A Galeria 18 inaugura a mostra individual “Pós-concreto” do artista visual ROFFA, com texto crítico assinado por Baixo Ribeiro. A exposição apresenta trabalhos de suportes e dimensões variadas, reafirmando a
A Galeria 18 inaugura a mostra individual “Pós-concreto” do artista visual ROFFA, com texto crítico assinado por Baixo Ribeiro. A exposição apresenta trabalhos de suportes e dimensões variadas, reafirmando a poética concisa já presente em suas intervenções urbanas. O conjunto propõe ao público uma reflexão crítica e autônoma sobre os códigos que estruturam a vida nas cidades.
ROFFA explora a transformação de elementos gráficos da paisagem urbana – setas, linhas, tipografias funcionais – em composições visuais de grande impacto. Sua obra emerge como um exercício de reinvenção: em vez de apenas representar o espaço urbano, o artista destila seus signos, reorganiza-os e cria uma linguagem própria, ao mesmo tempo nova e estranhamente familiar.
“Em vez de representar o urbano, ROFFA o reinventa. Há em suas obras uma espécie de cartografia emocional das ruas — onde cada sinal é memória, ruído, presença”, escreve Baixo Ribeiro em seu texto crítico para a mostra.
A exposição abrange diferentes fases da trajetória do artista. Durante seu período de produção na Holanda, ROFFA desenvolveu uma abordagem minimalista, marcada pela síntese formal e pelo rigor cromático, em busca de equilíbrio e harmonia percebidos no urbanismo europeu. Já em sua produção brasileira, o artista aprofunda a complexidade visual das cidades locais, explorando sobreposições, contrastes e camadas que refletem a pluralidade e a densidade do ambiente urbano nacional.
Os suportes escolhidos pelo artista também fazem parte dessa pesquisa. Placas de trânsito, telhas, pedaços de madeira, mesas de pingue-pongue abandonadas e até recortes de mesas infantis descartadas são ressignificados como superfícies de criação. Cada objeto, coletado nas ruas, carrega consigo memórias de uso e marcas do cotidiano, transformando-se em matéria-prima de uma linguagem visual que oscila entre o reconhecimento imediato e a opacidade.
A mostra deriva ainda da investigação de ROFFA no campo expandido da arte urbana, em especial de sua pesquisa sobre a rua como dispositivo pedagógico e cultural. Para o artista, a cidade é mais do que cenário: é arquivo, professor e laboratório. Assim, o público é convidado a uma escuta ativa dos sinais e ruídos urbanos, compreendendo-os como possibilidade de aprendizado e de ressignificação dos espaços que habita.
Serviço
Exposição | Pós-concreto
De 25 de setembro a 18 de outubro
Terça a sexta-feira, 11h às 20h, sábados, das 10h às 18h
25 de setembro de 2025 11:00 - 18 de outubro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Galeria 18
Rua Simpatia 23, Vila Madalena – São Paulo - SP