA # 2), 2001, FOTOGRAFIA EM EMULSÃO DE PRATA, 40 X 60
                                                    CM; 4) MAURO RESTIFFE, ÁLBUM (LIANNA FOTOGRAFANDO, 2001), FOTOGRAFIA EM EMULSÃO DE PRATA,
                                                    50 X 75 CM; 5) MAURO RESTIFFE, AUTO-RETRATO COM RITA NO ESPELHO, 1996, FOTOGRAFIA EM EMULSÃO
                                                    DE PRATA, 50 X 50 CM; 6) JOSÉ FERRAZ DE ALMEIDA JÚNIOR, O IMPORTUNO, 1898, ÓLEO SOBRE TELA,
                                                    145 X 97 CM; 7) MAURO RESTIFFE, STUDIO VISIT, 2004, FOTOGRAFIA EM EMULSÃO DE PRATA, 40 X 60 CM




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                     pessoal que ele ainda não havia exibido anteriormente.   mesmo jogo de duplicidade que encontramos em vários
                     Intitulado Álbum (nome que é atribuído também à mos-  dos trabalhos da mostra e um desafio perceptivo em
                     tra como um todo), o primeiro destes conjuntos traça   que real e representado se confundem.
                     uma espécie de linha do tempo afetiva, com imagens de   O mundo da arte está fortemente presente na exposição
                     pessoas muito próximas (pais, irmãos, filhos, mulher...)   não apenas pelo recurso às pinturas. Restiffe fotografa
                     em diferentes momentos do dia a dia, alinhadas ao longo   o espaço da arte, o trabalho de outros artistas, reen-
                     de cerca de 20 metros. Como um recorte cinematográ-  quadra à sua maneira grandes obras de autores como
                     fico, constrói-se uma representação física da passagem   Vermeer ou Rembrandt, presente em Álbum com uma
                     do tempo. São flagrantes íntimos, de grande delicadeza,   cena de Ronda Noturna. Chega a ser comum o registro
                     nas quais perpassa uma atmosfera terna. O trabalho   de visitantes em museus, mas a forma como ele captou
                     foi doado pelo fotógrafo à Pinacoteca.            a reação do público em círculo diante da obra – ajudado
                     A última sala, intitulada Enquadramentos e construções   pelo caráter unificador do preto e branco – criou uma
                     pende para o que Moura chamou de “impulso que tende   curiosa fusão, uma fricção temporal, entre a pintura do
                     à abstração” e traz exercícios instigantes do olhar,   século XVII e seus visitantes.
                     quadros de quadros, recortes inusitados da paisagem
                     construída, que tanto notabilizou o fotógrafo ao longo   Álbum
                     de sua carreira. Uma dessas imagens, que recebe o   Até 6/11
                     visitante no espaço, é curiosamente uma fotografia   Estação Pinacoteca
                     da própria Estação Pinacoteca quando estava sendo   Largo General Osório, 66
                                                                       pinacoteca.org.br
                     reformada. Assim, estabelece-se entre foto e espaço o


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