Exposição "Ocupação Oswald de Andrade"
Detalhes
Para apresentar a amplitude de sua obra intelectual e da produção que realizou com Tarsila e Pagu, além dos modernistas, a Ocupação Oswald de Andrade se estende por 190 metros
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Para apresentar a amplitude de sua obra intelectual e da produção que realizou com Tarsila e Pagu, além dos modernistas, a Ocupação Oswald de Andrade se estende por 190 metros quadrados. A mostra é formada por quatro eixos delimitados por cores. No roxo, o visitante é recebido por um texto de abertura. Azul acolhe a sua biografia, com fotografias e objetos pessoais originais, como uma cadeira e três esculturas; além de áudios em que ele recita a sua própria poesia, recortes jornalísticos, cadernos de memórias e vídeos com depoimentos do filho Rudá e da filha Marília e dos biógrafos Lira Neto e Maria Augusta Fonseca.
No ambiente verde está a literatura, a política e o modernismo, entre manifestos e obras diversas, como as primeiras edições de seus livros, entre eles, Pau Brasil, de 1925. Neste espaço também se encontra um vídeo sobre os manifestos de Oswald de Andrade. Produzido pelo Itaú Cultural e dirigido por Rodrigo Mercadante, ele apresenta as artistas Lilly Baniwa, Vicka Matos, Alice Guél, Ymoirá Micall, Priscila Magella e Thaís Dias, com trilha sonora criada pelo grupo indígena do Jaraguá, Kyreymba Kuery, composto de Jurandir Augusto Martimm na rabeca (violino), Márcio Bolgarim, no maracá (chocalho) Pedro Mbyazinho, no violão, e Fábio Oliveira, no tambor.
O espaço vermelho acolhe a sua produção teatral, com a exibição, por exemplo, de um trecho do filme O Rei da Vela dirigido por José Celso Martinez Correa e Noilton Nunes, que estrou em 1983, com Esther Góes e Renato Borghi. Neste nicho tem, também, um vídeo com depoimentos de Zé Celso, Ítala, Borghi e Marília de Andrade sobre a primeira montagem da peça de mesmo nome, em 1967.
Os itens em exposição provêm dos acervos do Banco Itaú, do Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio da Universidade Estadual de Campinas (Cedae/Unicamp), do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da mesma universidade (IFCH/Unicamp), do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP), da Coleção Marília de Andrade e do Museu da Imagem e do Som (MIS). O projeto expográfico é de Renato Bolelli Rebouças.
O público encontra nestes espaços, primeiras edições como a de Memórias Sentimentais de João Miramar, livro escrito entre 1916 e 1923, lançado em 1924; Serafim Ponte Grande, de 1933 – que ele chamava de “livros de invenção” –, Primeiras poesias, lançado em 1945, com capa de Flávio de Carvalho, e reeditado em 1966, com capa de Lasar Segall. Entre outras preciosidades literárias, tem o rascunho manuscrito do livro Primeiro caderno do alumno de poesia e sua primeira edição, pertencente ao Acervo Itaú. Encontra-se, ainda, a chamada trilogia do exílio, formada pelos romances Os condenados – são dois volumes de 1922 –, Estrela de absinto, de 1927, e A escada vermelha, de 1934.
Há também cartas que ele trocava, por exemplo, com Érico Veríssimo, a quem em 1936 escreveu pedindo uma remessa do livro Um lugar ao sol (1936); de Dalton Trevisan, agradecendo a participação na Revista Joaquim, e de Manuel Bandeira indicando o interesse de Juan Uribe-Echevarría, professor de literatura brasileira na Universidade do Chile, em receber o seu romance Chão. Tem também a missiva que ele escreveu a Luís Carlos Prestes informando sobre a criação da Ala Progressista Brasileira. Os dois foram companheiros no Partido Comunista até 1945. Após desentendimentos, o escritor foi traçar vida própria na política chegando a se candidatar, em 1950, a deputado federal, pelo Partido Republicano Trabalhista, sem sucesso. O seu lema era: “pão, teto, roupa, saúde, instrução, liberdade”.
Por fim, a Ocupação Oswald de Andrade também pode ser conhecida on-line, no site itaucultural.org.br/ocupacao, com conteúdo inédito, entre entrevistas exclusivas com a filha Marília, os biógrafos Lira Neto e Maria Augusta Fonseca, o ator Renato Borghi e a atriz Ítala Nandi, textos de referência sobre o autor e outros materiais que complementam a Ocupação.
Para o público que visitar a mostra, estará disponível o jornal O Oswaldo focado na produção jornalística do escritor, em especial sua cobertura cultural. Além de uma linha do tempo, a publicação traz os textos O Homem do povo, da professora Gisely Hime, e Revista da antropofagia, do também professor Marcos Antonio de Moraes. A escritora e jornalista Josélia Aguiar escreve sobre a crítica teatral e literária de Oswald, entre outros, além de ilustrações feitas por André Dahmer e inspiradas no jornal O Pirralho.
Serviço
Exposição | Ocupação Oswald de Andrade
De 23 de outubro a 23 de fevereiro
Terça-feira a sábado, das 11h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
23 de outubro de 2024 11:00 - 23 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP