Exposição “O ponto. Entre. A Flecha”, individual de Matheus Ribs

A Galeria Base inaugura a primeira exposição individual de Matheus Ribs: O ponto. Entre. A flecha. A exposição reunirá pinturas feitas pelo artista carioca desde o princípio de sua produção artística, que se iniciou após o seu ingresso no curso de Ciências Sociais e teve como ponto de partida a representação de conflitos políticos e ambientais em território brasileiro desde a sua gênese.

Lorraine Mendes reforça que essa representação histórica é feita por Ribs a partir de uma perspectiva de sensibilização coletiva e individual frente à forma como as comunidades culturais e religiosas do Brasil foram originadas. As pinturas do artista expressam o que há de singular e subjetivo na forma como ele compreende o processo de colonização e descolonização do imaginário social e articulam essa singularidade à memória coletiva do processo de ocupação das terras brasileiras. Em outras palavras, segundo a curadora: “entre modos de vida e sociabilidades, em busca de si e questionando identidades, Matheus encontrou filosofias de povos e comunidades culturais e religiosas que se relacionam com a terra como quem cuida de um ente: ao reconhecer sua importância e sua agência, a tratam de maneira respeitosa e cultivam, como uma flecha que atravessa o tempo, lógicas que desafiam o violento sentido capitalista de apropriação e exploração”.

Matheus Ribs nos convida a conhecer o processo de formação da identidade nacional a partir de uma nova perspectiva e reconta a história sob um filtro de reencantamento do mundo. Para isso, Ribs mescla elementos da cultura atual com elementos típicos do universo dos seus antepassados em composições visuais nada menos que mágicas. Esses elementos encontram expressão em objetos que transitam em um plano onírico, onde flutuam fora do alcance de policiais, camburões e armas, imunes à sua destruição física e simbólica. Maracás, flechas, búzios, tecidos, dentre outros instrumentos ritualísticos, demarcam uma zona onde ainda é possível se encantar e resistir à lógica colonial e resgatar uma relação de fartura e gentileza com a natureza.

Segundo Daniel Maranhão, diretor da Galeria: “graças à sua potência singular de resgatar o tema da ancestralidade diaspórica, Matheus Ribs teve obras expostas em importantes instituições culturais como MAR, CCBB, SESC e MASP, este último que adquiriu uma obra pra seu acervo permanente. Em sua exposição O ponto. Entre. A flecha, Ribs novamente terá a oportunidade de apresentar ao público os desejos, narrativas e impasses que alimentam sua prática artística”.

Serviço
Exposição | O ponto. Entre. A Flecha
De 23 de novembro a 07 de janeiro
Terça a sexta-feira, das 11hs às 19hs; sábado, das 11hs às 15hs