Exposição "América pré-colombiana: corpo e território"

sab02nov(nov 2)11:00dom23fev(fev 23)17:00Exposição "América pré-colombiana: corpo e território"Mostra exibe mais de 90 peças arqueológicas de antigas civilizações de regiões que hoje pertencem aos territórios do Peru, Equador, México, Costa Rica, Colômbia, Bolívia, Brasil e VenezuelaCasa Museu Ema Klabin, Rua Portugal, 43 Jardim Europa São Paulo, SP

Detalhes

Mostra exibe mais de 90 peças arqueológicas de antigas civilizações de regiões que hoje pertencem aos territórios do Peru, Equador, México, Costa Rica, Colômbia, Bolívia, Brasil e Venezuela

A Casa Museu Ema Klabin promove a exposição América pré-colombiana: corpo e território, que apresenta mais de 90 peças arqueológicas de diversas civilizações pré-colombianas que habitaram as Américas por mais de 15 séculos. Com curadoria de Daniela La Chioma e Emerson Nobre, a exposição reúne peças da Coleção Ema Klabin, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE-USP), da Coleção Ivani e Jorge Yunes e de coleções particulares.

A mostra apresenta peças datadas entre 1800 a.C e 1750 d.C, produzidas em cerâmica, metais, têxteis, pedra e concha. Muitos destes artefatos são expostos pela primeira vez. A exposição explora a diversidade cultural e as concepções sobre corporalidade dos povos originários por meio de três eixos narrativos: corpo, mito e natureza, e sonoridades.

A representação dos corpos nas peças era uma característica central na produção de várias culturas na América indígena. Além disso, as sonoridades desempenhavam um papel crucial na experiência corporal e mítica. As sociedades ameríndias criaram diversos instrumentos musicais utilizados tanto em rituais quanto como forma de comunicação a longa distância.

“A principal mensagem que queremos transmitir aos visitantes da exposição América pré-colombiana: corpo e território é que a América, antes da chegada dos europeus, era um continente extremamente diverso, com grande sofisticação cultural, ecológica e tecnológica. Os modos de vida destes povos antigos têm muito a nos ensinar sobre as relações em harmonia com a natureza e com a sustentabilidade”, afirma a curadora da exposição, Daniela La Chioma, doutora em arqueologia pelo MAE-USP.

Segundo Emerson Nobre, a exposição foi planejada levando em consideração a maneira como os povos indígenas das Américas entendem e vivenciam o corpo humano. “Desde a concepção desta exposição, percebemos que muitas das temáticas poderiam ser norteadas pela noção de corporalidade ameríndia, segundo a qual ‘o corpo é o lugar pelo qual as pessoas são socializadas’. Os povos que produziram esses objetos são os ancestrais dos povos que habitam o nosso continente hoje e as histórias desta mostra não dizem respeito apenas ao passado, mas também aos povos indígenas que há milhares de anos habitam este continente e vivenciam as suas corporalidades”, analisa o curador da exposição, que é mestre em arqueologia pelo MAE-USP e especialista em coleções arqueológicas da Amazônia.

Diversas civilizações

A exposição revela uma diversidade de culturas da região do atual Peru, abrangendo a costa norte (Mochica, Chimu, Lambayeque, Vicús), a costa central (Chancay) e a costa sul (Nasca). A Amazônia também está fortemente representada, com um grande número de peças, principalmente da cultura Marajoara, além de artefatos das culturas Santarém, Maracá, Aruã, Caviana e da Tradição Polícroma da Amazônia. Além disso, a mostra inclui peças de civilizações do Equador, México, Costa Rica, Colômbia, Bolívia e Venezuela, proporcionando uma visão abrangente do patrimônio cultural e arqueológico das Américas.

Destaques

Entre as raridades, destacam-se duas peças andinas do MAE-USP, da Coleção Ivani e Jorge Yunes, que retratam a figura do felino em transformação, uma da cultura Cupisnique e a outra da cultura Chimú-Inca. Outro destaque da região Andina são os vasos escultóricos da cultura Mochica, que representam rostos de guerreiros e governantes com grande realismo, e os cântaros da cultura Chancay, usados como peças funerárias para armazenar oferendas, como grãos e líquidos, junto ao falecido.

A exposição também apresenta objetos sibilantes, que, ao serem preenchidos com água e movimentados, produzem som. Um dos vasos da Coleção Ema Klabin é bastante raro por suas características morfológicas e iconográficas.

Da cultura Marajoara, na Amazônia, a mostra apresenta um pote utilizado para colocar tintas e pigmentos. Além disso, estão em exposição urnas funerárias antropomorfas do estuário amazônico, que mostram a diversidade na representação do corpo dos povos que habitavam aquela região.

Há várias curiosidades sobre os artefatos e civilizações apresentados. Na coleção de peças da Amazônia, as tangas de cerâmica da cultura Marajoara merecem atenção especial. “São peças que apresentam uma diversidade de tamanhos, formatos e tipos de decoração. Podemos presumir que essa variedade esteja relacionada às características das pessoas que as usavam e às ocasiões de uso. Essas tangas eram frequentemente encontradas em sepultamentos, mas apresentavam sinais de uso, como orifícios por onde eram amarradas ao copo e marcas de desgaste, mostrando que não foram feitas apenas para acompanhar os mortos”, explica o curador Emerson Nobre.

Réplicas interativas

Durante a exposição, o público tem a oportunidade de manipular réplicas de peças sonoras produzidas pelo ceramista Carlo Cury, pesquisador de cerâmica dos povos nativos.

A exposição América pré-colombiana: corpo e território conta com o apoio de Klabin S.A.

Serviço
Exposição | América pré-colombiana: corpo e território
De 02 de novembro a 23 de fevereiro
Quarta-feira a domingo, das 11h às 17h

Período

2 de novembro de 2024 11:00 - 23 de fevereiro de 2025 17:00(GMT-03:00)

Local

Casa Museu Ema Klabin

Rua Portugal, 43 Jardim Europa São Paulo, SP

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