Exposição "Flávio Império: tens a vontade e ela é livre"

sab28jundom01fevExposição "Flávio Império: tens a vontade e ela é livre"A mostra Flávio Império: tens a vontade e ela é livre reúne mais de 300 trabalhos do artista multidisciplinarPinacoteca Contemporânea, Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP

Detalhes

Dividida em três núcleos, a exposição “Flávio Império: tens a vontade e ela é livre” mostra a trajetória do artista que tem produção concentrada no período da ditadura militar. No percurso, o público pode notar como seu pensamento e a ideia de engajamento social e político se transforma nas diversas fases de sua trajetória. A primeira sala, A pintura nova é a cara do cotidiano, mostra um artista que busca nos tipos sociais e na cultura de massas uma tradução satírica para a ditadura militar e o imperialismo estadunidense. Aqui estão reunidos os trabalhos da década de 1960, como aqueles que foram para as exposições Opinião65 e Porpostas65.

Aparecem também obras de seus companheiros de trabalho Sérgio Ferro e Rodrigo Lefévre, assim como de alunos, entre eles Marcello Nitsche e Claudio Tozzi. Também é possível ver alguns dos trabalhos premiados no teatro, Andorra – que tinha no elenco Beatriz Segall e Renato Borghi – e Ópera dos Três Vinténs. Nessa época, o artista adaptou e dirigiu outro clássico de Brecht, “Os fuzis da mãe Carrar” se tornou “Os fuzis de dona Tereza”. Nessa montagem, Império inovou ao transferir o choro individual da mãe que perde seu filho para guerra, para um choro coletivo, entoado pelo coro da peça enquanto se exibia imagens sobre a morte do estudante Edson Luiz.

A segunda sala – Aspectos do Inconsciente Coletivo na Comunicação de Massas – estão reunidos os trabalhos mais introspectivos do artista, nos quais ele procura na subjetividade popular uma nova coletividade. São bandeiras de São João, Oguns, máscaras e outros símbolos que se fundem com a comunicação pop. É aqui que começa sua parceria com Fauzi Arap e Maria Bethânia. Nessa sala, há também o curioso cenário pensado para Pano de Boca (1976) momento em que o artista ocupa um teatro em ruínas e cria ali a representação para o inconsciente de um ator.

Por fim, a terceira sala – Mãos e mangarás – mostra suas viagens de ônibus pelo interior do Brasil e o interesse por modos de fazer diversos. Aqui vemos o artista se interessar mais intensamente pela serigrafia e a repetição de motivos que lhe são caros: as mãos e a flor de bananeira – chamada de Mangará. É possível observar Império interpretar em imagens da natureza os rendimentos da revolução sexual e de costumes levada a cabo nos anos 1970. O arco-íris aparece como uma marca de uma sociedade mais diversa, com novos atores políticos que começam a surgir na década de 1980.

O artista morre em 1985, adoecido pelo HIV. É um dos primeiros casos notórios do Brasil, tratado pela imprensa com preconceito e desconhecimento. Ano passado, durante o show de Madonna, seu retrato apareceu entre os homenageados durante a canção Live to tell.

Serviço
Exposição | Flávio Império: tens a vontade e ela é livre
De 28 de junho a 01 de fevereiro de 2026
Quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)

Período

28 de junho de 2025 10:00 - 1 de fevereiro de 2026 18:00(GMT-03:00)

Local

Pinacoteca Contemporânea

Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo - SP

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