Exposição “A Luz do Silêncio" de Ismael Caldas

ter30setsab01novExposição “A Luz do Silêncio" de Ismael CaldasCom efeito, suas pinturas disformes não são apenas grotescas: trazem crítica social, ironia e o desmascaramento das aparências.Galeria BASE, R. Artur de Azevedo, 493 - Cerqueira César, São Paulo - SP

Detalhes

A Galeria BASE inaugura a exposição “A Luz do Silêncio”, do artista Ismael Caldas, com curadoria e texto crítico de Daniel Maranhão. Todas as obras expostas faziam parte da coleção particular do artista, falecido em 2016. A mostra só foi possível após a representação de seu espólio, celebrada entre a galeria e os herdeiros do mesmo.

A exposição não tem a pretensão de ser uma retrospectiva do artista, mas apresenta um recorte amplo, que vai da década de 1970 a 2010. Nela se veem os múltiplos temas que compõem a obra de Caldas, em um conjunto de 20 obras inéditas, todas em pintura com tinta acrílica.

Segundo Maranhão, “sua pintura não se alinhava a modismos. Ismael pintava os temas que lhe eram afetos, e não aqueles que o espectador ou o mercado demandava, jamais cedeu a tentação da mídia, do espetáculo, da fama, dos holofotes. Diferente da verborragia de grande parte dos artistas visuais — ainda mais nos tempos atuais, em que se discursa em demasia sobre a própria obra —, Ismael dizia que “a pintura não é uma atividade verbal”.

Para Raul Córdula, organizador do livro “Ismael Caldas” (Editora CEPE, 2023), “A pintura de Ismael Caldas é uma expressão do insólito, isto é, do incomum, do infrequente, do anormal, pois trata-se da procura pelo outro lado da beleza. Não se trata de feiura do ponto de vista corriqueiro, mas da realidade escondida na visibilidade da figura que se apresenta despida de engodos e adornos, ou quando estes aparecem, isso acontece como um gesto de ironia, de crítica sarcástica.”

“Com efeito, suas pinturas disformes não são apenas grotescas: trazem crítica social, ironia e o desmascaramento das aparências. Notem a série dos políticos, a começar pelo título “Corruptos, corruptos”, um flagrante ato de denúncia. Mas não foi apenas de ironias e deformidades que a obra de Ismael se formou. Na série do jazz, por exemplo, o artista retrata figuras pertencentes ao seu gênero musical preferido, numa paleta de cores mais generosa.” Afirma o curador.

O título da exposição ressalta a invulgar técnica de Ismael no uso da luz em suas obras, assim como o seu temperamento introspectivo, ao ponto de se comunicar com os amigos mais próximos por cartas, vide as inúmeras missivas trocadas com Francisco Brennand, para quem Ismael “era o maior artista de Pernambuco”.

Desde a fundação da galeria, há 10 anos, um dos seus pilares é o trabalho de pesquisa e resgate de artistas que, por múltiplas causas, caíram no esquecimento do mercado e Ismael Caldas é um bom exemplo. “Esperamos que esta exposição seja o primeiro passo para seu reconhecimento e reposicionamento no universo da arte brasileira”, acrescenta Maranhão.

Serviço
Exposições | A Luz do Silêncio
De 30 de setembro a 01 de novembro
Terça a sexta-feira, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 15h

Período

30 de setembro de 2025 10:00 - 1 de novembro de 2025 19:00(GMT-03:00)

Local

Galeria BASE

R. Artur de Azevedo, 493 - Cerqueira César, São Paulo - SP

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